segunda-feira, 30 de junho de 2014

Claude Chabrol (1930–2010)





Claude Henri Jean Chabrol - nascido em Paris, a 24 de Junho de 1930, e falecido na mesma cidade, a 12 de Setembro de 2010 - foi um realizador de cinema, produtor de filmes, actor e argumentista francês. 

Chabrol inaugurou a Nouvelle Vague e percorreu, com bom humor, meio-século de carreira, independente de qualquer escola. Era também um crítico reconhecido, engraçado, guloso, apreciador da boa cozinha e de bom vinho.

Fiho único - de Madeleine, nascida Delarbre, e de Yves Chabrol - nasceu, apesar das advertências dos médicos tinham recomendando o aborto aos seus pais, porque, estando a mãe grávida de três meses, foi descoberta inanimada, tal como o marido, por causa de um aquecedor defeituoso. Curiosamente, Claude Chabrol tratou da questão do aborto em vários filmes que fez ulteriormente.

Desde os 4 anos de idade, começou a frequentar as salas de cinema parisienses.
O seu pai, farmacêutico e Resistente francês, enviou o filho durante a Segunda Guerra Mundial para a casa da sua avó paterna, em Sardent, no departamento da Creuse. Mais tarde, Claude Chabrol contou que se tornou projeccionista numa sala de cinema que ele inventou aos 11 anos de idade, numa garagem desocupada. Na realidade, o cinema "sardentês" foi criado em 1942, pelo engenheiro Georges Mercier. Claude Chabrol terá inventado este episódio na biografia que Wilfrid Alexandre, escreveu sob o seu controle.

Regressado a Paris, após a Libertação da França ,Chabrol começou a estudar direito, período em que conheceu Jean-Marie Le Pen. Depois, sob a influência parental, começou a estudar farmácia, mas sem convicção, estudos que abandonou após haver "quadruplicado" o primeiro ano.

Atraído pelo cinema, entrou, em 1955, como auxiliar de imprensa na 20th Century Fox, porém continuou a trabalhar como crítico de cinema ao lado de François Truffaut e Jacques Rivette, seus solegas nos "Cahiers du Cinema", actividade que exerceu desde o início da Nouvelle Vague francesa. De 1953 a 1957, na revista fundada por André Bazin e Jacques Doniol-Valcroze, engajou-se na defesa da política dos autores , publicando em 1957, com Éric Rohmer, um livro sobre Alfred Hitchcock, o mestre do suspense, dos poucos realizadores que conseguiram impor o seu estilo ao sistema de Hollywood. 

Em seguida, conheceu alguém que foi muito importante para a sua carreira: o romancista Paul Gégauff, que viria a ser o seu argumentista. Paul era oriundo de um ambiente muito distante da educação burguesa de Chabrol , que lhe deixou marcas profundas e duradouras.

Neste ínterim, casou-se com Agnès, uma rica herdeira que o ajudou a financiar a criação da sua empresa de produção. Esta produtora começou com um filme de curta-metragem de Jacques Rivette, "Le Coup du berger", com o actor Jean-Claude Brialy. Em 1959, dirigiu o seu primeiro filme, "Le Beau Serge", em Sardent, filme que se tornou o manifesto inicial da Nouvelle Vague.

Divorciou-se, cinco anos depois, para casar com a actriz Stéphane Audran, começando uma frutuosa colaboração que durou até se separarem, em 1980. Durante este período, tornou-se um especialista da análise da burguesia francesa, criticando com veemência o conformismo que servia para dissimular a efervescência de vícios e de ódios. 

Quer no domínio da comédia feroz, quer no do filme policial, frequentemente associado ao roteirista Paul Gégauff, Claude Chabrol nunca deixou de assediar a hipocrisia, as baixezas e a estupidez com deleite ímpar e intensa alegria, nos quais participaram os seus actores predilectos: Stéphane Audran, Michel Bouquet e Jean Yanne. Chabrol compôs, assim, um retrato sem compromisso da França dos anos de 1970, áspero e corrosivo, onde predominam filmes como "'La Femme infidèle" ("A mulher infiel"), "Juste avant la nuit" ("Pouco antes da noite") ou "Les Biches" ("Os bichos").

No final da década de 1970, deu uma reviravolta na sua carreira e optou por assuntos mais eclécticos, perdendo, por vezes, uma parte da sua inspiração. 

Em 1983, casou- se, pela terceira vez, agora com Aurore Pajot, que se tornou a sua argumentista predilecta. A filha dela, Cécile Maistre, tornou-se sua assistente em muitos filmes. Chabrol atribuiu, frequentemente, papéis, ao filho mais novo, Thomas Chabrol, enquanto outro filho dele, Matthieu Chabrol, foi compositor da música dos seus filmes, a partir da metade do anos de 1980.

Chabrol recebeu, pelo conjunto da sua obra cinematográfica excepcional, o prémio René-Clair atribuído pela Académie française em 2005.

Claude Chabrol morreu, a 12 de Setembro de 2010, aos 80 anos, de complicações cardíacas e pulmonares. Foi sepultado no cemitério de Pèreachaise, após uma reunião de amigos e parentes na Cinémathèque française.




Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.


T O P    F I V E   (Recomendado)


A Mulher Infiel (1969)

O Carniceiro (1970)

O Grito do Mocho (1987)

Uma Questão de Mulheres (1988)

A Cerimónia (1995)





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