domingo, 11 de maio de 2014

Burt Lancaster (1913–1994)





Burton Stephen Lancaster, que ficou conhecido como Burt Lancaster, foi um actor e produtor de cinema norte-americano. Nasceu em Nova Iorque, a 2 de Novembro de 1913, e faleceu em Los Angeles, 20 de Outubro de 1994.

Burt viveu a sua infância no Spanish Harlem, um bairro pobre da cidade de Nova York, e os seus pais eram descendentes de protestantes Irlandeses.
Na sua juventude foi um craque de basquetebol e tinha um físico musculoso e 1,88 m de altura. Começou no circo como acrobata e, durante dez anos, actuou em feiras, circos e em shows de variedades com o Ringling Brothers.

Começou no cinema em 1946, trabalhando com o realizador Robert Siodmak, com quem faria ao todo três filmes. Começou por actuar em filmes de acção, thrillers e westerns, movendo-se gradualmente para papéis mais exigentes e sérios, até para o cinema europeu, à medida que ia ganhando prestígio. Participou em dezenas de filmes dos anos 1940 aos anos 1980 e o seu talento foi reconhecido quando ganhou o Óscar de melhor actor em 1960 pela interpretação de um caixeiro-viajante e ex-estudante de Teologia no filme "O Falso Profeta" ("Elmer Gantry"). Nesse mesmo ano, trabalhou com John Huston em "O Passado não Perdoa".

Foi nos anos 1950 que alcançou maior popularidade, tendo obtido a sua primeira nomeação ao Óscar de melhor actor, em 1953, pela sua actuação no filme "Até à Eternidade". Receberia ainda mais três nomeações: em 1960 pelo já citado "O Falso Profeta"; em 1962 por "O Homem de Alcatraz" e em 1980 por "Atlantic City". Além das interpretações dramáticas, Lancaster brilhou em filmes nos quais podia exibir a sua excelente forma atlética, como no drama "Trapézio" (1956).

Além da reputação de um actor sempre eficiente, Lancaster foi também um empresário ambicioso e bem sucedido, tendo realizado várias produções independentes com sucesso. O filme "Marty", vencedor do Óscar de 1955, foi produzido pela companhia de Harold Hecht e Burt Lancaster; Foi produzido com um pequeno orçamento, pois precisavam de um filme que "perdesse dinheiro", devido aos impostos. Mediante, porém, o sucesso obtido junto da crítica, investiram mais na promoção e na publicidade, e o filme foi um sucesso nos óscares e em Cannes.

Em 1962 ganhou o prémio de melhor actor no Festival de Veneza pela sua actuação em "O Homem de Alcatraz".
Além de actor e produtor, Burt Lancaster era também um empenhado activista liberal, falando várias vezes em nome das minorias. Em 1963, participou de uma marcha organizada por Martin Luther King e foi sempre um defensor das causas indígenas.

Também realizou dois filmes: "Homem até o fim", em 1955, e "O Homem da Meia-Noite", em 1974.

Protagonizou uma das cenas mais lembradas do cinema até hoje: o ardente beijo no mar com a actriz Deborah Kerr em "Até à Eternidade", um dos seus maiores sucessos no cinema.
Trabalhou com alguns dos maiores cineastas de seu tempo: Bernardo Bertolucci, Luchino Visconti, Louis Malle, John Frankenheimer, Stanley Kramer e John Huston. Construiu assim uma carreira sólida e é reconhecido como um dos maiores actores de sua geração.

Acredita-se que era bissexual, e teria tido relações com outros actores famosos como Cary Grant, Marlon Brando e Rock Hudson. Depois de uma operação de urgência ao coração, teve uma trombose cerebral em 1990, que o deixou numa cadeira de rodas. Morreu em Los Angeles, em 1994, de ataque cardíaco. Encontra-se sepultado em Westwood Memorial Park, Los Angeles, Condado de Los Angeles, Califórnia nos Estados Unidos. Possui uma estrela no Passeio da Fama.

Burt Lancaster ocupa a 19ª posição masculina na Lista das 50 Maiores Lendas do Cinema, divulgada pelo American Film Institute em 1999.

Foi a primeira escolha de Cecil B. DeMille para o papel de Sansão em "Sansão e Dalila". O papel ficou depois com o actor Victor Mature.

Em 1947 foi-lhe oferecido o papel de Stanley Kowalski na montagem original na Broadway de "Um Bonde Chamado Desejo", depois que a primeira opção para o papel, John Garfield, foi rejeitada por exigir uma parcela dos lucros da produção. Ele não aceitou o papel que ficou para Marlon Brando e fez dele uma lenda.

Não aceitou o papel principal em "Patton" (1970), por ser contrário ao envolvimento americano na Guerra do Vietnam, mas lutou para conseguir um papel no filme seguinte do argumentista de "Patton", Francis Ford Coppola, o de um certo "Don Corleone" no filme "O Padrinho". Ele ofereceu-se para fazer um teste e, mesmo com a Paramount interessada em dar-lhe o papel, Coppola preferiu escolher Marlon Brando. O curioso é que, tanto George C. Scott, escolhido para o papel de Patton, quanto Marlon Brando, como Don Corleone, ganharam (e recusaram) o Óscar de Melhor Actor pelos papéis.

Tentou obter financiamento durante quatro anos para o filme de Hector Babenco, "O Beijo da Mulher Aranha" (1985), baseado na novela de Manuel Puig, após Babenco lhe ter dado a novela na Cerimónia da Sociedade de Críticos de Cinema de Nova York, em 1981. Lancaster pretendia interpretar o papel de Molina, o cabeleireiro gay que divide a cela com Valentin, um prisioneiro político. No entanto, Lancaster sofreu um ataque cardíaco em Junho de 1983; com a idade de 70 anos, ele era essencialmente "insegurável". Teve de desistir de diversos papéis na época, inclusive deste. O filme foi rodado posteriormente, por menos de $1 milhão, com William Hurt vivendo o papel que seria de Lancaster. Hurt ganhou o Óscar de Melhor Actor por este papel.




Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.


T O P    F I V E   (Recomendado)


Até à Eternidade (1953)

Elmer Gantry - O Falso Profeta (1960)

O Leopardo (1963)

O Julgamento de Nuremberga (1961)

Atlantic City  (1980)



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