segunda-feira, 31 de março de 2014

Luchino Visconti (1906–1976)





Luchino Visconti di Modrone, conde de Lonate Pozzolo - nascido em Milão, a 2 de Novembro de 1906, e falecido em Roma, a 17 de Março de 1976 - descendente da nobre família milanesa dos Visconti, foi um dos mais importantes realizadores de cinema italiano.

Filho de Giuseppe Visconti, o duque de Grazzano, e de Carla Erba (proprietária e herdeira de uma célebre empresa farmacêutica), Luchino tinha mais seis irmãos. Prestou o serviço militar como sub-oficial de cavalaria em 1926, em Piemonte, e viveu os anos de sua juventude cuidando dos cavalos da sua propriedade. Para além disso, frequentou activamente o mundo da lírica e do melodrama, que tanto o influenciou.

Foi para a França, onde se tornou amigo de Coco Chanel, através da qual, em 1936, foi apresentado ao cineasta Jean Renoir com quem trabalhou no filme "Une partie de campagne". Em 1937, passou por Hollywood antes de voltar para Roma, onde trabalhou com Renoir na direcção de La Tosca.

A partir de 1940, ligou-se aos intelectuais que faziam o jornal Cinema e vendeu jóias da família para realizar o seu primeiro filme, "Ossessione", em 1943, com Clara Calamai e Massimo Girotti. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, realizou o seu segundo filme, o documentário "Giorni di gloria". Contratado pelo Partido Comunista Italiano para realizar três filmes sobre pescadores, mineiros e camponeses da Sicília, acabou por fazer apenas um, "La terra trema".

Em 195,1 filmou "Bellissima", com a grande actriz italiana Anna Magnani, Walter Chiari e Alessandro Blasetti. O seu primeiro filme colorido foi em 1954, "Senso" com Alida Valli e Farley Granger. O primeiro grande prémio da crítica chegou em 1957, quando recebeu o Leão de Ouro do Festival de Cinema de Veneza pela fita "Le notti bianche", uma transposição delicada e poética de uma história de Dostoievski, com Marcello Mastroianni, Maria Schell e Jean Marais.

O primeiro êxito de bilheteira viria em 1960 com "Rocco e Seus Irmãos", a saga de uma humilde família de calabreses que emigrava para Milão. Foi o filme que consagrou o actor francês Alain Delon ao lado de Annie Girardot e Renato Salvatori. No ano seguinte, juntou-se a Vittorio De Sica, Federico Fellini e Mario Monicelli no filme de episódios "Boccaccio '70". O episódio de Visconti é protagonizado por Tomas Milian, Romy Schneider, Romolo Valli e Paolo Stoppa.

Em 1963, dirigiu o seu maior sucesso comercial e um dos filmes mais elogiados pela crítica, o grandioso "O Leopardo", com três horas de duração, extraído do romance homónimo de Giuseppe Tomasi di Lampedusa, vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes, que conta a história da transição da nobreza para o populismo na Sicília, nos tempos da unificação italiana. O filme tem um elenco estelar onde destacam Burt Lancaster, Claudia Cardinale e Alain Delon.

"Vagas Estrelas da Ursa", um mergulho inquieto e melancólico na capacidade dos seres sensíveis para se destruírem amorosamente, com Claudia Cardinale e Jean Sorel, realizado em 1965, foi a obra seguinte. Em 1970, conheceu o fracasso com "O Estrangeiro", extraído do livro homónimo de Albert Camus e realiza também "La caduta degli dei" que lançou o actor Helmut Berger.

Com o sensível e refinado "Morte em Veneza" (1971), protagonizado por Dirk Bogarde e baseado na obra de Thomas Mann, voltou a encontrar-se com o sucesso do público e da crítica. O filme conta a história de Gustav Aschenbach, um compositor que vai passar férias em Veneza, e acaba por viver uma grande e inesperada paixão, que iniciaria a sua completa destruição. O filme faz uma abordagem do conceito filosófico de beleza, assim como a passagem do tempo, a importância da juventude nas nossas vidas. 

O filme seguinte foi o grandioso, mas decepcionante, "Ludwig", com Helmut Berger e Romy Schneider. Durante as filmagens de "Ludwig", sofreu um ataque cardíaco que o prendeu a uma cadeira de rodas até a sua morte, em 1976.

Mesmo com muita dificuldade, Luchino Visconti ainda fez mais dois filmes, "Violência e Paixão" ("Gruppo di famiglia in un interno") e "L'innocente", a sua derradeira obra, versão do romance de Gabriele d'Annunzio que regista brilhantes interpretações de Giancarlo Giannini e Laura Antonelli.

Visconti, homossexual assumido, teve um relacionamento de muitos anos com o actor austríaco Helmut Berger, que esteve presente em alguns de seus filmes.

Morreu na primavera de 1976, na sua residência na cidade de Roma.




Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia a e IMDB.


T O P    F I V E   (Recomendado)


Sentimento (1954)

Rocco e Seus Irmãos (1960)

O Leopardo (1963)

Morte em Veneza (1971)

Luís da Baviera (1972)




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