Erick (Oswald) von Stroheim foi um cineasta (realizador, actor, argumentista...) norte-americano, de origem austríaca, nascido em Viena, a 22 de Setembro de 1885 e falecido no Castelo de Maurepas, perto de Paris, a 12 de Maio de 1957.
Nascido no seio de uma família abastada de comerciantes judeus, em pleno império austro-húngaro - apesar de existirem rumores que era de origens aristocratas - estudou na Academia Militar de Viena com o objectivo de seguir uma carreira militar.
Contudo, em 1909, devido a ter contraído uma série de dívidas, acabou por desertar e emigrar para os E.U.A. Durante cinco anos teve vários empregos para sobreviver até que, em 1914, chegou a Hollywood onde iniciou a sua carreira cinematográfica. Começou como figurante, actor, assistente de realização e - devido aos seus conhecimentos militares - também como consultor nessa área.
Durante o período da primeira guerra mundial (1914 - 1918), o seu porte misto de aristocrata e militar, levou a que fosse chamado para representar pérfidos oficiais prussianos. O rigor e profissionalismo com que interpretou esses papeis conferiu-lhe um importante estatuto na época, tornando-se um actor de renome e muito respeitado. Ficou célebre uma campanha publicitária ("promocional" em tempo de guerra) de então em que à sua imagem se colava a frase que se veio a tornar famosa "este é o homem que gostaria de odiar".
Ao trabalhar, como actor e assistente de realização, com D. W. Griffith - nos épicos ""Nascimento de uma nação" e "Intolerância" - ficou tão empolgado com o trabalho do "mestre" que decidiu que queria ser também ele realizador. Assim, em 1919, depois de convencer o produtor Carl Laemmle (criador dos estúdios Universal), estreia-se nessa função, acumulando com as funções de argumentista, actor e também produtor, dirigindo a película "Coração esquecido". Em 1920, apenas como realizador, assina o filme "A gazua do diabo".
Assim começava uma auspiciosa carreira na qual aparece creditado como actor em 74 filmes, realizador em 12, argumentista em 19, entre outras funções.
Assim começava uma auspiciosa carreira na qual aparece creditado como actor em 74 filmes, realizador em 12, argumentista em 19, entre outras funções.
Ficou na história do cinema também por cenas mais pitorescas: foi o primeiro realizador a ser despedido. Em 1922, durante a atribulada realização de "Esposas levianas", um filme ambientado em Monte Carlo, que durava - numa primeira versão - quatro horas, levou o produtor Irving Thalberg a impor-lhe a redução do mesmo para metade. Como o ambiente ficou, desde aí, muito tenso, durante a rodagem do filme seguinte, "Os amores de um príncipe", acabou "dispensado".
Em 1923, foi contratado por Samuel Goldwyn para realizar "Avareza". Após uns longos e intensos nove meses de rodagem, seguidos de mais seis de montagem, Erich von Stroheim apresenta uma versão de nove horas - das 96 que tinha em material filmado - e volta a ter problemas com Thalberg pois, entretanto, Goldwyn tinha-se aliado à produtora Metro. Thalberg reduz o filme para apenas duas horas e Erich von Stroheim, desgostoso, nunca quis ver o resultado final daquilo que considerava ter sido uma "mutilação" da sua obra.
Para "enterrar o machado de guerra", Thalberg deu-lhe depois "carta branca" para, em 1925, rodar "A viúva alegre", uma curiosa versão muda da famosa opereta homónima. Talvez por não ter havido "dedo" dos produtores na versão final da fita e Erich von Stroheim se ter esmerado com a liberdade que lhe foi concedida, o filme veio a revelar-se um estrondoso sucesso de bilheteira. Chegou a dizer-se, mais tarde depois da aparição do cinema sonoro, que era um "filme mudo mais musical que a maioria dos filmes semelhantes no sonoro".
No entanto, dado ter por sina andar permanentemente em quezílias em Hollywood, acabou por se aborrecer e - depois de se ter incompatibilizado com Gloria Swanson durante a rodagem de "A rainha Kelly", em 1928 - decidiu dedicar-se mais à carreira como actor. Em 1937, aceitou o convite de Jean Renoir para protagonizar o seu filme "A grande ilusão". A sua interpretação do comandante Rauffenstein foi muito elogiada.
Em França entrou ainda em mais filmes, mas, com o advento da II Guerra Mundial, voltou aos E.U.A. onde retomou a sua carreira como actor. Após o fim da mesma regressa a França onde dizia que, apesar de lhe oferecerem piores papeis, o tratavam, no entanto, bem melhor.
O seu último papel de destaque ocorre de novo nos E.U.A. ao aceitar o papel de um velho realizador de cinema - Max von Mayerling - que trabalha como motorista e mordomo de uma antiga estrela do cinema mudo - Norma Desmond - que vive afastada do mundo, depois de se ver excluída do mundo do cinema por não se ter conseguido adaptar ao sonoro.
O filme, que marca o seu reencontro com o realizador Billy Wilder e a actriz Gloria Swanson, tornou-se um dos maiores clássicos da história da sétima arte. Estava-se em 1950 e o filme chamava-se "O crepúsculo dos deuses" ("Sunset Boulevard").
Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e IMDB.
T O P F I V E (Recomendado)
Esposas Levianas (1922) - como realizador
A Viúva Alegre (1925) - como realizador
A Marcha Nupcial (1928) - como realizador
A Grande Ilusão (1937) - como actor
Crepúsculo dos Deuses (1950) - como actor
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