quarta-feira, 4 de junho de 2014

Montgomery Clift (1920–1966)





Edward Montgomery Clift - nascido em Omaha (Nebraska), a 17 de Outubro de 1920, e falecido em Nova Iorque, a 23 de Julho de 1966 - foi um actor norte-americano. O obituário do The New York Times reconheceu a sua forma de interpretação como "temperamental, jovem e sensível".

Clift protagonizou o inovador docudrama "The Big Lift", de 1950. Frequentemente, actuava como "vítima e herói"; sendo disso exemplos o "alpinista social" em "Um Lugar ao Sol", de George Stevens; um padre católico angustiado em "I Confess", de Alfred Hitchcock; o soldado Robert E. Lee Prewitt em "Até à eternidade" ("From Here to Eternity"), de Fred Zinnemann, e um judeu intimidado por anti-semitas em "The Young Lions", de Edward Dmytryk.

Montgomery era filho de William Brooks Clift, vice-presidente do Omaha National Bank. A sua mãe Ethel Fogg tinha sido adoptada pelos Fogg. Clift tinha uma irmã gémea fraterna, Roberta, e um irmão, William Brooks Jr. (n. 1918), que teve um filho ilegítimo com a actriz Kim Stanley.

A história da sua mãe, apelidada de "Sunny", marcou a sua infância. Sunny foi adoptada pelos Fogg e soube, aos 18 anos, pelo doutor Edward E. Montgomery que os seus verdadeiros pais eram Woodbury Blair e Maria Anderson. Os Blair e os Anderson eram conhecidas famílias de políticos e generais da Guerra de Secessão. Sunny lutou toda a sua vida para que a reconhecessem como filha e educou os seus filhos para que fossem reconhecidos. Em 1928, Monty, como era conhecido, embarcou, com os seus irmãos e a sua mãe, numa viagem para a Europa.

Com a sua aparição na Broadway aos treze anos, Clift obteve êxito nos palcos e aí actuou durante dez anos, antes de viajar para Hollywood, debutando em "Rio Vermelho" (1948), com John Wayne. Tanto John Wayne como Walter Brennan se sentiram indignados pela homossexualidade de Clift e mantiveram-se afastados dele durante as gravações do filme. Por sua parte, Clift sentia-se ofendido pelas inclinações ultra-conservadoras dos mesmos actores. Em 1958, recusou um papel em "Rio Bravo", que o teria reunido, novamente, com Wayne e Brennan. O "seu" papel ficou para Dean Martin.

Ainda em 1958, Clift foi nomeado para o Óscar de melhor actor pela sua interpretação em "O baile dos malditos" ("Young lions"). Desde então, "lançou" um novo modelo de actor protagonista: sensível, emocional e com uma beleza melancólica, o tipo de homem que uma mulher gostaria de cuidar. A sua carreira esteve repleta de êxitos, interpretando muitos papéis que foram nomeados ao Óscar e convertendo-se num ídolo pela sua presença e charme. As suas cenas de amor com Elizabeth Taylor em "Um lugar ao sol" (1951) estabeleceram um novo padrão para o romance no cinema. Os seus papéis em "Até à Eternidade" (1953), onde interpreta um soldado de infantaria (Robert E. Lee Prewitt), e em "O baile dos malditos (1958) são considerados os mais importantes de sua carreira.

Em 1956, durante as filmagens de "A Árvore da Vida", Clift foi de encontro a um poste telefónico com o seu Chevrolet, ao tentar sair bêbado de uma festa promovida por Elizabeth Taylor, uma das suas melhores amigas. Ele e Liz Taylor, a quem chamava de Bessie Mae, foram grandes amigos até à sua morte. As filmagens de "A Árvore da Vida" ficaram interrompidas até à sua recuperação, dois meses depois. Esse episódio marcou o começo de sua dependência de barbitúricos e drogas mais pesadas. Depois do acidente, seguiu um caminho de autodestruição que é considerado o "suicídio mais longo vivido em Hollywood".

No seu primeiro filme após o acidente de carro, Clift protagonizou "Rio selvagem" (1960), juntamente com Lee Remick, um filme incluído no Registo Nacional dos Estados Unidos. Também co-protagonizaria "Os Inadaptados", de 1961, que foi o último filme feito por Marilyn Monroe e Clark Gable. Monroe, que estava passando por problemas emocionais, descreveu Clift como "a única pessoa que conheço que está pior do que eu». O seu estilo de vida auto-destrutivo estava arruinando a sua saúde. A Universal despediu-o, em 1962, durante a gravação de "Freud,além da alma", devido às suas frequentes ausências.

Em "O Julgamento de Nuremberga", de 1961, Clift teve uma actuação de sete minutos. Também participaram no filme Spencer Tracy, Marlene Dietrich, Maximilian Schell, Burt Lancaster e Judy Garland. O realizador, Stanley Kramer, escreveria nas suas memórias que Clift não conseguia recordar suas falas. Mas, ao mesmo tempo, exclamaria: " Clift é um dos três ou quatro maiores actores que existem".

Segundo alguns autores, Montgomery Clift era homossexual. Outros argumentam que era bissexual. O seu biógrafo, Michelangelo Capua, afirma que «Monty dormiu tanto com homens como com mulheres, esperando descobrir as suas próprias preferências sexuais». Diz ainda que a mãe de Clift «fala sem problemas da homossexualidade do filho: ‘Monty deu conta que era homossexual muito cedo. Creio que tinha doze ou treze anos». ("Montgomery Clift: a Biography", p. 22)

Patricia Bosworth, que pode falar com a sua família e muitas pessoas que conheciam o actor, escreve no seu livro "Montgomery Clift": «Antes do acidente, Monty tinha incontáveis romances com homens e mulheres. Fazia parte da sua personalidade ter relações desta maneira…depois do acidente e da sua dependência química, passou a ser um homem mais sério e o sexo passou a ser menos importante para ele». De todo o modo, sempre deu mais importância aos velhos amigos como Bill Le Massena, Maureen Stapleton, Elizabeth Taylor, Libby Holman e Ann Lincoln.

Montgomery Clift morreu a 23 de Julho de 1966, com 45 anos, por complicações de saúde devido à sua dependência do álcool e das drogas, no seu apartamento em Nova York. Foi enterrado no cemitério Quaker, em Brooklyn.

Foi nomeado pela primeira vez para o Óscar de melhor actor por "Anjos marcados" ("The Search"). Seguiram-se nomeações por"Um lugar ao sol" ("A Place in the Sun"), "Até à eternidade" ("From Here to Eternity" e "O Julgamento de Nuremberga" ("Judgment at Nuremberg").





Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.


T O P    F I V E   (Recomendado)



Um Lugar ao Sol (1951)

Confesso! (1953)

Até à Eternidade (1953)  

O Baile dos Malditos (1958)

Os Inadaptados (1961)




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