sábado, 31 de maio de 2014

Robert Altman (1925–2006)





Robert Bernard Altman - nascido em Kansas City (Missouri), a 20 de Fevereiro de 1925, e falecido em Los Angeles (Califórnia), a 20 de Novembro de 2006 - foi um conceituado e prolífero cineasta norte-americano: entre curtas e longas metragens, surge creditado, na IMDB, em 88 títulos.

Filho de um corretor de seguros endinheirado e jogador, Altman foi educado em escolas jesuítas de Kansas City, tendo-se diplomado em matemática. Serviu na Academia Militar de Wentworth, na vizinha cidade de Lexington. Em 1945, aos 20 anos de idade, participou na Segunda Guerra Mundial como piloto de bombardeiros. Enquanto servia na Força Aérea na Califórnia, teve, pela primeira vez, contacto com o mundo da produção cinematográfica de Hollywood. No ano seguinte, passou a residir em Los Angeles, enquanto se preparava para se lançar como realizador.

Os seus trabalhos mais conhecidos são o filme "MASH", de 1970, uma sátira à Guerra da Coreia que ganhou o Grand Prix no Festival de Cannes e "Os americanos" ("Short Cuts"), de 1993. Faleceu a 20 de Novembro de 2006, aos 81 anos, em Los Angeles (Califórnia), de falência respiratória provocada por um cancro.


Prémios e nomeações:

Recebeu cinco nomeações ao Óscar, na categoria de Melhor Realizador, por "M*A*S*H*" (1970), "Nashville" (1975), "O Jogador" ("The Player") (1992), "Os \americanos" ("Short Cuts") (1993) e "Gosford Park" (2001).

Recebeu uma nomeação ao Óscar de Melhor Filme, por "Nashville" (1975).

Ganhou um Óscar Honorário, em 2006, em reconhecimento à sua carreira no cinema.

Recebeu quatro nomeações ao Globo de Ouro, na categoria de Melhor Realizador, por "M*A*S*H*" (1970), "Nashville" (1975), "The Player" (1992) e "Gosford Park" (2001). Ganhou por "Gosford Park".

Recebeu uma nomeação ao Globo de Ouro de Melhor Argumento, por "Short Cuts" (1993).

Ganhou a Palma de Ouro, no Festival de Cannes, por "M*A*S*H*" (1970).

Ganhou o Prémio de Melhor Realizador, no Festival de Cannes, por "The Player" (1992).

Ganhou o Leão de Ouro, no Festival de Veneza, por "Short Cuts" (1993).

Ganhou em 1996 um Leão de Ouro especial no Festival de Veneza, em reconhecimento à sua carreira.

Ganhou o Urso de Ouro, no Festival de Berlim, por "Buffalo Bill e os índios" ("Buffalo Bill and the Indians, or Sitting Bull's history lesson") (1976).

Ganhou o Prémio FIPRESCI, no Festival de Berlim, por "Secret Honor" (1984).

Recebeu uma nomeação ao BAFTA de Melhor Filme, por "The Player" (1992).

Recebeu três nomeações ao BAFTA de Melhor Realizador, por "M*A*S*H*" (1970), "A wedding" (1978) e "The Player" (1992). Ganhou por "The Player".

Recebeu uma nomeação ao BAFTA de Melhor Argumento, por "A wedding" (1978).

Recebeu quatro nomeações ao César de Melhor Filme Estrangeiro, por "Nashville" (1975), "A wedding" (1978), "The Player" (1992) e "Short Cuts" (1993).

Recebeu duas nomeações ao Independent Spirit Awards de Melhor Realizador, por "Short Cuts" (1993) e "A Prairie Home Companion" (2006). Venceu por "Short Cuts".

Ganhou o Prémio de Melhor Argumento no Independent Spirit Awards, por "Short Cuts" (1993).

Ganhou três vezes o Prémio Bodil de Melhor Filme Americano, por "Nashville" (1975), "The Player" (1992) e "Short Cuts" (1993).

Ganhou o Prémio do Público na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, por "Jazz'34" (1996).




Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.


T O P    F I V E   (Recomendado)



MASH (1970)

A Noite Fez-se Para Amar (1971)

Pronto-a-Vestir (1992)

 Short Cuts - Os Americanos (1993)

 O Jogador (1994)




sexta-feira, 30 de maio de 2014

Jane Russell (1921–2011)





Ernestine Jane Geraldine Russell - nascida em Bemidji (Minnesota), a 21 de Junho de 1921, e falecida a 28 de Fevereiro de 2011, em Santa Bárbara (Califórnia) - foi uma actriz norte-americana.

Foi descoberta por Howard Hughes quando trabalhava como recepcionista num consultório dentário.
Protagonizou "Os Homens Preferem as Loiras", junto com Marilyn Monroe.

Jane casou três vezes e adoptou três filhos. O seu primeiro marido era o namorado do colégio. Também fundou uma instituição para encaminhar crianças para adopção, o WAIF (World Adoption International Fund).

Em homenagem aos seios da actriz, dois montes foram baptizados de Jane Russell's Peaks, no Alasca. Faleceu a 28 de Fevereiro de 2011. Encontra-se sepultada no Cemitério Santa Bárbara, em Santa Bárbara (Califórnia), nos Estados Unidos.



Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.


T O P    F I V E   (Recomendado)



A Terra dos Homens Perdidos (1943)

A Fronteira do Pecado (1952)

Os homens Preferem as Loiras (1953)

Duelo de Ambições (1955)

Sangue Cigano (1956)




quinta-feira, 29 de maio de 2014

Robert Mitchum (1917–1997)





Robert Charles Durman Mitchum - nascido a 6 de Agosto de 1917, em Bridgeport (Connecticut) e falecido, a 1 de Julho de 1997, em Santa Bárbara (Califórnia) - foi um super activo actor norte-americano, pois aparece creditado em 135 filmes. É considerado pelos críticos como um dos melhores actores da época dourada de Hollywood, amplamente lembrado pelos seus papéis em várias obras importantes do estilo de filme noir, sendo considerado um precursor do "anti-herói" no cinema predominante durante os anos 1950 e 1960.

Mitchum nasceu em Bridgeport, Connecticut. A sua mãe, Ann Harriet, era uma imigrante norueguesa, filha de um capitão do mar, e o seu pai, James Thomas Mitchum, trabalhava na construção de linhas de caminho de ferro. O seu pai morreu quando ele tinha menos de dois anos de idade, tendo a sua mãe casado novamente, pouco depois.

Durante toda a infância, Mitchum era conhecido como um brincalhão, muitas vezes envolvido em brigas e travessuras. Quando tinha 12 anos, a sua mãe enviou-o para morar com os seus avós em Felton, onde foi prontamente expulso da escola por discutir com um director. Um ano depois, em 1930, foi morar com a sua irmã mais velha, em Nova Yorque. Depois de ser expulso novamente da escola, deixou a casa da irmã e viajou por todo o país, em vagões de comboio, tendo trabalhado em diversos empregos, incluindo de pugilista profissional.

Aos 14 anos, em Savannah (Geórgia), foi preso por vadiagem. Por conta própria, escapou e voltou para a sua família em Delaware. Foi durante esse tempo, enquanto se recuperava de ferimentos que quase o fizeram perder uma perna, que conheceu a mulher com a qual se viria a casar, a adolescente Dorothy Spence.

Em 1936, voltou para a casa da sua irmã Julie. Pouco depois, o resto da família juntou-se a eles em Long Beach. Foi a sua irmã quem o convenceu a integrar o grupo de teatro local com ela. Ali participou em algumas peças e também escreveu algumas. Em 1940, casou-se com Dorothy. Pouco depois, nasceu o primeiro filho do casal, o que fez com que Robert arranjasse um emprego estável como operador de máquinas.

Mitchum acabou por ter um colapso nervoso, que lhe causou mesmo uma cegueira temporária, devido ao stress do trabalho. Por causa desse problema, ficou livre para procurar emprego como actor ou figurante em filmes. Foi então que conheceu um agente que lhe arranjou uma entrevista com o produtor da série de filmes western Hopalong Cassidy. Acabou por ser contratado para ser o vilão em alguns filmes de 1942 e 1943. A partir dai a sua carreia descolou.

Morreu em 1997, devido a complicações do câncer de pulmão e enfisema.




Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.


T O P    F I V E   (Recomendado)



O Arrependido (1947)

O Sono Derradeiro (1948)

A Sombra do Caçador (1955)

A Filha de Ryan (1970)

O Cabo do Medo (1991




quarta-feira, 28 de maio de 2014

Sidney Lumet (1924–2011)





Sidney Lumet - nascido em Filadélfia (Pensilvânia), a 25 de Junho de 1924, e falecido em Manathan (Nova Yorque), a 9 de Abril de 2011 - foi um cineasta norte-americano que realizou mais de 50 filmes, entre eles "12 Angry Men" ("Doze Homens em Fúria), de 1957, "Dog Day Afternoon" ("Um Dia de Cão"), de 1975, "Network" ("Escândalo na TV"), de 1976, "Prince of the City" ("O Príncipe da Cidade"), de 1981 e "The Verdict" ("O Veredicto"), de 1982, obras que lhe renderam nomeações ao Óscar de melhor realizador.

De acordo com a Encyclopedia of Hollywood, Lumet foi um dos mais prolífico realizadores da era moderna do cinema, tendo feito mais de um filme por ano desde sua estreia, em 1957. Ficou conhecido, especialmente, pela sua capacidade de atrair os principais actores para os seus projectos, "devido à sua economia visual, forte direcção de actores, narrativas vigorosas e seu uso da câmara para acentuar os temas". De acordo com a Turner Classic Movies. "Lumet produziu um catálogo de obras que só pode ser definido como extraordinário."

Um dos temas mais constantes durante a sua carreira foi a atenção dedicada à "fragilidade da justiça e da polícia, e sua corrupção", segundo o crítico David Thomson. Lumet conseguiu extrair "performances poderosas dos actores principais", e foi uma das figuras mais importantes no cenário cinematográfico de Nova York. A sua sensibilidade com os actores e os ritmos da cidade fizeram dele o "mais intenso descendente americano da tradição neorealista da década de 1950 e do seu compromisso urgente com a responsabilidade ética".

Lumet começou a sua carreira como um diretor teatral off-Broadway, tornando-se posteriormente num realizador de televisão altamente eficiente. O seu primeiro filme foi um dos seus melhores trabalhos: uma obra bem representada e escrita, considerada por muitos como um "filme problema": "12 Angry Men ("Doze Homens em Fúria"), de 1957. Desde então, Lumet dividiu as suas energias entre outros filmes idealístas, juntamente com adaptações de peças e romances e comédias de humor negro filmadas em Nova York. "12 Angry Men" também o tornou responsável por liderar a primeira onda de realizadores que fizeram uma transição bem-sucedida da televisão para o cinema. Por ter sido um dos realizadores mais constantes e competentes da última metade do século XX, recebeu em 2005 um Óscar honorário pelos seus "brilhantes serviços aos argumentistas, artistas, e à arte do cinema".

Faleceu a 9 de Abril de 2011 aos 86 anos.

Recebeu quatro nomeações ao Óscar de Melhor Realizador, por "12 angry men" (1957), "Dog Day Afternoon" (1975), "Network" (1976) e "The Veredict" (1982).

Teve também uma nomeação ao Óscar, na categoria de Melhor Argumento Adaptado, por "O Príncipe da Cidade" (1981).

Recebeu cinco nomeações ao Globo de Ouro, na categoria de Melhor Realizador, por "Dog Day Afternoon" (1975), "Network" (1976), "Prince of the City" (1981), "The Veredict" (1982) e "Running on empty" (1988). Venceu em 1976.

Recebeu quatro nomeações ao BAFTA, na categoria de Melhor Realizador, por "Murder on the Orient Express" (1974), "Serpico" (1974), "Dog Day Afternoon" (1975) e "Network" (1976).

Recebeu duas nomeações aos BAFTA, na categoria de Melhor Filme Britânico, por "The Hill" (1965) e "The Deadly Affair" (1967).

Recebeu ainda:

Urso de Ouro, no Festival de Berlim, por "12 angry men" (1957)

Prêmio OCIC, no Festival de Berlim, por "12 angry men" (1957)

Prêmio FIPRESCI, no Festival de Berlim, por "The Pawnbroker" (1964)

Prêmio Pasinetti, no Festival de Veneza, por "Prince of the city" (1981)

Prêmio Bodil de Melhor Filme Americano, por "12 angry men" (1957)

Prêmio Bodil de Melhor Filme Não-Europeu, por "The Pawnbroker" (1964)





Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.

T O P    F I V E   (Recomendado)


Doze Homens em Fúria (1957)

Um Dia de Cão (1975)

Network - Escândalo na TV (1976)

O Príncipe da Cidade (1981)

Antes que o Diabo Saiba que Morreste (2007)




terça-feira, 27 de maio de 2014

Deborah Kerr (1921–2007)





Deborah Jane Kerr-Trimmer - nascida em Helensburgh, a 30 de Setembro de 1921, e falecida em Suffolk, a 16 de Outubro de 2007 - foi uma actriz britânica oriunda na Escócia. Recebeu um Óscar honorário pela sua carreira, que sempre representou com perfeição, disciplina e elegância. Foi homenageada pela Rainha do Reino Unido com a Ordem do Império Britânico.

Nasceu com o nome de Deborah Jane Kerr-Trimmer, na localidade de Helensburgh, no Firth of Clyde, Escócia. Originalmente treinada como dançarina de ballet, teve a sua primeira apresentação no palco em 1938, no Sadler's Wells. Depois de mudar de carreira, encontrou sucesso como actriz.

A sua estreia no filme britânico "Contraband", em 1940, terminou no chão da sala de edição. Mas a isso seguiu-se uma série de outros filmes, incluindo um papel triplo no filme "A Vida do Coronel Blimp" ("The Life and Death of Colonel Blimp"), em 1943, de Michael Powell e Emeric Pressburger. Mas foi o seu papel como uma freira com problemas em "Quando os Sinos Dobram" ("Black Narcisus"), dos mesmos realizadores, em 1947, que chamou a atenção dos produtores de Hollywood.

O seu porte elegante e as suas maneiras e sotaque britânicos conduziram a uma sucessão de papéis em que representava honráveis, dignas, refinadas e reservadas senhoras inglesas. Contudo, Kerr, frequentemente, aproveitava uma "oportunidade cinematográfica" para descartar esse seu exterior tão reservado, procurando mostrar a sua versatilidade como actriz. No filme de aventuras "As Minas do Rei Salomão", de 1950, filmado em locações em África, com Stewart Granger e Richard Carlson, impressionou as audiências com tanta sexualidade e vulnerabilidade emocional que trouxe novas dimensões para um filme de acção orientado para o público masculino.

Como Karen, em "Até à Eternidade" ("From Here to Eternity"), de 1953, recebeu uma nomeação para o Óscar de Melhor Actriz. O American Film Institute reconheceu o carácter icónico da cena do beijo entre ela e Burt Lancaster, numa praia do Havaí, no meio das ondas. A organização colocou o filme na lista dos "Cem mais românticos filmes" de todos os tempos.

Em 1957, Kerr recebeu o Globo de Ouro de melhor actriz de comédia/musical, pelo seu desempenho no filme "O Rei e Eu", com Yul Brynner.

Morreu em Suffolk (Inglaterra), por problemas decorrentes da doença de Parkinson, deixando viúvo Peter Viertel, seu marido durante mais de 47 anos.




Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.

T O P    F I V E   (Recomendado)


A Vida do Coronel Blimp (1943)

Quando os Sinos Dobram (1947)

Até à Eternidade (1953)

O Rei e Eu (1956)

O Grande Amor da Minha Vida (1957)



segunda-feira, 26 de maio de 2014

Gregory Peck (1916–2003)





Gregory Peck, nome artístico de Eldred Gregory Peck , foi um premiado actor norte-americano. Nasceu em La Jolla (Califórnia), a 5 de Abril de 1916, e morreu em Los Angeles (Califórnia), a 12 de Junho de 2003.  

Interpretou, maioritariamente, personagens de carácter nobre e corajoso, que lutam contra injustiças. O mais famoso desses papeis é o advogado Atticus Finch do filme "Na Sombra e no Silêncio", de 1962, que lhe deu o Óscar de melhor actor, e que foi considerado o maior herói das telas pelo American Film Institute, em Maio de 2003, apenas duas semanas antes de sua morte. É citado na música Flagra, de Rita Lee e foi presidente da Academy de 1967 a 1970.

Entre príncipe e plebeu, Gregory Peck era um daqueles actores cuja voz marcante, elegância e autenticidade parecem hoje um segredo que morreu com a grande era clássica do cinema americano. Peck encarnava o "homem verídico", o herói portador do ideal de verdade típico do "american way of life" numa época em que as boas intenções andavam em baixa em Hollywood.

Gregory Peck iniciou a sua carreira no teatro, mas ficou mais conhecido pelo seu trabalho no cinema. Protagonizou diversas adaptações cinematográficas realizadas a partir de grandes obras literárias, nas quais encarnou personagens heróicas, demonstrativas de seu valor na superação de sentimentos e incertezas: "As Neves do Kilimanjaro" (1952), baseado na obra de Ernest Hemingway, "Moby Dick" (1956), baseado na obra de Herman Melville ou "Na Sombra e no Silêncio" (1962), baseado no romance de Harper Lee. Este último papel, o de um consciencioso advogado sulista disposto a defender, contra todos, os direitos de um negro acusado de violação, valeu-lhe um Óscar. Também o jovem padre idealista de "As Chaves do Reino" (1944) e o repórter exemplar de "A Luz É para Todos" (1947), na sua denúncia do anti-semitismo, foram trabalhos reconhecidos com nomeações ao ultra famoso prêmio da Academia.

Peck, durante muitos anos, foi uma grande estrela de filmes de acção: obteve enorme êxito em westerns como "Duelo ao Sol" (1946), "Da Terra Nascem os Homens" (1958) e em "Gringo Velho" (1990). Actuou,também, em filmes de guerra como "Os Canhões de Navarone" (1960). Mas esteve, igualmente, em comédias como "Com o dinheiro dos Outros" (1991).

Peck representava o último dos homens de bem, numa época em que o "bom-mocismo" se havia tornado, em Hollywood, algo meio "démodé" ("fora de moda"). Em "A Casa Encantada", de Hitchcock, interpretava um amnésico acusado de homicídio submetido a tratamento freudiano. Em "Duelo ao Sol", Peck e Jennifer Jones, num embate de atroz sensualidade, davam vazão a todos os tipos de pulsões do freudismo hollywoodiano. 

Mas Eldred Gregory Peck parecia pertencer a uma outra época. Firmou-se. desde muito cedo, como guardião dos ideais (perdidos) do "american way of life" e, à medida que pôde começar a escolher os filmes que iria protagonizar, passou a ter, cada vez mais, papéis edificantes, personagens cuja decência e elegância já não podiam ser dissociadas da aura cultivada pelo actor californiano. Alto, elegante, discreto e sumamente decente, Peck, que aprendeu a gostar de cinema com a avó, parecia ter herdado a aura dos heróis clássicos hollywoodianos que tanto admirara na infância.

A sua morte foi anunciada em Los Angeles no dia 12 de Junho de 2003, uma quinta-feira. Segundo a sua mulher Veronique, que estava ao seu lado, "ela estava segurando na sua mão, quando ele fechou os olhos, dormiu e partiu". Encontra-se sepultado na Catedral de Nossa Senhora dos Anjos, Los Angeles, Condado de Los Angeles, Califórnia nos Estados Unidos.

O seu neto, Ethan Peck, também é ator.



Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.


T O P    F I V E   (Recomendado)


A Casa Encantada (1945)

Duelo ao Sol (1946)

A Luz é Para Todos (1947)

As Neves do Kilimanjaro (1962)

Na Sombra e no Silêncio (1962)




domingo, 25 de maio de 2014

Pier Paolo Pasolini (1922–1975)





Pier Paolo Pasolini - nascido em Bolonha, a 5 de Março de 1922, e falecido em Óstia, a 2 de Novembro de 1975 - foi um cineasta, poeta e escritor italiano. Nos seus trabalhos, Pasolini demonstrou uma versatilidade cultural única e extraordinária, o que contribuiu para o transformar numa figura controversa. Embora o seu trabalho continue a gerar polémica e controvérsia até aos dias de hoje, enquanto Pasolini ainda era vivo, os seus trabalhos foram tidos como obras de arte segundo muitos pensadores da Cultura italiana.
O crítico literário norte-americano Harold Bloom considera Pasolini o maior poeta europeu e a maior voz da poesia do século XX.

Pier Paolo era filho de Carlo Alberto Pasolini, militar de carreira, e de Susanna Colussi, professora primária, natural de Casarsa della Delizia (Friul), ao norte da Itália. Teve um irmão chamado Guidalberto Pasolini (1925 - 1945), que faleceu numa emboscada quando lutava na Segunda Guerra Mundial. Em 1926, o pai de Pasolini foi preso por dívidas de jogo, e a sua mãe mudou-se para casa da sua família em Casarsa della Delizia, na região de Friuli.

Em 1939, Pasolini graduou-se em literatura pela Universidade de Bolonha. Era homossexual assumido e um artista solitário. Antes de ficar famoso como cineasta, Pasolini havia trabalhado também como professor, poeta e novelista. Entre os seus livros mais conhecidos, estão "Meninos da Vida", "Uma Vida Violenta" e "Petróleo" (livro). De porte atlético e estatura média, Pasolini usava óculos com lentes muito grossas.

A 26 de Janeiro de 1947, Pasolini escreveu uma declaração polémica para a primeira página do jornal Libertà: "Na minha opinião, pensamos que, actualmente, só o comunismo é capaz de fornecer uma nova cultura." A controvérsia foi, em parte, devido ao facto de ainda não ser um membro do Partido Comunista Italiano, PCI.  Após a sua adesão ao PCI, participou em várias manifestações, tendo, em meados de 1949, participado do Congresso da Paz, em Paris. Observando as lutas dos trabalhadores e camponeses, e vendo os confrontos dos manifestantes com a polícia italiana, começou a criar o seu primeiro romance. No entanto, em Outubro do mesmo ano, Pasolini foi acusado de corrupção de menores e actos obscenos em lugares públicos. Como resultado, foi expulso pela secção de Udine do Partido Comunista e perdeu o seu emprego de professor que tinha obtido no ano anterior em Valvasone, ficando numa situação economicamente difícil.
Acabou por, em Janeiro de 1950, se mudar para Roma com a sua mãe.

Pasolini realizou estudos para filmes sobre a Índia, a Palestina e sobre a Oréstia, de Ésquilo, que pretendia filmar na África (Apontamento para uma Oréstia Africana). Os seus filmes são conhecidos por criticarem a estrutura do governo italiano (na época fortemente ligado à igreja católica), que promovia a alienação e hábitos conservadores na sociedade. Além disso, o seu cinema foi marcado por uma constante ligação com o arcaísmo prevalecente no homem moderno. Prova disso é a obra "Teorema", na qual um indivíduo entra na vida duma família e a desestrutura por inteiro (cada membro da família representa uma instituição da sociedade).

Dirigiu os filmes da Trilogia da Vida com conteúdo erótico e político: "Decameron", "Contos de Canterbury e "Mil e uma noites". Pasolini, num determinado momento da sua vida, renegou esses filmes, afirmando que eles foram apropriados erroneamente pela indústria cultural, que os classificava como pornográficos.

Essa trilogia foi filmada na Etiópia, Índia, Irão, Nepal e Iêmen. Os filmes eram dobrados em italiano. Pelo conteúdo pretensamente classificado como erótico, foram proibidos nos Estados Unidos, só chegarando a ser exibidos na década de 80. Em "Accattone", de 1961, Pasolini pôs em prática a sua visão sobre a classe do proletariado na sociedade italiana da época. Gostava de trabalhar com actores amadores e do povo.

Pier Paolo Pasolini foi brutalmente assassinado em Novembro de 1975: tinha o rosto desfigurado e várias lesões no corpo. Foi encontrado no hidro-aeródromo de Ostia. Os motivos do seu assassinato continuam gerando polémica até hoje, sendo associados a crime político ou a um mero latrocínio. Um processo judicial concluiu que o cineasta foi assassinado por um prostituto, que teria o intuito de o assaltar. Tal versão, porém, não se sustenta mais: existem estudos, filmes e programas de TV que põem por terra a versão acatada pela justiça italiana. No ano de 2005, Pino Pelosi declarou não ter sido ele o assassino de Pasolini, depois de ter cumprido pena como assassino confesso.




Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.


T O P    F I V E   (Recomendado)



Mamma Roma (1962)

Teorema (1968)

Decameron (1971)

As mil e uma noites (1974)

Salo ou os 120 dias de Sodoma (1975)



sábado, 24 de maio de 2014

Cyd Charisse (1921–2008)





Cyd Charisse, nome artístico de Tula Ellice Finklea foi uma actriz e dançarina norte-americana. Nasceu em Amarillo (Texas), a 8 de Março de 1921, e morreu em Los Angeles (Califórnia) a 17 de Junho de 2008.

Charisse estudou ballet em Los Angeles, com Adolph Bolm e Bronislava Nijinska, e, subsequentemente, dançou no Ballets Russes como "Celia Siderova" e depois "Maria Istromena".O advento da Segunda Guerra Mundial levou à divisão da companhia, tendo Cyd retornado para Los Angeles. Aí chegada, David Lichine ofereceu-lhe um papel de dançarina em "Something to Shout About". Isso rendeu-lhe a atenção do coreógrafo Robert Alton (o mesmo que também descobriu Gene Kelly) que logo ela a convidou para integrar o corpo dançante de Arthur Freed da MGM, onde se tornou dançarina de ballet residente.

Charisse é principalmente lembrada pelas suas parcerias no cinema com Fred Astaire e Gene Kelly.
A sua primeira aparição com Astaire foi numa breve cena em no filme "Ziegfeld Follies" (1946). A dupla voltou a trabalhar junta em "A Roda da Fortuna" (1953), já com Cyd Charisse a interpretar o papel feminino principal. A dupla dançou - e encantou - em aclamadas coreografias como "Dancing in the Dark" e "Girl Hunt Ballet".

Em 1957, reuniu-se com Astaire na versão cinematográfica de "Meias de seda" ("Silk Stockings"), um remake musical de "Ninotchka", com Charisse no papel que foi de Greta Garbo.

Como Debbie Reynolds não era uma dançarina treinada, Gene Kelly escolheu Charisse para ser a sua parceira no celebrado final de ballet de "Serenata à chuva" ("Singing in the rain"), em (1952. Posteriormente co-estrelou com Kelly em "Briadoon".Cyd obteu, novamente, o papel feminino principal ao lado de Kelly no seu penúltimo musical da MGM "It's Always Fair Weather" (1956).

Após o declínio dos musicais, no final dos anos 50, Charisse aposentou-se da dança, mas continuou efectuando pequenas participações em filmes e produções de TV até aos anos 90.




Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.


T O P    F I V E   (Recomendado)


Serenata à Chuva (1952) 

A Roda da Fortuna (1953)

A Lenda dos Beijos Perdidos (1954) 

Dançando nas Nuvens (1955)

Meias de Seda (1957)




sexta-feira, 23 de maio de 2014

Kirk Douglas (1916 - ...





Kirk Douglas, nome artístico de Issur Danielovitch - nascido em Amsterdam, no estado de Nova Iorque, a 9 de Dezembro de 1916 - é um actor e produtor cinematográfico norte-americano de origem judaica. Douglas é amplamente considerado um dos melhores actores da história do cinema. É pai do também actor Michael Douglas.

Douglas era filho de Bryna ("Bertha") Sanglel e de Herschel ("Harry") Danielovitch, um homem de negócios. Os seus pais eram imigrantes judeus originários da localidade de Chavusy (Mahilou), então Império Russo, hoje Bielorrússia. No lar, a família falava em iídiche. O tio paterno de Kirk, que havia emigrado antes, usava o sobrenome "Demsky", que a família de Douglas adoptou logo após se estabelecer nos Estados Unidos. Os seus pais adoptaram legalmente também para, nomes próprios, Harry e Bertha.

Douglas cresceu conhecido como "Izzy Demsky", mas trocou legalmente de nome para "Kirk Douglas" antes de ingressar na Marinha, durante a Segunda Guerra Mundial.

Na St. Lawrance University, Douglas fez parte da liga de boxe. Para tentar conseguir uma bolsa de estudos, entrou para um grupo de teatro. Recebeu a bolsa juntamente com uma outra actriz que viria a ser conhecida como Lauren Bacall. Serviu na Marinha dos Estados Unidos, no início da Segunda Guerra Mundial, desde 1941 até ao seu fim, em 1945. Depois da guerra, voltou para Nova Iorque e começou a actuar no rádio e em comerciais de televisão, enquanto tentava entrar para a Broadway.

Douglas recebeu a ajuda da atriz Lauren Bacall para obter o seu primeiro papel no filme "The Strange Love of Martha Ivers" (1946), onde "estrelava" Barbara Stanwyck.

Em 2011, entregou à actriz Melissa Leo o Óscar de melhor actriz secundária pelo filme "The Fighter" tendo sido uma das aparições mais marcantes da 83ª edição desse prémio.

Kirk Douglas recebeu três nomeações aos Óscares pelo seu trabalho em "Champion" (1949), "The Bad and the Beautiful" (1952 e "Lust for Life" (1956). Neste último filme interpretou o pintor Van Gogh. Douglas não ganhou nenhum, mas recebeu um Óscar especial, em 1996, por "50 anos de modelo moral e criativo para a comunidade cinematográfica.". Nos anos 1950 foi o protagonista de vários outros filmes clássicos, como "Ulisses" ou ainda a sua inesquecível interpretação do marinheiro Ned Land na produção dos Estúdios Disney "20.000 Léguas Submarinas".

Em 1960, estrelou o épico clássico "Spartacus", no qual também foi o produtor. A realização ficou a cargo de Stanley Kubrick, depois de Douglas ter demitido o veterano Anthony Mann, que já havia realizado metade das filmagens.

Douglas comprou os direitos de "Voando sobre um ninho de cucos" na década de 60, mas acabou repassando-os para o seu filho Michael, que produziu o filme, nos anos 70, com muito sucesso.

Douglas foi casado duas vezes, primeiro com Diana Dill (em 2 de Novembro de 1943, divorciados em 1951), com quem teve dois filhos, o actor Michael Douglas e o produtor Joel Douglas. Com a sua segunda esposa, Anne Boydens (casaram-se em 29 de Maio de 1954 até hoje) teve também dois filhos, o produtor Peter Vincent Douglas e o actor Eric Douglas. Eric morreu em 6 de Julho de 2004, vítima de uma overdose de drogas.

Nos últimos anos, depois de escapar com o corpo todo queimado de um acidente de helicóptero no qual os dois outros tripulantes morreram, Kirk Douglas padeceria ainda de um derrame em 1996, que afectou parcialmente sua capacidade de falar. 

Pelas suas contribuições para a indústria do cinema, Kirk Douglas tem uma estrela no Passeio da Fama no número 6263, Hollywood Blvd. 

Em 1984, o seu nome foi colocado no Western Performers Hall of Fame no National Cowboy & Western Heritage M(1951)
useum em Oklahoma City, Oklahoma.
Em Outubro de 2004, viu o seu nome ser dado a uma avenida em Palm Springs, na Califórnia.




Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.


T O P    F I V E   (Recomendado)


O Grande Carnaval (1951)

Cativos do mal (1952)

Vinte Mil Léguas Submarinas (1954)

Horizontes de Glória (1957)

Spartacus (1960)



quinta-feira, 22 de maio de 2014

Alain Resnais (1922 – 2014)





Alain Resnais - nascido em Vannes, a 3 de Junho de 1922, e falecido em Paris, a 1 de Março de 2014 - foi um cineasta francês conhecido pelas suas obras-primas de ficção poética, como "Hiroshima mon amour" ("Hiroshima meu amor", 1959, com roteiro de Marguerite Duras), e "L'année dernière à Marienbad" ("O Ano passado em Marienbad", 1961, com roteiro de Alain Robbe-Grillet). Ambos os filmes têm como marca o uso de temáticas que abordam questões de tempo e memória. "O Ano passado em Marienbad" é um grande exemplo do estilo de Resnais, o qual causou estranheza e incompreensão nas audiências, frustrando muitos espectadores. Tornou-se um clássico do cinema por não ser - nem um pouco - inteligível.

Também realizou documentários de grande importância na história do cinema, como "Nuit et brouillard" ("Noite e nevoeiro", 1955), sobre os campos de extermínio nazistas.

Casou-se com Sabine Azéma em 1998. Antes tinha sido casado com Florence Malraux (filha de André Malraux).



Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.


T O P    F I V E   (Recomendado)


 Noite e Nevoeiro (1955)

Hiroshima, Meu Amor (1959)

O Último Ano em Marienbad (1961)

O Meu Tio da América (1980)

É Sempre a Mesma Cantiga (1997)



quarta-feira, 21 de maio de 2014

Lana Turner (1921–1995)





Lana Turner, nome artístico de Julia Jean Mildred Frances Turner, foi uma actriz norte-americana. Nasceu em Wallace (Idaho), a 8 de Fevereiro de 1921, e morreu em Century City (Califórnia), a 29 de Junho de 1995.

Filha de Mildred Frances Cowan e de John Virgil Turner, foi descoberta para o cinema, aos quinze anos, em 1936, quando tomava uma coca-cola na lanchonete "Top Rat Café", na rua Highland, em Hollywood, pelo produtor do jornal "Hollywood Report", W.R.Wilkerson. Foi contratada, por 50 dólares por semana, por Mervyn LeRoy, director da Warner tendo-se estreado em 1937, no filme "They won't forget". Lana era a "Garota do Suéter", considerada um dos maiores\ símbolos sexuais entre as décadas de 1940 e 1950, o que a tornou numa das actrizes mais bem pagas da época.

Lana percorreu várias etapas até alcançar o estrelato em "O Destino bate à porta" ("The Postman Always Rings Twice"), em 1946. Lana era esbanjadora e maníaca por sapatos. Foi casada e separada sete vezes, para além de ter mantido casos amorosos com várias personalidades como Victor Mature, Howard Hughes, Gene Krupa, Robert Stack, Tony Martin, Clark Gable, Fernando Lamas, Peter Lawford e Rex Harrison, entre outros. Teve uma única filha, com Stephen Crane. Os outros maridos foram o músico Artie Shaw, o milionário Henry J. Topping, o actor (e ex-Tarzan) Lex Barker, Fred May, o produtor Bob Eaton e o hipnotizador Joe Robert Dante, que lhe roubou dinheiro e jóias. Apesar de tudo isto, o grande amor de sua vida foi o actor Tyrone Power com quem não se casou.

Um dos grandes escândalos de Hollywood envolveu a sua filha Cheryl Christina Crane - que acusava a mãe de abandono - que, em 1958, assassinou Johnny Stompanato, um dos amantes de Lana com uma faca de cozinha. Nessa época, Lana era constantemente agredida pelo gangster Stompanato - ligado a Máfia - e ameaçada de ter o seu rosto desfigurado caso ela deixasse de o sustentar. Cheryl foi absolvida pelo crime.

Lana passou um longo tempo com uma depressão causada pelo álcool. Apesar de toda a tragédia e da vida sofrida de Lana, a sua filha Cheryl demonstrou muito carinho pela mãe na sua autobiografia "Detour - a Hollywood tragedy" enfatizando ainda que tinha muito orgulho de ter tido que matar para defender a mãe. Em 1985, foi lançado o livro "Lana", uma autobiografia da estrela.

Morreu a 29 de Junho de 1995 em Century City (Califórnia), de cancro na garganta.




Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.


T O P    F I V E   (Recomendado)



O Destino Bate à Porta (1946)

A Viúva Alegre (1952)

Cativos do Mal (1952)

Amar Não é Pecado (1957)

Imitação da Vida (1959)




terça-feira, 20 de maio de 2014

Frank Sinatra (1915–1998)




Francis Albert "Frank" Sinatra  - nascido em Hoboken (Nova Jersey), a 12 de Dezembro de 1915, e falecido em Los Angeles, a 14 de Maio de 1998 - foi um popular cantor e actor norte-americano.

Frank era ilho de dois imigrantes italianos: Natalia Garaventa, genovesa, mais conhecida como "Dolly", e Antonino Martino Sinatra, um siciliano, analfabeto e praticante de boxe. que imigrara para Nova Iorque, a 21 de Dezembro de 1903, a bordo do Città di Millano, acompanhado pela sua mãe, Rosa Sagliabeni e por duas irmãs, Angela e Dorotea. O pai de Antonino, Francesco, avô paterno de Frank Sinatra, já estava em Nova York, trabalhando numa fábrica de lápis.

Antonino (Anthony) e Dolly casaram-se a 14 de Fevereiro de 1914, e foram morar para Hoboken, na rua Monroe 415, onde tiveram o seu único filho, Frank Sinatra. 

Frank iniciou a sua carreira musical, na era do swing, com Harry James e Tommy Dorsey, Sinatra veio a tornar-se num artista a solo de sucesso sem precedentes, no início e em meados dos anos 1940, assinando depois com a Columbia Records em 1943. Sendo um ídolo das "bobby boxers" (como eram conhecidas as jovens fãs de swing), Frank lançou o seu primeiro álbum, "The Voice of Frank Sinatra", em 1946. A sua carreira profissional esteve parada no início da década de 1950, mas renasceu em 1953 ao vencer o Óscar de melhor actor secundário pela sua performance em "Até à eternidade" ("From Here to Eternity").

Com tal sucesso, Frank assinou com a Capitol Records, em 1953, e lançou vários álbuns com aclamação da crítica - como "In the Wee Small Hours", "Songs for Swingin' Lovers", "Come Fly with Me", "Only the Lonely" e "Nice 'n' Easy"). 

Em 1961, Sinatra deixou a Capitol e formou a sua própria gravadora, Reprise Records, obtendo sucesso em álbuns como "Ring-a-Ding-Ding!", "Sinatra at the Sands" e "Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim". Efectuou vários tours internacionais, e foi um dos fundadores do Rat Pack, grupo que, entre outros amigos também artistas, contava com Dean Martin e Sammy Davis Jr.,e teve muito activo entre meados da década de 1950 e 1960.

Sinatra apareceu em mais de cinquenta filmes, entre eles:"Paixão de Marinheiro" ("Anchors Aweigh") (1945), "Um dia em Nova Iorque" ("On The Town") (1949), "Até à eternidade" ("From Here To Eternity") (1953) - com o qual ganhou o Óscar - "O Homem do braço de ouro" ("The Man With The Golden Arm") e "Alta Sociedade" ("High Society") (ambos de 1956), "O Candidato da Manchúria" ("The Manchurian Candidate") (1962) e "O primeiro pecado mortal" ("The First Deadly Sin") (1980). 

Com a saúde debilitada, Sinatra parou de fazer shows com 80 anos, em 1995. No dia 14 de Maio de 1998, Frank Sinatra morreu de um ataque cardíaco em Los Angeles (Califórnia), mas algumas fontes indicam que ele possa ter morrido de tétano. Encontra-se sepultado no Desert Memorial Park, Cathedral City, Condado de Riverside, Califórnia nos Estados Unidos.

Descendente de italianos, Sinatra teve o seu nome por diversas vezes ligado à máfia. Depois da sua morte, a sua filha Tina fez revelações que ligavam Sinatra a esquemas fraudulentos que conduziram à eleição do presidente Kennedy, orquestrados pelos padrinhos mafiosos de Chicago. 

Há também boatos, que Mario Puzo, autor do best-seller "O Padrinho", se inspirou em Sinatra para criar uapersonagem, Johnny Fontana, um cantor que é protegido pela Máfia, e que pede ajuda a Corleone para se livrar do contrato com o líder da banda, Halley, onde cantava. O "Padrinho" manda então homens para "apertarem" o maestro Halley. No final, tudo se resumiu a uma alegada ameaça de morte. Dizem também que o próprio Sinatra, com as "costas quentes", também o ameaçou.




Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.


T O P    F I V E   (Recomendado)



Um Dia em Nova Iorque (1949)

Até à Eternidade (1953)

O Homem do Braço de Ouro (1955)

Alta Sociedade (1956)

Deus Sabe Quanto Amei (1958)



segunda-feira, 19 de maio de 2014

Satyajit Ray (1921–1992)





Satyajit Ray - nascido a 2 de Maio de 1921, em Calcutá, e falecido a 23 de Abril de 1992, na mesma cidade -  foi um cineasta indiano que é lembrado por muitos como um dos grandes realizadores do cinema do século XX.

Ray nasceu na cidade de Calcutá, numa família bengali proeminente no mundo das artes e letras. Começou a sua carreira como artista comercial, Foi levado para o mundo do cinema após se encontrar com o cineasta francês Jean Renoir e assistir ao filme neorealista italiano "Ladrões de bicicletas" ("Ladri di biciclette"), de Vittorio de Sicca, durante uma visita a Londres.

Ray foi um cineasta prolífico e versátil, tendo realizado 37 filmes, incluindo obras de ficção,, documentários e curtas. O primeiro filme de Ray, "O Lamento da Vereda" ("Pather Panchali"), ganhou onze prémios internacionais, incluindo "Melhor documentário humano" no Festival de Cannes. Em conjunto com "Aparajito" e "Apur Sansar", o filme forma a "trilogia Apu", vista por muitos como o magnum opus de Ray. 

Ray trabalhou, extensivamente, em diversas funções, incluindo argumento, elenco, trilha sonora, fotografia, direcção de arte, edição e confecção do seu próprio material publicitário. Além de fazer filmes, foi também um autor de ficções, editor, ilustrador, designer gráfico e crítico de cinema. Ray recebeu muitos prémios importantes na sua carreira, incluindo 32 prémios nacionais de filmes da Índia, uma série de prémios em festivais internacionais de cinema e um Óscar em reconhecimento pelo seu trabalho, em 1992.

A ascendência de Satyajit Ray pode ser traçada por pelo menos por dez gerações. O seu avô, Upendrakishore Ray, foi um escritor, ilustrador, filósofo, editor, astrónomo amador e um líder da Brahmo Samaj, um movimento religioso e social em Bengala do século XIX. Sukumar Ray, filho de Upendrakishore, foi um pioneiro da escrita bengali de rima sem sentido e literatura infantil, um ilustrador e um crítico. 

Ray nasceu em Calcutá, filho de Sukumar e Suprabha Ray. Sukumar Ray morreu quando Satyajit tinha apenas três anos e a família sobreviveu com os parcos rendimentos de Suprabha Ray. Ray estudou na Ballygunge Government High School, em Calcutá, e depois completou o seu B.A. em economia no Presidency College da Universidade de Calcutá, embora o seu interesse tenha sido sempre por belas artes. 

Em 1940, a sua mãe insistiu para que ele fosse estudar na Universidade Visva-Bharati em Santiniketan, fundada por Rabindranath Tagore. Ray estava relutante devido ao seu amor por Calcutá, e devido à opinião geralmente negativa em relação à vida intelectual em Santiniketan. A persuasão de sua mãe e o seu respeito por Tagore acabaram, finalmente, por o convencer a tentar este caminho. Em Santiniketan, Ray passou a apreciar a arte oriental. Mais tarde, admitiu que aprendeu muito com os pintores famosos Nandalal Bose4 e Benode Behari Mukherjee, sobre os quais Ray produziu mais tarde um documentário, "The Inner Eye" ("O Olho Interior"). Após visitar as grutas de Grutas de Ajanta, Ellora e Elephanta, Ray desenvolveu uma admiração pela arte indiana.

Trabalhou como um "assistente de criação júnior", ganhando apenas oitenta rupias por mês. Embora, por um lado, design de comunicação fosse algo que Ray gostava , havia uma tensão palpável entre os empregados britânicos e os indianos da empresa (os primeiros eram muito melhor remunerados) e Ray sentia que "os clientes geralmente eram estúpidos". 

Por volta de 1943, Ray passou a trabalhar na Signet Press, uma nova editora criada por D. K. Gupta. Gupta pediu a Ray que criasse designs de capa para os livros publicados pela Signet Press e deu-lhe completa liberdade artística. Ray desenhou capas de vários livros, incluindo "Maneaters de Kumaon", de Jim Corbett, e "Discovery of India", de Jawaharlal Nehru. Trabalhou também na versão para crianças de "Pather Panchali", um romance bengali clássico de Bibhutibhushan Bandopadhyay, renomeado como "Am Antir Bhepu" ("O Assobio de Semente de Manga"). Ray foi profundamente influenciado por esta obra, que se tornou o assunto do seu primeiro filme. Além de projectar a capa, também ilustrou o livro. Muitas das suas ilustrações encontraram também o seu lugar como cenas do seu filme inovador.

Junto com Chidananda Dasgupta e outros, Ray fundou a Sociedade de Filmes de Calcutá em 1947, através da qual ele teve contacto com muitos filmes estrangeiros. Durante todo esse tempo, Ray continuou seriamente a observar e estudar filmes. Fez amizade com soldados americanos destacados para Calcutá durante a Segunda Guerra Mundial, que o foram informando sobre os mais recentes filmes americanos mostrados na cidade. Veio a conhecer um empregado da Força Aérea Real, Norman Clare, com quem compartilhava a paixão por filmes, xadrez e música clássica ocidental.

Em 1949, casou-se com Bijoya Das, sua prima e namorada de longa data. O casal teve um filho, Sandip, que, mais tarde, se tornou, também, num realizador de cinema. No mesmo ano, Jean Renoir veio para Calcutá filmar o seu filme "O Rio" ("The River"). Ray ajudou-o a encontrar locações na zona rural (rapperage). Foi então que Ray comentou com Renoir a sua idéia de filmar "Pather Panchali", que estava na sua mente há algum tempo, e Renoir encorajou-o a levar o projecto adiante.

Em 1950, Ray foi enviado a Londres por D. J. Keymer para trabalhar no escritório da empresa que tinham na capital inglesa. Durante os seus três meses em Londres, viu 99 filmes. Entre estes estava o já referido "Ladri di biciclette" [Ladrões de bicicleta] (1948), de Vittorio De Sica, que teve um profundo impacto sobre ele. Ray disse mais tarde que saiu da sala de projecção determinado a se tornar num cineasta.




Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.


T O P    F I V E   (Recomendado)


O Lamento da Vereda (1955)

O Mundo de Apu (1959)

Charulata (1964)

O Jogador de Xadrez (1977)

Agantuk (1991)



domingo, 18 de maio de 2014

Gene Tierney (1920–1991)





Gene Eliza Tierney - nascida em Nova Iorque, a 19 de Novembro de 1920, e falecida em  Houston (Texas), a 6 de Novembro de 1991 - foi uma actriz norte-americana.

Mulher belíssima, nascida em uma família de posses, estudou nas melhores escolas da costa leste dos Estados Unidos e da Suíça. Foi casada com o estilista francês Oleg Cassini, com quem teve duas filhas: Antoinette Daria Cassini (1943-2010) e Christina Cassini (1948-).  

Em 1957, foi hospitalizada em consequência de uma depressão, causada pelo fracasso do seu casamento com Cassini e ao facto da sua filha mais velha ter nascido com atraso mental, por ter contraído rubéola nos primeiro tempos da gravidez.

Gene Tierney morreu em consequência de um enfisema, duas semanas antes de completar 71 anos de idade. 

Iniciou a carreira artística no teatro, em 1938. O seu primeiro filme foi "The Return of Frank James", em 1940. Outros filmes importantes de sua carreira foram "Tobacco Road" (1941), dirigido por John Ford; Sundown (1941), de Henry Hathaway; "The Shanghai Gesture" (1941), de Josef von Sternberg; "Heaven Can Wait" (1943), de Ernst Lubitsch; "Laura" (1944), de Otto Preminger; "Leave Her to Heaven" (1945), de John M. Stahl; "The Razor's Edge" (1946), com Tyrone Power e Anne Baxter; "The Ghost and Mrs. Muir" (1947), de Joseph L. Mankiewicz; "Whirlpool" (1949), de Otto Preminger; "Night and the City" (1950), de Jules Dassin; "On the Riviera" (1951), de Walter Lang; "Plymouth Adventure" (1952), com Spencer Tracy; "Never Let Me Go" (1953), com Clark Gable; "The Left Hand of God" (1955), de Edward Dmytryk; "Advise & Consent" (1962), com Henry Fonda; "Toys in the Attic" (1963), de George Roy Hill.

A sua última participação na indústria cinematográfica foi na mini série televisiva "Scruples", em 1980.

Em 1946, foi nomeada ao Óscar da Academia, na categoria de melhor actriz pela sua actuação em "Leave Her to Heaven", de 1945. Tem uma estrela no Passeio da Fama, em 6125 Hollywood Blvd.





Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.


T O P    F I V E   (Recomendado)


O Céu Pode Esperar (1943)

Laura (1944)

Amar Foi a Minha Perdição (1945) 

O Fantasma Apaixonado (1947) 

Foragidos da Noite (1950)



sábado, 17 de maio de 2014

Anthony Quinn (1915–2001)





Anthony Quinn - nascido Antonio Rudolfo Oaxaca Quinn, em Chihuahua, a 21 de Abril de 1915, e falecido em Boston, a 3 de Junho de 2001 -  foi um premiado actor norte-americano, nascido no México. Está creditado, como actor, em 166 filmes!

Pai de treze filhos, naturalizou-se cidadão dos Estados Unidos nos anos 1940. Antes de iniciar a sua carreira como actor trabalhou como açougueiro e praticou boxe Chegou também a estudar arquitectura. Ganhou o seu segundo Óscar por uma participação de apenas oito minutos, tempo total de todas as suas cenas em "Sede de Viver". É o vencedor do Óscar que mais filmes fez, comparado com os outros vencedores do Óscar de melhor actor. Foram 46 no total, sendo 28 com actores vencedores do Óscar e 18 com actrizes vencedoras desse prémio. Possui uma estrela no Passeio da Fama, localizado em 6251 Hollywood Boulevard. 

Anthony Quinn talvez seja o actor que mais papéis diversificados fez, e caracterizou-se por representar personalidades famosas: foi Barrabás e o magnata grego Onassis. Dentre outros gregos que interpretou, talvez "Zorba" tenha sido o seu papel mais carismático. Mas houve mais gregos: o pai de família problemático em "Um sonho de Reis" e o combatente de "Canhões de Navarone". Foi também esquimó ("Sangue sobre a neve", 1960) e toureiro ("Sangue e Areia", 1941).

No filme "A Vigésima Quinta Hora", que demonstra o absurdo das ideias nazistas, faz o papel de um romeno católico que foi preso como judeu, cigano, revoltoso e até como um dos modelos perfeitos da genética ariana. Ainda interpretou os papéis de índio norte-americano, mexicano condenado ao linchamento ("Consciências Mortas") e mafioso italiano. A sua versatilidade em cena e a extensa carreira tornaram-no num dos maiores actores da história do cinema.

Recebeu duas indicações ao Óscar de Melhor Actor Principal, por suas actuações em "A Fúria da Carne" (1957) e "Zorba, o Grego" (1964).

Ganhou dois Óscares de Melhor Actor Secundário, por suas actuações em "Viva Zapata!" (1952) e "Sede de Viver" (1956).

Recebeu uma nomeação ao Globo de Ouro de Melhor Actor em cinema (drama), por "Zorba, o Grego" (1964).

Recebeu uma nomeação ao Globo de Ouro de Melhor Actor em Comédia/Musical, por "O Segredo de Santa Vitória" (1969).

Recebeu uma nomeação ao Globo de Ouro de Melhor Actor Secundário - Filme para TV, por "Gotti - No Comando da Máfia" (1996).

Ganhou o Prêmio Cecil B. DeMille, em 1987.

Recebeu duas nomeações ao BAFTA de Melhor Actor, por "Lawrence da Arábia" (1962) e "Zorba, o Grego" (1964).

Pela negativa, recebeu também uma nomeação aos Framboesa de Ouro (Razzies) como Pior Actor Secundário, em "Império do Crime" (1991).




Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.


T O P    F I V E   (Recomendado)


A Estrada (1954)

Os Canhões de Navarone (1961)

Zorba,, o Grego (1964)

A Vigésima Quinta Hora (1967)

As Sandálias do Pescador (1968)




sexta-feira, 16 de maio de 2014

Federico Fellini (1920–1993)





Federico Fellini - nascido em Rimini, a 20 de Janeiro de 1920, e falecido em Roma, a 31 de Outubro de 1993 - foi um dos mais importantes cineastas italianos de todos os tempos.

Fellini ficou eternizado pela poesia dos seus filmes, que, mesmo quando faziam sérias críticas à sociedade, não deixavam a magia do cinema desaparecer. Fellini ficou famoso pela estrutura cult dos seus filmes. Geralmente, criticava o totalitarismo, marxismo, Igreja Católica - Fellini, no entanto, chegou, às vezes, até a elogiá-la apesar das críticas que lhe fazia - capitalismo e a influência americana nos costumes de outros países, principalmente em Itália.

Trabalhou as suas trilhas sonoras, na grande maioria das vezes, com o grande compositor Nino Rota.

Federico Fellini, foi mesmo condecorado Cavaleiro da Grande Cruz (título de honra concedido pelo Governo Italiano.. Conhecido pelo estilo peculiar que funde fantasia e imagens barrocas, é considerado uma das maiores influências cinematográficas e um dos mais admirados realizadores do século XX.

Em Agostol de 1918, a sua mãe, Ida Barbiani (1896 - 1984), casou-se com um vendedor viajante chamado Urbano Fellini (1894 - 1956) numa cerimónia civil (com a cerimónia religiosa no mês de Janeiro seguinte). Federico Fellini era o mais velho de três filhos (depois vieram Riccardo e Maria Maddalena). Urbano Fellini era natural de Gambettola, onde, por muito tempo, Federico costumava passar as férias na casa dos avós.

Nascido e criado em Rimini, as experiências de sua infância vieram a constituir uma parte vital em muitos de seus filmes, em particular em "Os Inúteis", de 1953; "8½" (1963) e "Amarcord" (1973). Porém, é errado pensar que todos os seus filmes contêm autobiografias e fantasias implícitas. Amigos próximos, como os argumentistas de televisão Tulio Pinelli e Bernardino Zapponi, o cinematógrafo Giuseppe Rotunno e o designer de cenário Dante Ferretti, afirmam que Fellini "convidava as suas próprias memórias pelo simples prazer de as narrar nos seus filmes".

Durante o regime fascista de Mussolini, Fellini e seu irmão Riccardo fizeram parte de um grupo fascista que era obrigatório para todos os rapazes da Itália: o "Avanguardista". Ao se mudar para Roma, em 1939, conseguiu um trabalho bem remunerado escrevendo artigos num programa semanal satírico muito popular na época – o Marc’Aurelio. Foi nesse período que entrevistou o afamado actor Aldo Fabrizi, dando início a uma amizade que se estendeu para a colaboração profissional e um trabalho em rádio. Numa época de alistamento compulsivo, desde 1939, Fellini conseguiu evitar ser convocado usando de artifícios e truques de grande perspicácia. O biógrafo Tulio Kezich comenta que, apesar da época feliz do Marc’Aurelio, a felicidade mascarava uma época imoral de apatia política. Muitos que viveram os últimos anos sob o regime de ditadura de Mussolini, vivenciaram uma esquizofrênica imposição de lealdade ao regime fascista e uma liberdade pura no humor.

Fellini conheceu a sua esposa, a actriz Giulietta Masina, em 1942, casando-se no ano seguinte, a 30 de Outubro. Assim começa uma grande parceria criativa no mundo do cinema. Em 22 de Março de 1945, Giulietta caiu da escada e sofreu complicações na sua gravidez, resultando num parto prematuro e complicado de um menino que ganhou o nome de Pierfederico ou Federichino (Federiquinho), mas que faleceu com um mês e dois dias de vida. Tragédias familiares sempre os afectaram profundamente, como é percebido na concepção do clássico "A Estrada" de 1954.

Fellini foi também um cartunista talentoso. Produziu desenhos satíricos a lápis, aguarela, canetas hidrocor que percorreram a América do Norte e Europa, e hoje são de grande valia para coleccionadores (muitos de seus rascunhos foram inspirados durante a produção dos filmes, estimulando ideias de decoração, guarda-roupa, projecto do set de filmagens, etc.). 

Com a queda do fascismo, a 25 de Julho de 1943, e a libertação de Roma pelas tropas aliadas,a 4 de Junho de 1944, num verão eufórico, Fellini e seu amigo De Seta inauguraram o Shopping das Caretas, desenhando caricaturas dos soldados aliados por dinheiro. Foi quando Roberto Rossellini tomou conhecimento do projecto intitulado "Roma, Cidade Aberta" (1945) de Fellini e foi ao seu encontro, pois queria ser apresentado a Aldo Fabrizi e colaborar no argumento do filme,  juntamente com Suso Cecchi D'Amato, Piero Tellini e Alberto Lattuada. Fellini aceitou. Em 1948, Fellini actuou, mais tarde, no filme de Roberto Rossellini "Il Miracolo", com Anna Magnani. Para actuar no papel de um vigarista que é confundido com um santo. Fellini teve de tingir o seu cabelo de loiro.

Fellini também escreveu textos para shows de rádio e textos para filmes, mais notavelmente para Rossellini, Pietro Germi, Eduardo De Filippo e Mario Monicelli. Também escreveu inúmeras anedotas, muitas vezes sem ser créeitado, para conhecidos comediantes como Aldo Fabrizi. Uma fotonovela de Fellini, chamada "Uma Viagem para Tulum", foi publicada na revista Crisis, com arte de Milo Manara, e publicada como gibi pela Catalan Communications, no mesmo ano.

Nos anos de 1991 e 1992 trabalhou junto com o realizador canadiano Damian Pettigrew para ter o que ficou conhecida como "a mais longa e detalhada conversa jamais vista sobre filmes", que depois serviu de base para um documentário e um livro lançados anos mais tarde: "Fellini: Eu sou um grande Mentiroso". Tullio Kezich, crítico de filme e biógrafo de Fellini descreveu esses trabalhos como sendo "O Testamento Espiritual do Maestro".

Em 1993, recebeu um Óscar de Honra em reconhecimento de suas obras que chocaram e divertiram audiências mundo afora. No mesmo ano, morreu de ataque cardíaco, em Roma, aos 73 anos (um dia depois de completar cinquenta anos de casado). A sua esposa, Giulietta, morreu seis meses depois, de cancro de pulmão, a 23 de Março de 1994. Giulietta, Fellini e Pierfederico estão enterrados no mesmo túmulo de bronze esculpido por Aldo Pomodoro. Em formato de barco, o túmulo está localizado na entrada do cemitério de Rimini – sua cidade natal.
O aeroporto da cidade de Rimini também recebeu seu nome.

"Mulheres e Luzes" ("Luci del varietà"), de 1950, foi o primeiro filme de Fellini co-dirigido pelo experiente drealizaor Alberto Lattuada. Era uma comédia charmosa sobre uma turma de saltimbancos itinerantes. O filme foi muito estimulante para Fellini, na época com trinta anos, mas a sua fraca distribuição e críticas fracas tornaram o filme um motivo de preocupação e um desastre que levou a produtora à falência, deixando Fellini e Lattuada com dívidas que se estenderam por uma década.

O primeiro filme que Fellini dirigiu sozinho foi "Abismo de um sonho" ("Lo sceicco bianco", (1952), "estrelado" por Alberto Sordi. O filme é uma "releitura" de uma fotonovela - comuns na Itália daquela época - de Michelangelo Antonioni, produzida em 1949. O produtor Carlo Parlo Ponti pagou a Fellini e Tullio Pinelli para desenvolverem a trama, mas achou o material muito complexo. Assim, o filme foi passado para Alberto Lattuada, que também recusou. Fellini resolveu então aceitar o desafio e dirigiu o filme sozinho.

Ennio Flaiano (que também co-escreveu "Mulheres e Luzes") trabalhava um novo texto com Fellini e Pinelli. Juntos moldaram um conto de um casal recém-casado cujas aparências de respeito são devastadas por fantasias da esposa inexperiente (papel muito bem retratado por Brunella Bovo). Pela primeira vez, Fellini e o compositor Nino Rota trabalharam juntos numa produção cinematográfica. Encontraram-se em Roma, em 1945, e a parceria durou com sucesso até a morte de Rota durante o making of do filme "Cidade das Mulheres", em 1980. Essa relação artística foi "memoravelmente" descrita como mágica, empática e irracional.

Em 1961, Fellini descobriu através de um psicanalista os livros de Carl Jung. As teorias de Jung de anima e animus, o papel dos arquétipos e do colectivo inconsciente foram vigorosamente explorados no filme "8½", "Julieta dos Espíritos", "Satyricon", "Casanova" e "Cidade das Mulheres".

O reconhecido e aclamado Fellini ganhou quatro Óscares na categoria de melhor filme estrangeiro,uma Palma de Ouro no Festival de Cannes com o filme "A Doce Vida", considerado um dos filmes mais importantes do cinema e dos anos 1960. Foi neste filme que surgiu o termo "Paparazzo", que era um fotógrafo amigo de Marcello Rubini, interpretado por Marcello Mastroianni.

Os filmes de Fellini renderam-lhe muitos prémios, dentre eles: quatro Oscars, dois Leões de Prata, uma Palma de Ouro, o prémio do Festival Internacional de Filmes de Moscovo e, em 1990, o prestigiado Prémio Imperial, concedido pela Associação de Arte do Japão, que é considerado como um Prémio Nobel. Este prémio, abrange cinco disciplinas: pintura, escultura, arquitectura, música e teatro/filme. Com este prémio, Fellini juntou-se a nomes como Akira Kurosawa, David Hockney, Balthus, Pina Bausch, e Maurice Béjart.

Com uma combinação única de memória, sonhos, fantasia e desejo, os filmes de Fellini têm uma profunda visão pessoal da sociedade, não raramente colocando as pessoas em situações bizarras. Existe um termo "Felliniesco" que é empregado para descrever qualquer cena que tenha imagens alucinogénas que invadam uma situação comum.

Grandes cineastas contemporâneos como Woody Allen, David Lynch, Girish Kasaravalli, David Cronenberg, Stanley Kubrick, Martin Scorsese, Tim Burton, Pedro Almodóvar, Terry Gilliam e Emir Kusturica já disseram ter grandes influências de Fellini nos seus trabalhos. Woody Allen, em particular, já usou o imaginário e temas de Fellini em vários de seus filmes: "Memórias" evoca "8½", e "Os Dias da Rádio" é remanescente de "Amarcord", enquanto "Broadway Danny Rose" e "A Rosa Púrpura do Cairo" inspirados em "Mulheres e Luzes" e "Abismo de um Sonho" respectivamente.

O cineasta polaco Wojciech Has, autor dos filmes "O manuscrito encontrado em Saragoça" (1965) e "Sanatorium Pod Klepsydrą" (The Hour-Glass Sanatorium - 1973), são notáveis exemplos de fantasia modernista, tendo sido comparado a Fellini pela "Luxúria pura de suas imagens".

O cantor escocês de rock progressivo Fish lançou em 2001 um álbum de nome "Fellini Days", com letras e músicas totalmente inspiradas nos filmes de Fellini.
O trabalho de Fellini inspirou fortemente musical e visualmente a banda "B-52’s", que revelaram que o estilo de cabelos bufantes e de roupas futuristas e retro que adoptaram vem de filmes como "8½", por exemplo. A inspiração em Fellini sente-se também no último álbum da banda, intitulado "Funplex", (2008) com uma música que leva o nome de um de seus filmes "Juliet of the Spirits", ou, "Julieta dos Espíritos" ("Giulietta Degli Spiriti, 1965)".


Prémios e nomeações

Óscares

1993 - Oscar Honorário

Nomeações:

Melhor Realizador
1960 - A Doce Vida
1963 - 8½
1969 - Satyricon
1974 - Amarcord

Melhor Argumento Original

1946 - Roma, Cidade Aberta, Paisá
1953 - Os Inúteis
1954 - La Strada
1960 - A Doce Vida
1963 - 8½
1974 - Amarcord

Melhor Argumento Adaptado

1976 - Casanova


Golden Globe Awards Globos de Ouro

Melhor Filme em Língua Estrangeira

1963 - 8½


Prêmio Bodil

Melhor Filme Estrangeiro

1954 - A esttrada
1963 - 8½
1974 - Amarcord


BAFTA

Melhor Filme

1960 - A Doce Vida

Nomeações 

Melhor Filme Estrangeiro
1986 - Ginger e Fred

Melhor Direção de Arte
1976 - Amarcord


Prêmio César

Nomeações
1987 - Entrevista


Prêmio David di Donatello

Medalha Cidade de Rome e Prêmio René Clair
1986 - Ginger e Fred

Melhor Argumento e Prêmio Luchino Visconti
1983 - O Navio


Festival de Cannes

Palma de Ouro
1960 - A Doce Vida

Prémio de 40º Aniversário do Festival de Cannes
1987 - Entrevista

Grande Prémio Técnico
1972 - Roma de Fellini

Prémio OCIC - Menção Especial
1957 - Noites de Cabíria


Festival de Veneza

Leão de Prata
1953 - Os Inúteis
1954 - A Estrada

Carreira Leão de Ouro (1985)


Prêmios do Cinema Europeu
Prêmio pelo Conjunto da Obra


Festival Internacional de Moscovo

Prêmio Grand Prix
1963 - 8½




Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.


T O P    F I V E   (Recomendado)


A Estrada (1954)

A Doce Vida (1960)

Fellini Oito e Meio (1963)

Julieta dos Espíritos (1965)

Amarcord (1973)



quinta-feira, 15 de maio de 2014

Virginia Mayo (1920–2005)





Virginia Mayo - nascida em Saint Louis (Missouri), a 30 de Novembro de 1920, e falecida em Thousand Oaks (Califórnia), a 17 de Janeiro de 2005 - foi uma actriz norte-americana.

Filha de um jornalista, Virginia desde cedo manifestou interesse pela vida artística. Assim, aos seis anos, foi matriculada na escola de arte dramática de uma de suas tias. Quando acabou o liceu, em 1937, já cantava na St. Louis Municipal Opera e participava em montagens do teatro amador, interpretando inclusive Shakespeare. Foi dançarina de vaudeville por três anos, até ser descoberta por um "olheiro" da Metro quando se apresentava na Broadway. Assinou contrato com Samuel Goldwyn, que, inicialmente, a colocou no seu grupo de coristas: as "Goldwyn Girls". Após várias figurações, Virginia interpretou um dos personagens secundários de "Jack London", de 1943, biografia romanceada do famoso escritor, estrelada pelo seu futuro marido Michael O'Shea.

Dona de uma beleza esfuziante em seus traços regulares, cabelos louros acinzentados e límpidos olhos verdes, Virginia foi verdadeiramente lançada no ano seguinte, ao lado de Bob Hope, no sucesso "The Princess and the Pirate". Com a popularidade estabelecida, actuou em "Wonder Man (1945), o primeiro de uma sequência de cinco bem-sucedidos filmes com Danny Kaye e teve um papel importante, como a esposa infiel de Dana Andrews, no premiado drama "The Best Years of Our Lives" (1946). Brilhou também em "The Secret Life of Walter Mitty" (1947), outra das suas comédias com Danny Kaye e no filme noir "White Heat", como a esposa traiçoeira de James Cagney.

Apesar de nunca ter sido uma actriz que dominasse todas as subtilezas da profissão,Virginia continuou adorada pelas plateias no decorrer da década de 1950, actuando ao lado de grandes estrelas, como Burt Lancaster, Gregory Peck, Alan Ladd e Paul Newman, geralmente em filmes B de acção e aventura, dramas de crime, comédias e musicais. Já os amantes de westerns foram brindados com nada menos que doze produções, com destaque para "Along the Great Divide"(1951), com Kirk Douglas, e "The Proud Ones" (1956), com Robert Ryan. Entretanto, à medida que a década chegava ao fim, Virginia foi diminuindo o ritmo de trabalho. Apareceu um pouco na televisão, geralmente em séries como "Police Story" e "Murder She Wrote".

Em 1947, casou-se com Michael O'Shea, com quem viveu até a morte deste, em 1973, e com quem contracenou no cinema, TV, rádio e teatro. Tiveram uma única filha, Catherine Mary. O casal vivia a maior parte do tempo em Thousand Oaks, Califórnia, onde Virginia faleceu a 17 de Maio de 2005, vitimada por uma pneumonia




Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.


T O P    F I V E   (Recomendado)



A Princesa e o Pirata (1944)

Os melhores Anos das Nossas Vidas (1946)

O Homem das Sete Vidas (1947)

Fúria Sanguinária (1949)

Epopeia nos Mares (1951)



Alec Guinness (1914 – 2000)





Sir Alec Guinness - nascido em Londres, a 2 de Abril de 1914, e falecido em West Sussex, a 5 de Agosto de 2000 - foi um carismático e popular actor britânico. Recebeu o título de Sir em reconhecimento pela sua actuação no cinema*
.
Foi nomeado ao Óscar de Melhor Actor em 1953 pelo filme "O Mistério da Torre" e, em 1957, tendo vencido pelo seu papel em "A Ponte do Rio Kwai". Foi também nomeado ao Óscar de Melhor Actor Secundário, em 1978, por "Star Wars" e, em 1989, por "Little Dorrit". Em 1980 recebeu um "Óscar Honorário" em reconhecimento pela suas memoráveis actuações nas telas de cinema. Em 1959 foi também nomeado ao Óscar de melhor argumento do filme "The Horse's Mouth", uma adaptação de romance de Joyce Cary. Foi também premiado no BAFTA, no Globo de Ouro, no Festival de Berlim e no Festival de Veneza, entre inúmeros outros prémios e nomeações recebidas ao longo de sua carreira.

Tem uma estrela no Passeio da Fama, em 1551 Vine Street.

* Foi também galardoado com a Ordem dos Companheiros de Honra (em inglês: Order of the Companions of Honour) que é uma ordem britânica e da Commonwealth. Foi fundada pelo rei Jorge V, em Junho de 1917, como uma recompensa por realizações proeminentes nas artes, literatura, música, ciência, política, indústria ou religião. Como se não chegasse, recebeu ainda a Mui Excelente Ordem do Império Britânico (em inglês: Most Excellent Order of the British Empire) que é uma ordem de cavalaria estabelecida a 4 de Junho de 1917, também por Jorge V.




Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.



T O P    F I V E   (Recomendado)



A Ponte do Rio Kwai (1957)

Lawrence da Arábia (1962)

A Queda do Império Romano (1964)

Star Wars: Episódio IV - Uma Nova Esperança (1977)

O Império Contra-Ataca (1980)