sábado, 15 de fevereiro de 2014

Louise Brooks (1906–1985)





Mary Louise Brooks foi uma actriz, modelo e bailarina norte-americana, famosa pela sua excepcional fotogenia. Nasceu em Cherryvale (Kansas), a 14 de Novembro de 1906 e morreu, de ataque cardíaco, em Rochester (Nova Iorque), a 8 de Agosto de 1985.

Filha de um advogado, Leonard Porter Brooks, e de Myra Rude, foi uma das mais influentes actrizes do cinema mudo. Aos 4 anos de idade já actuava num palco da sua cidade natal. Aos 15, decidiu ir sozinha para Nova Yorque, para integrar a Denishaw Dance Company, principal companhia de dança moderna americana.

Em 1923, fez diversas apresentações nos Estados Unidos e Canadá, sempre com muito sucesso. Em 1925, entra para o legendário grupo Ziegfeld Follies, onde conquista uma posição de destaque. Estreia-se no cinema, no filme "The Street of Forgotten Men". Assinou então contrato de 5 anos com a Paramount Pictures e, em 1927, muda-se para Hollywood, e participou em diversas produções.

Teve uma carreira breve em Hollywood, tendo participado em 24 filmes entre 1925 e 1938. No entanto, a sua imagem e atitudes permanecem, ainda hoje, como símbolos dessa época. Uma das suas características mais lembradas será sempre o seu corte de cabelo liso e curto, que se transformou numa moda, tendo-se tornado mesmo um ícone dos anos 20.

Foi, sem dúvida, uma actriz muito à frente de seu tempo. Dona de uma beleza incomum, também era dotada de uma personalidade fortíssima e uma determinação sem igual. Numa época em que a maioria dos actores e actrizes, para ter trabalho, se tinham de tornar submissos, sendo explorados ao máximo, para além de mal pagos, Louise era uma rebelde contestatária. Frequentemente, os actores nem tinham seus nomes exibidos nos créditos dos filmes. Ficou lendário o seu temperamento explosivo, ao não aceitar as normas vigentes na ainda jovem Hollywood, o que muito incomodava os proprietários dos estúdios de então, pouco habituados a actores tão "reinvindicativos.

Em 1928, após o produtor B.P.Schulberg lhe negar um aumento, Louise deixou a Paramount e rumou à Alemanha, a convite do realizador G.W.Pabst para actuar no filme que viria a ser o seu maior sucesso de sempre: "A Caixa de Pandora". Interpretava uma personagem que se tornou lendária: Lulu, uma mulher sedutora, que hipnotizava e destruía todos os homens que dela se aproximassem. Há quem diga que a sua tumultuada vida amorosa lhe teria servido de inspiração para essa personagem. De facto, Louise teve muitos romances, sendo o mais famoso com Charles Chaplin.

No final desse ano, regressou a Hollywood e, já no início da era do cinema sonoro, ainda aborrecida com a Paramount, recusou uma oferta de 10.000 dólares, para "sonorizar" a sua personagem no filme mudo "Canary Murder Case", que tinha sido produzido sem som e, por isso, ainda não tinha estreado.

Os produtores, furiosos com ela, espalharam o boato que Louise tinha uma voz horrível e que era por isso que não poderiam "sonorizar" o filme. Num momento de viragem do cinema mudo para o sonoro,em que as produções sonoras tomavam conta do mercado, a mentira teve um efeito fulminante na carreira de Louise, e fez com que ela fosse "afastada", em definitivo, pelos produtores e esquecida pelo público. 

Entre 1929 e 1938, participou em poucas produções na Europa e nos Estados Unidos. Em 1943, voltou para Nova Iorque, tendo conseguido trabalho na Rádio CBS. Nos anos seguintes, esquecida pelo cinema e pelo público, teve de trabalhar fora do cinema, inclusive como vendedora da loja Sak's Fifth Avenue.

Em 1948, começou a escrever a sua biografia, que ela mesma destruiu quando a terminou. Frustrada,, justificou-se dizendo que "Ao escrever a história de uma vida, acho que o leitor não pode entender a personalidade e as acções de uma pessoa a não ser que sejam explicados os seus amores, ódios, e conflitos sexuais. Não estou disposta a escrever a verdade sexual que tornaria a minha vida digna de ser lida". Apesar disso, daí para a frente dedicou-se quase exclusivamente à literatura. O seu livro "Lulu em Hollywood" tornou-se num best seller.

Em 1955, na exposição "60 Anos de Cinema" realizada no Museu de Arte Moderna, em Paris, foi colocado na entrada do prédio, em grande destaque, um imenso poster de Louise. Perguntado porque havia escolhido Louise para aquela posição de honra - e não Greta Garbo ou Marlene Dietrich, actrizes bem mais populares nessa época - o director da Cinemateque Française, Henri Langlois, proferiu uma frase que se tornaria eterna: "Não existe Garbo. Não existe Dietrich. Existe apenas Louise Brooks".

Com poucos amigos, Louise teve uma vida reclusa, sofrendo por muitos anos de artrite deformante. Foi encontrada morta,  vitimada por ataque cardíaco, no dia 8 de Agosto de 1985, aos 78 anos de idade, em Nova Iorque.

Está sepultada na cidade de Rochester (Nova Iorque).





Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e IMDB.




T O P    F I V E   (Recomendado)



A Vénus Americana (1925)

 Mendigos da Vida (1928)

A Caixa de Pandora (1929)

Tagebuch einer Verlorenen (1929)

Prémio de Beleza (1930)





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