sábado, 8 de outubro de 2016

Tyrone Power (1914 1958)





Tyrone Edmund Power, Jr. - nascido em Cincinnati (Ohio), a 5 de Maio de 1914, e falecido em Madrid (Espanha), a 15 de Novembro de 1958) - creditado geralmente sob o nome Tyrone Power e conhecido, algumas vezes, como "Ty Power", foi um actor de cinema e de teatro norte-americano, que actuou em diversos filmes entre os anos 30 e 50, em papéis de capa-e-espada ou personagens românticos, como em "The Mark of Zorro", "Blood and Sand", "The Black Swan", "Prince of Foxes", "The Black Rose" e "Captain from Castile".

Nos anos 50, Power limitou os seus papéis no cinema, para dedicar algum tempo ao teatro. A sua grande chance teatral surgiu com "John Brown's Body" (poema) e com a peça "Mister Roberts. Power" morreu de um enfarte agudo do miocárdio, aos 44 anos.


Infância

Nascido em Cincinnati (Ohio), em 1914, foi o único filho do actor de cinema e teatro norte-americano (nascido inglês) Tyrone Power, Sr., e de Helen Emma "Patia" Reaume. Power era descendente de uma longa linhagem de actores de teatro, entre eles o seu bisavô, o actor e comediante irlandês Tyrone Power (1795-1841). Tinha sangue francês por parte de seus pais, que descendiam de católicos franceses do Canadá por parte da família Reaume, de sua mãe, e de protestantes huguenotes, por parte de sua avó paterna Lavenu e Blossett. Por parte da sua bisavó paterna, Anne Gilbert, Power era aparentado com o actor Laurence Olivier; por parte da sua avó paterna, a actriz Ethel Lavenu, era aparentado com o escritor Evelyn Waugh, e por parte do primo do seu pai, Norah Emily Gorman Power, era aparentado com o director de teatro Sir William Tyrone Guthrie, fundador do Stratford Theatre, no Canadá e do Tyrone Guthrie Theatre, em Minneapolis, Minnesota.

Durante o seu primeiro ano de vida, Tyrone viveu em Cincinnati. O seu pai ficava ausente por longos períodos, devido à temporada de teatro em Nova Iorque. Tyrone era uma criança doentia, e o médico sugeriu à sua família que o clima da Califórnia lhe poderia fazer bem. Assim sendo, a família mudou-se para lá em 1915, e a irmã de Tyrone, Anne, já nasceu na Califórnia, em 26 de Agosto de 1915. Os seus pais actuaram juntos no teatro e, em 1917, realizaram o filme "The Planter". Tyrone Power, Sr., que mais tarde se tornou conhecido, acabou indo, devido à sua carreira, para Nova Iorque. Os Powers divorciaram-se por volta de 1920.

Após o divórcio, Patia Power trabalhou como actriz de teatro. Em 1921, aos 7 anos, o jovem Tyrone apareceu ao lado de sua mãe em La Golondrina, em São Gabriel, Califórnia. Alguns anos mais tarde, a família voltou para Cincinnati, ao lado da tia de Patia, Helen Schuster Martin, fundadora da Schuster-Martin School of Drama. Power cresceu ao lado dos seus dois primos, Roberta e William [Bill], e da tia de sua mãe, Helen; estudou na escola católica de Cincinnati e graduou-se na Purcell Marian High School, em 1931.


Carreira

Anos 30

Tyrone Power associou-se ao seu pai no verão de 1931, após terem ficado algum tempo separados devido ao divórcio. O seu pai teve um enfarte agudo do miocárdio em Dezembro de 1931, morrendo nos braços do filho, enquanto preparava a performance para "The Miracle Man". Tyrone Power, Jr., como ele era então conhecido, decidiu continuar na carreira artística. Foi de porta em porta, em busca de um trabalho como actor, mas não conseguiu. Em 1932, apareceu numa ponta em "Tom Brown of Culver", um filme estrelado por Tom Brown e foi extra no filme "Flirtation Walk". Frustrado, aceitou o conselho de um amigo, Arthur Caesar, e partiu para Nova Iorque em busca de experiência teatral.

Durante a sua viagem para Nova Iorque, parou em Chicago, onde o seu amigo, Don Ameche, o convenceu a trabalhar um tempo no rádio. Percebendo que não tinha habilidade para tal actividade, Power partiu novamente para Nova Iorque, onde conheceu Katharine Cornell, a grande actriz de teatro, que o indicou para substituir Burgess Meredith na peça "Flowers of the Forest". Posteriormente, Cornell colocou-o no papel de Benvolio em "Romeu e Juliet". Nessa época, Hollywood observouo, oferecendo-lhe um teste para o cinema. Katharine Cornell aconselhouo a não ir para Hollywood sem antes ter alguma experiência teatral, e Tyrone Power aceitou o conselho. Cornell deu-lhe um papel substancial na sua próxima peça, "St. Joan". Novamente Hollywood se interessou e ofereceu-lhe o teste. Cornell disse-lhe que agora estava “pronto”.

Tyrone Power foi para Hollywood em 1936, e assinou contrato com a 20th Century-Fox. No entanto, não viu ser-lhe reconhecido o seu talento por algum tempo, e teve uma falsa esperança quando foi escalado para "Sing Baby Sing", a pedido de Alice Faye, uma estrela do estúdio. O realizador, Sidney Lanfield, não reconheceu o seu potencial e tirou-o do elenco do filme, alegando que ele nunca se tornaria um actor. Faye interveio novamente, e convenceu o estúdio a dar-lhe uma chance. Conseguiu um pequeno papel em "Girls' Dormitory", e nesse filme conquistou várias fãs, entre elas Hedda Hopper. Posteriormente, Power fez um papel maior em "Ladies in Love", estrelado por Janet Gaynor, Constance Bennett e Loretta Young. Ao perceber que a 20th Century-Fox não o considerava entre as suas opções, Tyrone Power foi ao escritório do realizador, Henry King, para lhe perguntar sobre a possibilidade de um papel de destaque. King ficou impressionado com ele e insistiu para que fizesse um teste para "Lloyd's of London", um papel que já era de Don Ameche. A despeito das reservas de Darryl F. Zanuck, foi decidido dar a Power o papel no filme, o qual era dirigido por Henry King, e a editora da Fox, Barbara McLean, convenceu-o de que Power tinha mais presença em cena do que Don Ameche. Foi para a estreia do filme como um desconhecido, e saiu como uma estrela, iniciando aí o seu sucesso cinematográfico.

Tyrone Power esteve em evidência de 1936 até 1943, quando a sua carreira foi interrompida para o serviço militar. Nessa época, estrelou comédias românticas "Ice" e "Day-Time Wife"; dramas: "Suez", "Blood and Sand", "Son of Fury: The Story of Benjamin Blake","The Rains Came" e "In Old Chicago"; musicais: "Alexander's Ragtime Band", "Second Fiddle" e "Rose of Washington Square"; western: "Jesse James" (1939) e "Brigham Young"; filmes de Guerra: "Yank in the R.A.F." e "This Above All"; capa-e-espada: "The Mark of Zorro" e "The Black Swan". "Jesse James" foi um grande sucesso, mas recebeu muitas críticas pela "glamourização" do famoso fora-da-lei. O filme foi feito em torno de Pineville, Missouri, e foi o primeiro filme Technicolor de Power. Na sua carreira, fez 16 filmes a cores, incluindo o que estava fazendo quando morreu. Foi emprestado uma vez, para a MGM, para fazer "Marie Antoinette". Zanuck ficou irritado porque a MGM usou a maior estrela da Fox num papel secundário, e nunca mais o emprestou. Power foi aventado para o papel de Ashley Wilkes em "Gone with the Wind", Joe Bonaparte em "Golden Boy", Paris em "King's Row"; além disso, Harry Cohn convidou-o para diversos filmes; e esteve nos planos de Norma Shearer para a produção de "The Love of the Last Tycoon.

Power foi considerado a segunda maior bilheteira de 1939, só superado por Mickey Rooney.


Anos 40

Em 1940, a carreira de Tyrone Power tomou uma direcção dramática, quando o filme "The Mark of Zorro" foi realizado. Power fez o papel de Don Diego Vega, durante o dia, e de Zorro, durante a noite. O papel fora feito, anteriormente, por Douglas Fairbanks, em 1920, num filme com o mesmo título. A actuação de Power foi excelente, e a 20th Century Fox colocou-o no elenco em filmes de capa-e-espada nos anos seguintes. Power foi um excelente espadachim, e a cena do duelo em "The Mark of Zorro" é considerada uma das melhores da história do cinema. O grande espadachim de Hollywood, Basil Rathbone, que actuou com ele em "The Mark of Zorro", comentou: "Power was the most agile man with a sword I’ve ever faced before a camera. Tyrone could have fenced Errol Flynn into a cocked hat".

A despeito de se manter activo no cinema fazendo filmes para a 20th Century-Fox, Tyrone Power dedicou um tempo ao rádio e ao teatro. Actuou com a sua esposa, Annabella, em diversos programas de rádio, incluindo as peças "Blood and Sand", "The Rage of Manhattan" e "Seventh Heaven"; também actuou com ela na peça "Liliom", em Country Playhouse, Westport, Connecticut, em 1941. Trabalhou também ao lado de Humphrey Bogart, Jeanne Crain, Loretta Young, Alice Faye e Al Jolson.

A carreira de Tyrone Power foi interrompida em 1943, para o serviço militar. Entrou para os U.S. Marines em 1942, mas quando voltou, foi requisitado pela 20th Century-Fox para completar mais um filme, "Crash Dive", em 1943, um patriótico filme de guerra. Ele foi creditado como Tyrone Power, U.S.M.C.R., e o filme serviu, como muitos da época, para o recrutamento de soldados para a guerra.

Anne Baxter foi uma das actrizes que actuou com ele no cinema e no teatro. Em 1946, contracenou com Gene Tierney e Anne Baxter em "The Razor's Edge", uma adaptação da novela homónima de W. Somerset Maugham.

O seu trabalho seguinte foi o film noir "Nightmare Alley" (1947); Darryl F. Zanuck estava relutante em permitir que Power fizesse o filme, pois a sua aparência marcante e charme eram usados como marketing pelo estúdio, e Zanuck temia que o papel sombrio pudesse prejudicar a imagem de Power. Zanuck acabou aceitando, mas dispensou para um “filme A” os recursos que normalmente daria a um filme B. O filme foi dirigido por Edmund Goulding, e, apesar de ter morrido na bilheteira (Zanuck não fez publicidade e removeu-o do lançamento), Power recebeu as mais favoráveis críticas da sua carreira. O filme foi lançado em DVD em 2005, após muitos anos de batalha legal, e Power novamente recebeu opiniões favoráveis dos críticos do século XXI.

A incursão de Power no drama foi curta. Em seguida foi convidado para o filme "Captain from Castile", dirigido por Henry King, que dirigiu Tyrone Power em onze filmes. Após fazer as comédias românticas "That Wonderful Urge" (com Gene Tierney, seu par em "The Razor's Edge") e "The Luck of the Irish" (1948) (com Anne Baxter), Power voltou ao género capa-e-espada, em "The Black Rose" e "Prince of Foxes".


Anos 50

Nos anos 50, Power começou a sentir-se infeliz com os filmes que assumira, tais como "American Guerrilla in the Philippines" e "Pony Soldier", e em 1950 foi para Inglaterra para fazer o papel principal na peça "Mister Roberts", por uma temporada de 23 semanas no London Coliseum.

Para a Fox renovar seu contrato, ofereceu-lhe o papel em "The Robe". Voltou para a América (o papel acabou sendo de Richard Burton) e, a 1 de Novembro de 1952, participou de uma tour de 10 semanas com John Brown's Body (poema), um drama para três pessoas escrito sobre o poema de Stephen Vincent Benét, adaptado e dirigido por Charles Laughton, e estrelado por Power, Judith Anderson e Raymond Massey.

O contrato que fez com o seu estúdio permitia-lhe fazer papéis fora da 20th Century-Fox, e em 1953 fez "The Mississippi Gambler" para a Universal Studios, com a garantia de uma percentagem dos lucros: ganhou 1 milhão de dólares com o filme.

Os críticos aplaudiram sua actuação em "John Brown's Body". Houve uma segunda temporada em Outubro de 1953, por 4 meses, ao lado de Raymond Massey e Anne Baxter.

Em 1953, a actriz e produtora Katharine Cornell colocou Power no elenco de "The Dark is Light Enough" (peça), uma versão do drama do escritor britânico Christopher Fry. A peça era ambientada na Áustria, em 1848. Entre Novembro de 1954 e Abril de 1955, fez uma tour com esse papel nos Estados Unidos e Canadá, terminando com 12 semanas no Anta Theater, Nova Iorque, e 2 semanas no Colonial Theater, Boston. A sua actuação em "A Quiet Place", de Julian Claman, teve uma temporada no National Theater, Washington, e terminou em 1955.

"Untamed", o último filme de Tyrone Power sob o contrato da 20th Century-Fox, foi lançado em 1955, e no mesmo ano houve o lançamento de "The Long Gray Line", um sucesso de John Ford para a Columbia Pictures.
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Em 1956, ano em que a Columbia lançou "The Eddy Duchin Story", outro grande sucesso, Power retorna a Inglaterra para o papel de Dick Dudgeon, em "The Devil's Disciple, de George Bernard Shaw, por uma semana no Manchester Opera House, em Manchester, e nove semanas no Winter Garden, em Londres.

O seu antigo chefe, Darryl F. Zanuck, persuadiu-o a actuar em "The Sun Also Rises" (1957), adaptado do romance de Ernest Hemingway, que foi lançado no mesmo ano que "Abandon Ship" e "Rising of the Moon" (apenas narrador), de John Ford. O último filme de Tyrone Power é também um dos seus papéis mais esquecidos, o do acusado de assassinato Leonard Vole, no filme baseado no romance de Agatha Christie, "Witness for the Prosecution", dirigido por Billy Wilder. O crítico de The National Post, Robert Fulford, comentou a sua actuação como “soberba”, e Power como "the seedy, stop-at-nothing exploiter of women" contrastando com os capa-e-espada e os papéis românticos anteriormente intepretados. O filme foi bem recebido e foi um sucesso de bilheteira.

Power voltou ao teatro em Março de 1958, para a adaptação de Arnold Moss para a peça de George Bernard Shaw, "Back to Methuselah", de 1921. Em Setembro de 1958, Tyrone Power foi para Madrid e Valdespartera, em Espanha, para o filme épico “Solomon and Sheba”, dirigido por King Vidor. Já tinha filmado 75% do roteiro quando teve um enfarte agudo do miocárdio, enquanto estava filmando uma cena de duelo com o seu amigo, George Sanders, e morreu a caminho do hospital. Yul Brynner ficou com o papel de Salomão e a edição usou várias das cenas de luta que Power tinha filmado; um observador mais atento pode vê-lo em algumas das cenas, durante o duelo.

O último filme de Tyrone Power poderia ter sido com um gesto familiar, a dele com a espada na mão. É, talvez, mais reverenciado como um espadachim. O realizador Henry King comentou que o povo sempre se iria lembrar dele com uma espada em punho: "People always seem to remember Ty with sword in hand, although he once told me he wanted to be a character actor. He actually was quite good – among the best swordsmen in films".


Vida pessoal

Tyrone Power casou com a actriz francesa Annabella (nascida Suzanne Georgette Charpentier) em Abril de 1939. Conheceram-se na 20th Century-Fox, na época em que trabalharam juntos no filme "Suez". Annabella era uma grande estrela em França quando a 20th Century-Fox a trouxe para a América. Quando o chefe do estúdio Darryl F. Zanuck soube do relacionamento entre os dois fez objecções, devido ao facto de tal casamento fazer com que Power perdesse as suas fãs. Zanuck ofereceu vários papéis para Annabella em filmes fora do país, no intuito de os separar. Quando Power e Annabella casaram, contrariando Zanuck, a carreira de Annabella na 20th Century Fox sofreu um retrocesso. Após o casamento, Zanuck recusou colocá-la em mais filmes, para punir a sua desobediência. Nessa época, Tyrone Power deixou o estúdio para fazer o serviço militar, e Annabella passou a actuar em peças, para satisfazer o seu desejo de interpretação. Na sua biografia, Annabella disse que Zanuck não conseguiu parar o amor entre eles. O seu casamento foi feliz por algum tempo, mas acabou quando Tyrone deixou os U.S. Marines, em 1943.

O relacionamento extraconjugal de Power com Judy Garland pode ter contribuído para o fim do casamento, mas pode ter havido outras razões. J. Watson Webb, Jr., amigo íntimo e editor da 20th Century Fox, em A&E Biography, relata como uma das razões da ruptura o facto de Annabella não lhe poder dar filhos. Em Março de 1947, em Photoplay, Power disse, numa entrevista, que queria um lar com crianças. Annabella tentou esclarecer a situação numa entrevista para a revista Movieland, em 1948, declarando: "Our troubles began because the war started earlier for me, a French-born woman, than it did for Americans". Explicou que com a eclosão da guerra na Europa se tornou infeliz e irritada e, para afastar a mente dos problemas, aceitara trabalhar no teatro, que a manteve afastada de casa por semanas e meses. "It is always difficult to put one's finger exactly on the place and time where a marriage starts to break up", ela disse. "But I think it began then. We were terribly sad about it, both of us, but we knew we were drifting apart. I didn’t think then - and I don’t think now - that it was his fault, or mine". O casal ainda tentou recuperar o seu casamento quando Power retornou do serviço militar, mas não conseguiu. Annabella declarou que ele voltara mudado da Guerra. Separaramse legalmente em 1946, e depois divorciaram-se. Apesar do divórcio, ficaram amigos íntimos até à morte dele.

Após a separação de Annabella, Power teve um relacionamento com Lana Turner. Em 1948, fez uma viagem à Europa e sul da África, e apaixonou-se por Linda Christian, em Roma, e ao voltar aos Estados Unidos, rompeu com Lana Turner. Na sua autobiografia, Turner disse que a MGM, o seu estúdio, e a 20th Century Fox, estúdio de Power, conspiraram para o fim do romance, com medo de perderem as suas estrelas. Turner declarou que, durante a viagem de Power à Europa e ao sul da África, uma história dela jantando com Frank Sinatra, um amigo, foi levada até Power, que começou a suspeitar da sua fidelidade. Turner também declarou que foi coincidência demais Linda Christian estar hospedada no mesmo hotel de Tyrone Power, e insinuou que Christian havia conseguido o itinerário de Power com a 20th Century Fox.

Power e Christian casaram a 27 de Janeiro de 1949, na igreja Santa Francesca, com 8 a 10 mil fãs do lado de fora do templo. Christian abortou três vezes, até dar à luz uma menina, Romina Francesca Power, a 2 de Outubro de 1951. Uma segunda filha, Taryn Stephanie Power, nasceu a 13 de Setembro de 1953. Na época do nascimento de Taryn, o casamento acabou. Na sua autobiografia, Christian declarou que o casamento acabara devido aos relacionamentos extra conjugais do marido. Christian teve também um relacionamento, com Edmund Purdom, que criou tensão entre ela e o marido, e divorciaram-se em 1955.

Após o divórcio, Power teve um longo relacionamento com Mai Zetterling, que conhecera no set de "Abandon Ship", além de um relacionamento com a actriz britânica Thelma Ruby.. Em 1957, no entanto, Power conheceu Deborah Ann Montgomery Minardos; casaram em 7 de Maio de 1958, e ela logo engravidou. Deborah acompanhou--o a Madrid em Setembro de 1958, para a filmagem de "Solomon and Sheba". Estava preocupada com os seus problemas cardíacos, mas ele estava envolvido demais com o filme. A 15 de Novembro de 1958, durante a filmagem de uma cena de duelo, ele teve um enfarte agudo do miocárdio, e morreu. O seu filho, Tyrone Power IV, nasceu a 22 de Janeiro de 1959.


Serviço Militar

Em Agosto de 1942, Power alistou-se no United States Marine Corps, foi para o Marine Corps Recruit Depot San Diego e para a Officer Candidate School (U.S. Marine Corps) e Marine Corps Base Quantico, onde chegou a Segundo Tenente a 2 de Junho de 1943. Pelo facto de ter 180 horas como piloto na Marine Corps, Tyrone Power ficou apto ao programa de treinamento de voo da Naval Air Station Corpus Christi, Texas, onde foi promovido a Primeiro Tenente. Power chegou a Marine Corps Air Station Cherry Point, Carolina do Norte em julho de 1944 e foi designado para o VMR-352 como um copiloto R5C. O esquadrão mudou para Marine Corps Air Station El Toro, na Califórnia, em Outubro de 1944. Power esteve com os Marines durante a Batalha de Iwo Jima e a Batalha de Okinawa, e voltou para os Estados Unidos em Novembro de 1945. Foi promovido a Capitão de reserva na Marine Forces Reserve em 8 de maio de 1951, mas não foi chamado para a Guerra da Coreia.

Em Junho de 2001, num comunicado da Marine Air Transporter, Jerry Taylor, um instrutor de voo reformado da Marine Corps, relatou memórias da Segunda Guerra Mundial. Falou sobre o treino de Tyrone Power como piloto, declarando: "He was an excellent student, never forgot a procedure I showed him or anything I told him". Outros que serviram com ele também realçaram a sua habilidade.


Premiações

Tyrone Power foi homenageado com a impressão das suas mãos e pés na calçada do Grauman's Chinese Theatre em 31 de Maio de 1937. Foi homenageado ao lado de Loretta Young, por ocasião da estreia do filme "Cafe Metropole". Nessa época, tinha 23 anos e era uma grande estrela há apenas 6 meses. Assinou no cimento: "To Sid - Following in my father's footsteps", como tributo a seu pai, actor de teatro e de cinema, Tyrone Power, Sr..

A estrela de Tyrone Power no Passeio da Fama pode ser encontrada no 6747 Hollywood Blvd.


Epílogo

Tyrone Power foi sepultado no Hollywood Cemetery, actualmente conhecido como Hollywood Forever Cemetery, em Hollywood, Califórnia, em 21 de Novembro de 1958, com honras militares. Foi velado na Capela de Psalms, no Hollywood Cemetery, sob o serviço do Capelão Thomas M. Gibson. O caixão foi carregado por oficiais da United States Marine Corps e pelos amigos Charles Laughton, Raymond Massey, Tommy Noonan, Theodore Richmond, Murray Steckler, Cesar Romero, Watson Webb, Milton Bren, James Denton, George Sidney, George Cohen, Lew Schreiber, Lew Wasserman e Harry Brand. Cesar Romero apresentou um tributo fúnebre, usando as palavras do grande amigo e colega de actuação de Tyrone, George Sanders. Sanders escrevera tal tributo no set de "Solomon and Sheba", poucas horas após a morte de Power, e escrevera o seguinte:
"I shall always remember Tyrone as a bountiful man, a man who gave freely of himself. It mattered not to whom he gave. His concern was in the giving. I shall always remember his wonderful smile, a smile that would light up the darkest hour of the day, like a sunburst. I shall always remember Tyrone Power as a man who gave more of himself than it was wise for him to give, until in the end, he gave his life".

Voando sobre o velório estava Henry King, que o dirigira em onze filmes. Vinte anos antes, Tyrone havia voado com King, no avião deste, no set de "Jesse James", no Missouri. Fora a primeira experiência que Power tivera com voo, o que influenciou grande parte de sua vida, desde a sua entrada nos U.S. Marines até sua vida particular. No prefácio de "The Films of Tyrone Power", de Dennis Belafonte, King diria: "Knowing his love for flying and feeling that I had started it, I flew over his funeral procession and memorial park during his burial, and felt that he was with me".

Tyrone Power foi sepultado numa das mais belas partes do cemitério, perto de um pequeno lago. A sua tumba foi formada por uma única pedra, com a forma de um banco de mármore. Sobre a pedra foram colocadas máscaras da comédia e tragédia, com a inscrição: "Good night, sweet prince". Sobre o seu caixão, Lawrence Olivier escreveu o poema "High Flight".

A 8 de Dezembro de 1958, as córneas de Tyrone Power foram doadas, como desejara, para a Estelle Doheny Eye Foundation, para estudos ou transplante.

No 50º anniversário de sua morte, Power foi homenageado pela American Cinematheque com um fim de semana de filmes e lembranças com familiares e colegas de actuação. O evento foi realizado no Egyptian Theatre, em Los Angeles, de 14 a 16 de Novembro de 2008.


Rumores pós-morte

Mais de 20 anos após a morte de Tyrone Power, Hector Arce citou, de fonte anónima, a declaração de que Power era bissexual.. Na sua autobiografia feita em 1994, "Crying With Laughter", o comediante e actor britânico Bob Monkhouse declarou ter rejeitado as investidas de Power. O crítico de modas Mr. Blackwell, na sua autobiografia de 1995 "From Rags to Bitches", declarou que encontrara Power com um jovem actor em "romantic moments in his dressing room and took long rides speeding down Sunset Boulevard to Malibu". No seu livro, "Errol Flynn: The Untold Story", o autor Charles Higham alega que Power tinha um relacionamento sexual com o actor australiano Errol Flynn. De acordo com William J. Mann, no seu livro "Behind the Screen: How Gays and Lesbians Shaped Hollywood, 1910-1969", Power envolvia-se em relacionamentos homossexuais. No seu livro "The Evening Crowd at Kirmser's: A Gay Life in the 1940s", Ricardo J. Brown confirma que quando esteve em Nova Iorque, vira "a lot of queer people in the theater and the movies", entre eles Tyrone Power e Tallulah Bankhead. Em "Oops, I Lost My Sense of Humor", Lois M. Santalo escreve que "many stars of the silver screen, dating back to Tyrone Power, had been gay". Em "Who's Who in Contemporary Gay and Lesbian History: From World War II to the Present Day", Robert Aldrich e Garry Wotherspoon's colocam Power no "Top box office stars who were gay or bisexual".

Mulheres com que Power foi casado ou teve relacionamentos sempre negaram o conhecimento da sua inclinação homossexual. A sua segunda esposa, Linda Christian, relatava que ela e Power tinham uma relação intensa e descreve o seu amor por outras mulheres. Lana Turner, no seu livro de 1983 "The Lady The Legend The Truth", e Mai Zetterling, em "All Those Tomorrows" (1986), descrevem longos relacionamentos com Power. Outras mulheres com quem esteve envolvido foram Gene Tierney, Sonja Henie, Judy Garland, Anita Ekberg e Mary Roblee, uma editora. Os amigos mais próximos de Power refutaram a ideia de sua bissexualidade: Robert Buck, um piloto que serviu com Power numa viagem à Europa e África do Sul em 1947, na sua autobiografia "North Star Over My Shoulder", em resposta aos rumores, declarou: "And while talking of Ty, I want to make this clear, and as loudly as I can: he was not a homosexual...".

Quando inquirida sobre o assunto no Phil Donahue Show, em 1982, Lana Turner disse: "I can only say this, naturally I only heard about it after his death. I think some terrible person wrote a book, but all the time I knew him there was never a sign of it. Believe me he was all man". Enquanto actuava a serviço da Pfizer, em 1985, Alice Faye disse: "Well, we were all babies. We had a great time working together...I never saw any sign of any such thing". Em "On Sunset Boulevard", de Ed Sikov [descrevendo uma viagem que Billy Wilder fizera com Power e Charles Laughton]: "Wilder saw no evidence of homosexuality in Power". William Martin, primo de Tyrone e seu amigo íntimo, que também morou com Tyrone em Hollywood de 1936 a 1939, sempre declarou que tais rumores eram completamente absurdos. "If Ty became bisexual, it happened after 1939", disse Martin. A sua filha Romina declarou: "Tyrone Power was not gay or bi-sexual. It's too easy to make a fast buck off of someone who is not around anymore to tell the true story. It's interesting to see what people suppose about one's parent. But more interesting yet, is the truth". Demais referências sobre a homossexualidade de Power podem ser encontradas ainda em: "Investigation Hollywood", de Fred Otash, "The Gift Horse", de Hildegard Knef, "Linda: My Own Story", de Linda Christian, "Lana: The Lady, the Legend, the Truth", de Lana Turner, Revista Whisper, de 1954; "No More Tomorrows", de Mai Zetterling, "Debbie: My Life", de Debbie Reynolds, "People Will Talk", de John Kobal, "Queen of Ice, Queen of Shadows: The Unsuspected Life of Sonja Henie", de Raymond Strait, "Self-Portrait", de Gene Tierney e Mickey Herskowitz, e "In Spite of Myself: A Memoir", de Christopher Plummer.


Esposas e filhos

1) Annabella, casados em 23 de Abril de 1939 e divorciados em 26 de Janeiro de 1948.
Uma filha, adoptiva, Anne Power (filha de Annabella, adoptada por Tyrone Power)

2) Linda Christian, casados em 27 de Janeiro de 1949 e divorciados em 7 de Agosto de 1956.
Duas filhas, Romina Francesca Power, nascida em 1951 e Taryn Power, nascida em 1953.

3) Deborah Ann Montgomery Minardos, casados em 7 de Maio de 1958
Um filho Tyrone William Power IV, nascido em 1959


Cultura popular

Um personagem chamado Tyrone Power aparece em três peças: "Gossip" (1977), "Filthy Rich" (1979), e "The Art of War" (1983). Entretanto "Filthy Rich", uma paródia de filme-noir, é o mais conhecido. Escrito por George F. Walker, o personagem é assim chamado, Segundo o autor informa: "porque minha mãe é uma romântica incurável"<"because my mother is an incurable romantic".

O cartoon C.C. Beck foi feito sobre o personagem "Ibis the Invincible", baseado no papel de Tyrone Power em "The Rains Came" (1939).

Power aparece na capa do livro The Star Machine com Loretta Young.

Na música:

Power aparece na famosa capa do álbum de The Beatles, "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band".

A canção "My Baby Just Cares for Me" inclui o poema "My baby don't care" for Tyrone Power/She'd rather be with me by the hour".

"Hooray for Hollywood" inclui o poema "Within a half an hour, you'll look like Tyrone Power".


No cinema:

"Sunset Blvd." (1950): Joe Gillis: "Can you see Ty Power as a shortstop?";

"All About Eve" (1950): Bill: "What shall I tell Tyrone Power?";

"Flags of Our Fathers" (2006): a personagem de Rene Gagnon é referida como "Tyrone Power", por causa do seu olhar.

Em "Dreamboat" (1952), uma fotografia de Tyrone Power é exibida na parede dos agentes Clifton Webb e Anne Francis.


Filmografia

 1959 Salomão E a Raínha de Saba 
Solomon (visible in long shots) (uncredited)
 1957 Testemunha de Acusação 
Leonard Vole
 1957 ... E o Sol Também Brilha 
Jake Barnes
 1957 Mar de Sete Ondas 
Alec Holmes
 1956 Armchair Theatre (TV Series) 
Jean
- Miss Julie (1956) ... Jean
 1956 Melodia Fascinante 
Eddy Duchin
 1955 Enquanto Dura a Tormenta 
Paul Van Riebeck
 1955 Uma Vida Inteira 
Martin 'Marty' Maher
 1953 A Carga dos Fuzileiros 
Capt. Alan King
 1953 O Aventureiro do Mississipi 
Mark Fallon
 1952 O Cavaleiro da Rainha 
Constable Duncan MacDonald
 1952 Correio Diplomático 
Mike Kells
 1951 Homem de Dois Mundos 
Peter Standish
 1951 O Correio do Inferno 
Tom Owens
 1950 Guerrilheiros nas Filipinas 
Ensign Chuck Palmer
 1950 A Rosa Negra 
Walter of Gurnie
 1949 O Favorito dos Borgias 
Andrea Orsini
 1948 Escândalo na Primeira Página 
Thomas Jefferson Tyler
 1948 O Amor Que Tu Me Deste 
Stephen Fitzgerald
 1947 Capitão de Castela 
Pedro De Vargas
 1947 O Beco das Almas Perdidas 
Stanton 'Stan' Carlisle
 1946 O Fio da Navalha 
Larry Darrell
 1943 O Submarino Heróico 
Lt. Ward Stewart (as Tyrone Power U.S.M.C.R.)
 1942 O Pirata Negro 
Jamie Waring
 1942 Isto Acima de Tudo 
Clive Briggs
 1942 O Aventureiro dos Mares do Sul 
Benjamin Blake
 1941 Um Americano na Aviação 
Tim Baker
 1941 Sangue e Arena 
Juan
 1940 O Sinal do Zorro 
Diego
 1940 Filhos de Deus 
Jonathan Kent
 1940 O Filho Também Roubou 
Bob Cain
 1939 Telhados de Vidro 
Ken Norton
 1939 A Maldição da Índia 
Major Rama Safti
 1939 Rapsódia de Prata 
Jimmy Sutton
 1939 Rosa da Broadway 
Barton Dewitt Clinton
 1939 A Justiça de Jesse James 
Jesse James
 1938 Suez 
Ferdinand de Lesseps
 1938 Maria Antonieta 
Count Axel de Fersen
 1938 Sinfonias Modernas 
Alexander (Roger Grant)
 1937 O Incêndio de Chicago 
Dion O'Leary
 1937 Minha Mulher Duas Vezes 
Raoul McLiesh
 1937 O Herói das Arábias 
Tyrone Power - at Fictional Premiere (uncredited)
 1937 Café Metrópole 
Alexis
 1937 A Carruagem de Sua Alteza 
Prince Rudolph
 1937 Feitiço Contra Feiticeiro 
Steve Leyton
 1936 Lloyds de Londres 
Jonathan Blake
 1936 Ladies in Love 
Karl Lanyi (as Tyrone Power Jr.)
 1936 Dormitório de Raparigas 
Count Vallais (as Tyrone Power Jr.)
 1935 Astúcia de Polícia 
Mountie (uncredited)
 1934 Começou Num Automóvel 
Cadet (uncredited)
 1932 Tom Brown of Culver 
Donald MacKenzie (as Tyrone Power Jr.)
 1925 School for Wives 



Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.


T O P    F I V E  (Recomendado)


O Sinal do Zorro (1940)

Sangue e Arena (1941)

 O Pirata Negro (1942)

O Fio da Navalha (1946)

Testemunha de Acusação (1957)






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