terça-feira, 1 de julho de 2014

Charlton Heston (1923–2008)






Charlton Heston, nome artístico de John Charles Carter, foi um actor norte-americano notabilizado no cinema por papéis heróicos em superproduções da época de ouro de Hollywood, como Moisés de "Os Dez Mandamentos", Judah Ben-Hur de "Ben-Hur", o lendário cavaleiro espanhol El Cid no filme homónimo e Robert Neville em "A Última Esperança da Terra".

Heston nasceu em Evanston (Illinois) a 4 de Outubro de 1923,e morreu em Beverly Hills (Califórnia), a 5 de Abril de 2008.

Quando tinha dez anos, Heston viu os seus pais divorciarem-se. Com o segundo casamento da sua mãe, com Chester Heston, a família mudou-se para um subúrbio de Chicago, tendo o actor adoptado o nome do padrasto. Na escola secundária, Charlton frequentou a cadeira de artes dramáticas e teve um resultado tão bom que recebeu uma bolsa em drama para "cursar" a universidade.

Em 1944, deixou os estudos e alistou-se na força aérea do exército, onde serviu como operador de rádio de bombardeiros B-25, nas Ilhas Aleutas, durante a Segunda Guerra Mundial. Atingiu a patente de sargento, e casou-se com uma colega de faculdade.

Após a guerra, o casal voltou para Nova Iorque onde Heston iniciou uma carreira de actor de teatro e começou a aparecer em papéis históricos como Macbeth e Marco Antônio & Cleópatra. Já usando o prenome de Charlton, interpretou o seu primeiro papel no cinema em "A Cidade Tenebrosa" ("Dark City"), em 1950, recebendo reconhecimento pela sua actuação e chamando a atenção para o seu porte.

Morreu a 5 de Abril de 2008, na sua residência de Beverly Hills, em Los Angeles, aos 84 anos. Sofria, desde 2002, de uma doença degenerativa com sintomas similares aos da Doença de Alzheimer. Encontra-se sepultado nocemitério Saint Matthew's Episcopal Church Columbarium, Pacific Palisades, Condado de Los Angeles, Califórnia nos Estados Unidos.

Em 1952, o filme "O Maior Espectáculo do Mundo", superprodução de Cecil B. DeMille ambientada no mundo do circo, transformou Heston numa estrela de primeira grandeza do cinema. A partir dai, o seu porte erecto, a sua altura e perfil musculoso, garantiram-lhe os papéis mais simbólicos nas superproduções dos anos 50 do cinema norte-americano.

O filme "Os Dez Mandamentos", de 1956, marcou a sua imagem como Moisés e, a partir dele, todos os grandes papéis heróicos e históricos encontraram em Heston o "actor ideal" para os representar. Nos anos 50 e 60, actuou em grandes sucessos como "55 Dias em Pequim", "El Cid", "Agonia e Êxtase" e "Ben Hur", entre outros, recebendo o Óscar de melhor actor pelo último, um dos onze recebidos pelo filme, que se manteve como o mais premiado pela Academia, em todos os tempos, até ser igualado, em 1997, por "Titanic" e, em 2003, por "O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei".

Em 1958, num trabalho diferente dos papéis históricos pelo qual ficaria marcado, fez parte do elenco de um dos mais elogiados filmes de Orson Welles, "A Sede do Mal", mostrando a sua capacidade de desempenhar grandes papeis em trabalhos mais artísticos, em filmes considerados "menores".

A passagem dos anos 60 para os 70 veria os seus últimos sucessos de público, e alguns de crítica. Heston, então um quase um cinquentão e com a sua imagem muito colada aos anos 50, numa época em que a contra-cultura e uma nova linguagem tomavam conta do cinema, trazendo com ela actores mais jovens para os principais filmes como Warren Beatty, Dustin Hoffman e Robert Redford. Filmes de ficção científica e de "grandes desastres", então em moda no cinema, ainda mantiveram Heston junto do topo nesta época: "O Homem Que Veio do Futuro" (1968), "O Último Homem na Terra" (1971) e "Terremoto" (1974).

A partir daí, os grandes papéis começaram a escassear e Heston passou a trabalhar em papéis secundários e pequenas aparições. A sua imensa popularidade nos Estados Unidos, porém, não diminuiu, e Heston fez diversos papéis nos anos seguintes em filmes para tv, para além de actuar em diversos filmes como narrador, sendo uma das vozes mais requisitadas do cinema. 

Em 2001, fez a sua mais notada participação em muitos anos, no remake de "O Planeta dos Macacos", de Tim Burton, como um velho macaco, pai do vilão do novo filme.

No passado, Charlton Heston era um liberal democrata e fazia campanhas para candidatos à presidência como Adlai Stevenson e John Kennedy. Activista pelos direitos civis aos negros, acompanhou Martin Luther King durante a Marcha pelos direitos civis a Washington, em 1963, chegando a usar uma faixa onde se lia “Todos os homens nascem iguais”.

Em 1968, após o assassinato do senador Robert Kennedy, apareceu num programa da tv americana, juntamente com Gregory Peck e Kirk Douglas, pedindo apoio para o presidente Lyndon Johnson e para a sua tentativa de aprovar no Congresso o "Acto a favor do controle de armas nos Estados Unidos". Anos mais tarde, "mudou de ideias", chegando mesmo a dizer que nessa ocasião "era jovem e tinha sido bobo e tolo".

Heston também ficou conhecido com um oponente do "macartismo" e da segregação racial nos Estados Unidos, que, segundo ele, apenas ajudavam a causa do comunismo mundial, além de ter sido um grande crítico de Richard Nixon, que considerava um desastre.

Entretanto, a partir dos anos 80, Heston passou a ostentar posições mais conservadoras, trocando o seu registo eleitoral, do Partido Democrata para o Partido Republicano, apoiando o que antes renegara, o "direito às armas de fogo", fazendo mesmo campanha para Ronald Reagan e os dois presidentes Bush.

Em 1998, tornou-se presidente da National Rifle Association (NRA), a poderosa entidade civil que luta para que seja mantido o direito do cidadão de comprar e ser portador de armas de fogo nos Estados Unidos e da qual era membro honorário vitalício. Como seu porta-voz, entre 1998 e 2003, ficou conhecido no país por fazer discursos radicais contra a extinção da segunda emenda da constituição que dá este direito aos cidadãos há mais de duzentos anos, além de se posicionar publicamente contra o aborto, legal nos Estados Unidos.





Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.


T O P    F I V E   (Recomendado)


O Maior Espectáculo do Mundo (1952)

Os Dez Mandamentos (1956)

A Sede do Mal (1958) 

Ben-Hur (1959) 

O Homem Que Veio do Futuro (1968) 



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