sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Claudette Colbert (1903 - 1966)





Claudette Chauchoin - conhecida no mundo do cinema como Claudette Colbert - foi uma popular actriz americana, que ficou conhecida pelo seu desempenho em "Aconteceu uma noite" ("It Happened One Night"), pelo qual recebeu o Óscar de melhor actriz em 1934.

Nasceu em Saint-Mandé,Val-de-Marne (França), a 13 de Setembro de 1903, e morreu em Speightstown (Barbados), a 30 de Julho de 1996.

Nascida em Saint-Mondé, França, mas criada em Nova Iorque, Claudette começou a sua carreira na Broadway em produções dos anos 20, indo para o cinema com o advento do "cinema falado". Estabeleceu uma carreira de sucesso na Paramount Pictures e tornou-se uma das artistas melhor pagas do cinema na época. 

Colbert é consideradada como um dos principais expoentes femininos da chamada "screwball comedy" (comédia excêntrica), mas também ficou conhecida pela sua versatilidade. Para além do Óscar que ganhou, também recebeu nomeações por papéis dramáticos em "Private World" (1935), eem "Since You Went Away" (1944).

A sua carreira cinematográfica começou a declinar na década de 50, tendo feito o seu último filme em 1961. Continuou a actuar em teatro e em televisão, nos anos posteriores. Após uma carreira de mais de 60 anos, Claudette "reformou-se" e foi viver para Barbados, onde veio a falecer, aos 92 anos, após uma série de acidentes vasculares cerebrais. Encontra-se sepultada no cemitério da Igreja de Godings Bay, Speightstown, Saint Peter, em Barbados.

Na grande maioria das suas cenas mostrava o lado esquerdo do seu rosto. Claudette Colbert tinha aversão de ser fotografada com o lado direito do rosto. Possui uma estrela no Passeio da Fama.



Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e IMDB.




T O P    F I V E   (Recomendado)


Uma noite Aconteceu (1934)

A Oitava Mulher do Barba Azul (1938)

Ouvem-se Tambores ao Longe (1939)

Um Marido Rico (1942)

Desde Que Tu Partiste (1944)



quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Fredric March (1897 - 1975)





Ernest Frederick McIntyre Bickel é o nome de baptismo do actor norte-americano - vencedor de dois óscares - conhecido por Fredric March. Nasceu em Racine (Wisconsin), a 31 de Agosto de 1897 e morreu em Los Angeles, a 14 de Abril de 1975.

Frequentou a escola primária de Winslow Elementary School, fez o ensino secundário na Racine High School e, finalmente, a Universidade do Wisconsin, onde foi membro da fraternidade Delta Alpha Phi. 

Começou a sua vida profissional como bancário, mas uma apendicectomia de emergência fê-lo reavaliar a sua vida e, em 1920, começou a trabalhar como figurante de filmes em Nova Iorque. Adoptou uma forma abreviada do nome de solteira de sua mãe, Marcher, para o seu apelido. Estreou-se na Broadway em 1926 e, no final da década de 20, assinou um contrato como actor com a Paramount Pictures.

March foi nomeado para o Óscar de melhor actor, 1930, pela sua actuação em "The Royal Family of Broadway", no qual desempenhou um papel baseado em John Barrymore. Ganhou a estatueta de melhor actor em 1932 por "Dr. Jekyll and Mr. Hyde", e, novamente em 1946, por "Os melhores anos das nossas vidas"(The Best Years of Our Lives). Na cerimónia de entrega dos prémios de 1954, March foi escolhido para ser o anfitrião da "noite dos Óscares".

March foi um dos poucos actores que resistiram em assinar contratos de longo prazo com os estúdios, o que lhe permitiu trabalhar de forma independente e escolher os papéis que lhe eram oferecidos, evitando a imposição de outros que não fossem do seu agrado. Ao mesmo tempo que actuava no cinema manteve também a sua carreira na Broadway, pelo que a sua presença no grande ecrã não tenha sido tão prolifera como a de outros actores do seu tempo.

March ganhou mesmo, por duas vezes, o Prémio Tony - uma espécie de "Óscar do teatro" - de Melhor Actor: em 1947, na peça "Years Ago", escrita por Ruth Gordon e, em 1957, pela produção da Broadway de Eugene O'Neill, "Long Day's Journey Into Night".

Amigo do dramaturgo Arthur Miller, foi o favorito do escritor para estrelar "Willy Loman", personagem principal de "Death of a Salesman" ("A Morte de um Caixeiro-Viajante", vencedora do Prêmio Pulitzer de 1949. O realizador Elia Kazan, porém, preferiu lançar Lee J. Cobb como Willy Loman, e Arthur Kennedy no papel do filho Biff Loman. March veio depois a estrelar o papel na versão cinematográfica de 1951 da Columbia Pictures, dirigida por Laslo Benedek.

Quando, em 1972, se submeteu a uma cirurgia - devido a um cancro na próstata - parecia que a sua carreira havia chegado ao fim, mas conseguiu ainda efectuar um grande desempenho em "The Iceman Cometh", no papel de um complicado barman irlandês, chamado Harry Hope. Ironicamente o filme foi co-estrelado por Robert Ryan, que estava na fase terminal de um cancro de pulmão - tendo sido esta a última obra dos dois actores.

Fredric March morreu em Los Angeles, California, aos 77 anos. Foi casado com a actriz Florence Eldridge, desde 1927 até à data da sua morte. Tiveram 2 filhos, adoptados.

Durante toda a sua vida, March e a  esposa foram filiados no Partido Democrático e defensores das políticas liberais.

March tem uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood, no número 1616 da Vine Street.

Prémios e nomeações:

1952 - Nomeação por Death of a Salesman
1947 - Vencedor por The Best Years of Our Lives
1938 - Nomeado por A Star Is Born
1932 - Vencedor por Dr. Jekyll and Mr. Hyde
1931 - Nomeado por The Royal Family of Broadway




Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e IMDB.


T O P    F I V E   (Recomendado)


O médico e o monstro (1932)

Nasce uma estrela (1938)

Os melhores anos das nossas vidas (1947)

Morte de um caixeiro viajante (1952)

Inherit the wind (1960)





quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Jean Cocteau (1889–1963)





Jean Maurice Eugène Clément Cocteau - nascido em Maisons-Lafitte, a 5 de Julho de 1889 e falecido em Milly-la-Forêt, a 11 de Outubro de 1963 - foi um poeta, romancista, cineasta, designer, dramaturgo, actor, e encenador de teatro francês. 

Em conjunto com outros Surrealistas da sua geração - Jean Anouilh e René Char, por exemplo - Cocteau conseguiu conjugar, com mestria, os novos e velhos códigos verbais, a linguagem de encenação e as tecnologias do modernismo para criar um paradoxo: um avant-garde clássico. O seu círculo de associados, amigos e amantes incluiu Jean Marais, Henri Bernstein, Édith Piaf e Raymond Radiguet.

As suas peças foram levadas aos palcos dos Grandes Teatros, nos Boulevards da época parisiense em que viveu e que ajudou a definir e a criar. A sua abordagem versátil e nada convencional e a sua enorme produtividade trouxeram-lhe fama internacional.

Nascido numa pequena vila próxima de Paris, Jean Cocteau foi um dos mais talentosos artistas do século XX. Actuou, activamente, em diversos movimentos artísticos, nomeadamente o conhecido Groupe des Six (grupo dos seis) cujo núcleo era constituído por Georges Auric (1899–1983), Louis Durey (1888–1979), Arthur Honegger (1892–1955), Darius Milhaud (1892–1974), Francis Poulenc (1899–1963), Germaine Tailleferre (1892–1983).

Foi eleito membro da Academia Francesa em 1955.

Homossexual assumido, nunca escondeu sua orientação sexual. Manteve uma estreita amizade com Jean Marais, o seu actor preferido. Teve como amigos grandes nomes da cultura francesa como Edith Piaf, Jean Genet, etc.

Cocteau realizou sete filmes e colaborou - enquanto argumentista e/ou narrador - em mais alguns. Todos ricos em simbolismos e imagens surreais. É considerado um dos mais importantes cineastas de todos os tempos.

Cocteau começou a escrever aos dez anos e, aos dezasseis, já publicava as suas primeiras poesias, um ano depois de abandonar a casa familiar. Apesar de se distinguir em virtualmente todos os campos literários e artísticos, Cocteau insistia que era fundamentalmente um poeta e que toda a sua obra era poesia. Em 1908, com dezanove anos, publicou o seu primeiro livro de poesia, La lampe d'Aladin. O seu segundo livro, Le prince frivole ("O princípe frívolo")), editado no ano seguinte, daria origem à alcunha que tinha nos meios Boémios e nos círculos artísticos que começou a frequentar e em que rapidamente ficou conhecido. Por esta altura conheceu os escritores Marcel Proust, André Gide, e Maurice Barrès. Edith Wharton descreveu-o como um homem "para quem todos os grandes versos eram um nascer-do-sol, todos os por-do-sol a fundação para a Cidade Celestial…"

Durante a Primeira Guerra Mundial, Cocteau prestou serviço na Cruz Vermelha como condutor de ambulâncias. Neste período conheceu o poeta Guillaume Apollinaire, os pintores Pablo Picasso e Amedeo Modigliani e numerosos outros escritores e artistas com quem mais tarde viria a colaborar. O empresário russo de ballet, Sergei Diaghilev, desafiou Cocteau a escrever um argumento para um novo bailado: "Surpreende-me", teria dito Diaghilev. O resultado foi "Parade", que seria produzido por Diaghilev em 1917, com cenografia de Picasso e música de Erik Satie.

Expoente importante do Surrealismo, teve enorme influência na obra de outros artistas, incluindo o grupo de amigos de Montparnasse, que ficou conhecido Les Six. O termo "Surrealismo" foi criado por Guillaume Apollinaire no prólogo de Les mamelles de Tirésias , uma obra começada em 1903 e completada em 1917, menos de um anos antes da sua morte. 

As experiências de Cocteau com a voz humana tiveram o seu apogeu na homónima peça de teatro que ainda hoje é o seu ex-libris  Nela, uma mulher sozinha em palco, fala ao telefone com o seu (invisível e inaudível) amante perdido, que a deixou para casar com outra mulher. O telefone mostrou ser o perfeito adereço que permitiu a Cocteau explorar as suas ideias, sentimentos e a "álgebra" da comunicação humana de realidades e sentimentos. A voz humana é enganadoramente simples - apenas uma actriz em palco durante uma hora, falando ao telefone. 

Cocteau reconheceu, na introdução ao manuscrito, que a peça era motivada, em parte, pela queixas de actrizes de que as suas obras privilegiavam o escritor/encenador, não permitindo que os actores explorassem os seus talentos. A voz humana foi escrita, na realidade, como uma extravagante homenagem a Madame Berthe Bovy. Antes disso havia escrito Orphée, que seria mais tarde um dos seus mais bem sucedidos filmes; depois escreveu La Machine Infernale, provavelmente a sua obra de arte melhor conseguida.

Na década de 1930, Cocteau teve um surpreendente caso com a Princesa Natalie Paley, a linda filha de um Grão Duque da família Romanov, uma modelo, por vezes actriz, anteriormente casada com o costureiro Lucien Lelong. Natalie ficou grávida mas, com grande perturbação para Cocteau e desgosto para ela própria, abortou. As relações mais prolongadas de Cocteau foram com os actores franceses Jean Marais e Edouard Dermit, que Cocteau adoptou formalmente. Cocteau utilizou Marais como actor nos seus filmes L'Éternel Retour ("O Eterno Regresso") (1943), La Belle et la Bête ("A Bela e o Monstro") (1946), Ruy Blas (1947) e Orphée ("Orfeu") (1949).

Em 1940, Le Bel Indifférent, a peça de teatro que Cocteau escreveu para Édith Piaf, teve um tremendo sucesso. Trabalhou também com Pablo Picasso em diversos projectos e fez amizade com inúmeros artistas europeus. Lutou contra o seu vício de ópio durante toda a sua vida adulta e foi abertamente gay, embora tenha tido breves e complexos romances com várias mulheres, para além de Paley. Publicou um considerável número de ensaios criticando a homofobia.

Os filmes de Cocteau - que na sua maioria foram escritos e realizados por ele próprio - foram particularmente importantes para a introdução do Surrealismo no Cinema francês, e influenciaram até , de certa forma, o futuro movimento "Nouvelle Vague", tão marcante no cinema francês e não só.. 

Cocteau morreu de enfarte do miocárdio na sua mansão de Milly-la-Foret, em 11 de Outubro de 1963, com a idade de 74 anos, apenas algumas horas depois de saber da morte da sua grande amiga Édith Piaf. Está sepultado na Capela de Saint Blaise des Simples, em Milly-la-Foret, em Essone (França). No epitáfio da sua pedra tumular está escrito: "Fico entre vós".

Ao longo da vida foi diversas vezes agraciado e alvo de várias homenagens.

Em 1955, Cocteau foi eleito membro da Académie française e da Académie royale de Belgique. Foi agraciado com o grau de comandante da Legião de Honra (França), membro da Academia Mallarmé, da Academia alemã (Berlim) da Academia americana Mark Twain, presidente honorário do Festival de Cinema de Cannes e da Associação de Amizade França-Hungria, e presidente da Academia de Jazz e da Academia do Disco.




Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e IMDB.


T O P    F I V E   (Recomendado)




O sangue de um poeta (1932)

A Bela e o Monstro (1946)

Orfeu (1950)

Les Enfants terribles (1950)

Thomas, o impostor (1965)





terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Norma Shearer (1902 - 1983)





Edith Norma Shearer foi uma famosa actriz de origem canadiana, mais tarde naturalizada norte-americana. Nasceu em Montreal, a 10 de Agosto de 1902 e morreu em Woodland Hills (Los Angeles), a 12 de Junho de 1983.

Shearer foi uma das actrizes mais populares em todo o mundo, a partir de meados da década de 20 até se "reformar" da sétima arte, em 1942. Ganhou um Óscar de melhor actriz em 1930, pelo seu desempenho em "A Divorciada". Era considerada a "Rainha da MGM" (Metro Goldwyn Meyer).

Na infância, Shearer teve lições de piano e de dança. Com catorze anos ganhou um concurso de beleza. Filha de um abastado arquitecto de Montreal, mudou-se com a mãe e a irmã (Athole) para Nova Iorque, após a falência do pai. 

Com expressivos olhos azuis, esbelta, Norma tinha tudo para se tornar uma estrela de cinema. Aos dezasseis anos de idade, começou a actuar, ainda na fase do cinema mudo, dividindo as atenções e o estrelato com Mary Pickford. 

Em 1925, o famoso produtor Irving Thalberg interessou-se por ela e contratou-a. Norma desempenhava já os papéis principais, mas foi em 1928 que atingiu o estrelato, sobretudo na imprensa cor de rosa de então, ao casar com Thalberg, com quem teve dois filhos.

Shearer foi uma das poucas actrizes do cinema mudo a conseguir manter-se como estrela também no sonoro. A Metro Goldwyn Mayer promovia Norma como "A Primeira Dama das Telas". Ficou viúva em 1936 e abandonou o cinema durante dois anos, voltando em 1938 para ser a protagonista de "Maria Antonieta". A colega Marion Davies recordou, mais tarde, que Shearer, ao chegar a uma festa em San Simeão, com o seu traje de Maria Antonieta, só conseguiu entrar na sala após a remoção da porta; tendo sido necessárias quatro cadeiras para que ela pudesse se sentar à mesa.


Norma Shearer foi nomeada para o Óscar de Melhor Actriz em seis ocasiões, tendo vencido apenas uma, em 1930, pelo seu papel em "A Divorciada".

Voltou a casar-se, em 1942, com o instrutor de esqui Martin Arrouge, 20 anos mais jovem do que ela, abandonando definitivamente o cinema. Viveu com Martin até a morte, aos 81 anos, depois de sofrer três derrames cerebrais. Shearer tem uma estrela no Hollywood Walk of Fame em 6636 Hollywood Boulevard. Foi sepultada no Grande Mausoléu de Forest Lawn Memorial Park, em Glendale, Califórnia. Na sua cripta está escrito "Norma Shearer Arrouge, junto do seu primeiro marido, Irving Thalberg". Na cripta de Thalberg foi gravado: "Meu querido, para sempre", a pedido da própria Norma Shearer.



Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e IMDB.



T O P    F I V E   (Recomendado)


A divorciada (1930)

Vidas íntimas (1931)

Romeu e Julieta (1936)

Maria Antonieta (1938)

Mulheres (1939)




segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Rodolfo Valentino (1895 - 1926)





Rodolfo Alfonso Raffaello Pierre Filibert Guglielmi di Valentina D'Antonguolla, mais conhecido como Rudolfo Valentino, foi um actor italiano - radicado nos Estados Unidos - nascido a 6 de Maio de 1895, em Castellaneta (Puglia) e falecido em 23 de Agosto de 1926, em Nova Iorque, em consequência de uma úlcera, aos 31 anos de idade.

Em 1913, imigrou para os Estados Unidos, tendo trabalhado como jardineiro e lavador de pratos. Em 1918, desempenhou pequenos papéis em Hollywood. A sua fotogenia e habilidade como dançarino garantiram-lhe um lugar no elenco de "Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse", em 1921,. O sucesso do filme foi tal que Valentino,  rapidamente, se transformou num astro idolatrado pelo público. O filme foi uma das primeiras películas a obter lucro superior a um milhão de dólares, atingindo a sexta posição do ranking de bilheteiras de então.

No entanto, a Metro parecia pouco disposta a reconhecê-lo como estrela - provavelmente devido à falta de confiança do realizador Rex Ingram no talento de Rudolfo. Assim sendo, recusaram dar-lhe dar um aumento de 350 dólares ao seu salário semanal. Para que ele fizesse a continuação do filme, forçaram-no a participar de um filme de série B, chamado "Uncharted Seas". Como o clima entre Valentino e o estúdio não melhorou, depois de rodar "The Conquering Power", rescindiu contrato e aceitou o convite de produtores franceses para voltar à Europa, com melhor salário e, sobretudo, mais respeito pelo seu trabalho como actor.

O produtor Jesse Lasky pretendia capitalizar o sucesso de Valentino, pelo que resolveu explorar a sua imagem de "latin lover". Nessa linha, no filme "The Sheik", Valentino interpretou o Sheik Ahmed Ben Hassan. O filme foi um sucesso e definiu não só a sua carreira, mas também a sua imagem e o seu legado para a posteridade.

Nos 15 meses seguintes, os produtores produziram mais quatro filmes nessa linha. Em Novembro de 1921, Valentino trabalhou ao lado de Gloria Swanson em "Beyond the Rocks", filme repleto de "figurinos extravagantes". A revista Photoplay comentou que o filme estava fora da realidade. Lançado em 1922, a película teve uma péssima aceitação da crítica.

Também em 1922, Valentino começou a trabalhar com Mathis noutro filme - "Sangue e Areia" - em que Valentino contracenava com Lila Lee e Nita Naldi. Valentino interpretava um toureiro, cujo nome era Juan Gallardo. Acreditando inicialmente que o filme seria rodado na Espanha, Valentino descobriu que o estúdio planeou o lançamento em Hollywood, e que o realizador e a produção haviam sido mudados. Independentemente disso tudo, o filme foi um sucesso. A crítica considerou mesmo o filme como uma obra prima. "Blood and Sand" tornou-se um dos quatro filmes mais rentáveis de 1922, quebrando recordes de bilheteira.

Valentino volta a Nova Iorque, após o lançamento de "The Young Rajah", passando a ser constantemente perseguido pela imprensa. 

No final de 1922, Valentino conhece George Ullman, que viria a ser seu empresário. Ullman tinha trabalhado com a Mineralava Beauty Clay Company, e convenceu os produtores que Valentino era perfeito para actuar ao vivo frente a multidões, graças à sua legião de fãs. A tournée que criaram foi um tremendo sucesso, com Valentino a actuar em 88 cidades nos EUA e Canadá. Além da digressão, Valentino e a produtora Mineralava patrocinavam concursos e produtos de beleza. Um destes concursos foi filmado pelo jovem David O. Selznick, e intitulado "Rudolph Valentino and His 88 Beauties".

Em 1924, Valentino fez o último filme para os estúdios de Jesse Lasky, "The Sainted Devil", que, se perdeu, não havendo hoje qualquer cópia. Tinha figurinos diferentes e uma história fraca. Apesar disso, começou vendendo muito bem, tornando-se, com o tempo, mais um fracasso.

Com o contrato cumprido, Valentino foi "libertado" por Jesse, mas obrigado a fazer quatro filmes para a Ritz-Carlton. O seu filme seguinte foi "The Hooded Falcon". A produção começou mal, Valentino pediu a Mathis que o re-escrevesse, o que este tomou como um insulto. Ficou sem falar com Valentino durante dois anos.

A 15 de Agosto de 1926, Valentino teve um colapso, no Hotel Ambassador, em Nova Iorque. Foi hospitalizado na Policlínica de Nova Iorque e submeteu-se a uma cirurgia, dado ter uma úlcera perfurada. A cirurgia foi bem sucedida e ele parecia estar a recuperar. Infelizmente, apareceu-lhe uma peritonite, que se propagou por todo o corpo. Morreu oito dias mais tarde.

Mais de 100 000 pessoas acorreram às ruas de Nova Iorque para expressar as suas condolências. O evento em si transformou-se num drama real: a atriz Pola Negri, que dizia ter casado em segredo com Valentino, atirou-se num ataque de histeria para cima do caixão, enquanto as fãs despedaçavam janelas. Soube-se mais tarde que tal fazia parte de um planeado golpe publicitário. A missa fúnebre de Valentino em Nova Iorque ocorreu na igreja católica romana de "Malachy de Saint".

O corpo de Valentino foi levado de comboio, E.U.A. fora. Foi mesmo realizado um segundo funeral na costa oeste, na Igreja Católica do Bom Pastor em Beverly Hills.

June Mathis - grande amiga de Valentino - ofereceu a sua cripta para que Valentino fosse enterrado. Mathis morreu no ano seguinte e Valentino foi colocado na cripta adjacente. Ambos estão ainda hoje enterrados, lado a lado, no cemitério de Hollywood.





Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e IMDB.



T O P    F I V E   (Recomendado)


Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse (1921)

O Sheik (1921)

Beyond the Rocks (1922)

A Águia Negra (1925)

O Filho do Sheik (1926)



domingo, 26 de janeiro de 2014

Carl Theodor Dryer (1889 - 1968)






Carl Theodor Dreyer foi um cineasta dinamarquês, nascido em Copenhaga, a 3 de Fevereiro de 1889 e falecido, também em Copenhaga, a 20 de Março de 1968. Começou a filmar no final da década de 1910 e manteve-se no activo até os anos 60. É considerado um dos maiores cineastas de todos os tempos e o mais importante do cinema dinamarquês.

A infância de Dreyer teve grande influencia nos seus filmes. O cineasta nasceu como filho bastardo, com o nome de Karl Nielsen. A sua mãe biológica era uma empregada sueca, com quem viveu durante os primeiros dois anos de sua vida. Como a mãe não tinha condições para o criar, foi entregue para adopção ao casal Dreyer, sendo registado, posteriormente, com o nome do pai adoptivo: Carl Theodor Dreyer.

Dreyer foi criado com severidade, segundo os valores luteranos dos seus pais adoptivos. A sua educação foi baseada em rígidas interpretações da fé. Dreyer só soube de suas verdadeiras origens na idade adulta. Em entrevistas, Dreyer falava sempre da sua infância, mas frisava que a mesma não tinha qualquer influência nos seus filmes. Porém, é notável a presença de temas sobre a fé no seu cinema. Tal comprova como a infância de Dreyer lhe deixou marcas profundas.

Na escola foi considerado um aluno brilhante. Após o término dos estudos, afastou-se da família para realizar serviços burocráticos em escritórios. Anos mais tarde, tornou-se jornalista, fundando, em 1910, o jornal Riget. A experiência no jornal levou-o a ter relações amigáveis com uma empresa de aviação. Os conhecimentos técnicos que Dreyer adquiriu sobre o tema da aviação fizeram com que ele trabalhasse na Nordisk Film, como técnico para o uso de balão de ar quente. Foi aí que Dreyer se começou a interessar por cinema.

Começou escrevendo títulos e legendas: Porém, em 1913, assinou um contrato de exclusividade com a Nordisk Film, passando a escrever roteiros. Em 1914, o seu nome já aparecia nos créditos como argumentista, no filme "Abaixo as Armas", baseado numa novela de Bertha Von Suttner. Nesse período, o cinema dinamarquês atravessava uma acentuada queda de produção.

Um ano mais tarde, Dreyer tornou-se funcionário efectivo da empresa, mostrando grande habilidade na montagem de filmes. Em 1918 realizou o seu primeiro filme como realizador, intitulado "O presidente". Dreyer seguia o seu instinto para escolher o elenco, fazendo as suas escolhas conforme o perfil psicológico das personagens. Neste filme, o cineasta ousou, ao dispensar vários ornamentos do cenário e o uso de maquilhagens, buscando naturalidade e realidade.

Os seus filmes foram considerados muito sombrios para a época. Desde a sua primeira obra, que abordou temas difíceis como a responsabilidade da separação dos pais no amadurecimento dos filhos, a idealização do auto-sacrifício e a opressão da mulher. A Nordisk acabou, em consequência dessas polémicas, por desistir dos projectos de Dreyer.

O cineasta procurou então outras produtoras alemãs, suecas e dinamarquesas para os seus futuros filmes. Com a repercussão de "O amo da casa", o cineasta foi contratado por uma produtora francesa para dirigir "A paixão de Joana d'Arc", em 1928, que se veio a tornar como o seu filme mais conhecido, e uma das obras mais importantes do cinema mudo.

O filme sobre Joana d'Arc apresenta a personagem da "santa" francesa apenas na sua fase de martírio. Como era apaixonado pela expressão humana, filmou grande parte do filme em planos fechados e close-ups. Ainda hoje a actriz Maria Falconetti, a protagonista do filme, é vista como num ícone cinematográfico, apenas pela sua prestação - e fotogenia - neste filme.

Ainda em França, realizou o filme "O Vampiro", em 1932. De volta à Dinamarca, Dreyer deparou-se com uma série de projectos falidos, pelo que voltou para a Alemanha para produzir outros três filmes. Dreyer gostava muito da iluminação utilizada no expressionismo alemão. A fotografia extremamente contrastada dessa escola cinematográfica era a ideal para Dreyer, pois permitia-lhe conseguir "elementos climáticos" nos filmes, perfeitos para lhe permitir dissertar sobre o universo interior das suas personagens.
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Nas década de 30 e 40, Dreyer realizou uma série de curta-metragens. Nessa época, os dinamarqueses gostavam de ir ao cinema buscando entretenimento e diversão, características que os filmes de Dreyer não proporcionavam. Durante a segunda Guerra Mundial, Dreyer viu-se privado de poder realizar filmes. Teve mesmo que esperar dez anos para realizar uma nova longa-metragem. "A palavra" (Ordet), de 1955, foi mais um filme que o consagrou, sendo considerado por muitos como a sua obra prima. Tratava-se, mais uma vez, de um filme sobre fé e milagre, através de uma perspectiva muito peculiar. Neste filme,  Dreyer foi influenciado pelas teorias do filósofo dinamarquês Kierkegaard.

"Gertrud", de 1964, foi seu último filme. Retrata uma mulher vivendo um casamento sem perspectivas. Foi bastante criticado, mas hoje é considerado uma obra importante do cineasta.

É importante destacar em Dreyer o facto do cineasta tentar absorver o máximo possível do actor, tentando reproduzir o sentimento das personagens com vista a penetrar em profundos pensamentos por meio de expressões.

Antes de falecer, Dreyer revelou que gostaria de filmar "A paixão de Cristo". Hoje, o também cineasta dinamarquês Lars von Trier, assume-se como "discípulo" de Dreyer. 



Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e IMDB.



T O P    F I V E   (Recomendado)



O Presidente (1919)

A Paixão de Joana d'Arc (1928) 

Vampiro (1932)

A Palavra (1955)

Gertrudes (1964)





sábado, 25 de janeiro de 2014

Miriam Hopkins (1902 - 1972)






Ellen Miriam Hopkins - nascida a 18 de Outubro de 1902 em Savannah (Georgia) e falecida, na sequência de um ataque cardíaco, a 9 de Outubro de 1972 - foi uma actriz norte-americana conhecida pela sua versatilidade, expressa numa ampla variedade de papéis, que desempenhou ao longo da sua carreira.

Aos 20 anos, Hopkins iniciou a sua carreira artística, como corista, em Nova York. Em 1930, assinou contrato com a Paramount Pictures e estreou-se no cinema. O seu primeiro grande êxito ocorreu em 1931 com um drama de horror - "O Médico e o Monstro" ("Dr. Jekyll e Mr. Hyde"), no qual interpretou o papel de uma prostituta que se envolveu com Jekyll e Hyde. Hopkins recebeu muitos elogios, mas por causa da controvérsia potencial do filme e da sua personagem, a maioria das suas cenas foram cortadas antes do lançamento oficial. Isso reduziu a sua actuação no ecrã para cerca de cinco minutos.

No entanto, a sua carreira ascendeu rapidamente. Em 1932, inicia uma prolifera "parceria" com o realizador Ernst Lubitsch. Miriam nunca teve problemas em ser ousada na tela, o que para a época era, de certa forma, arriscado. Mas, aos olhos de hoje, fica uma carreira notável que comprova a sua versatilidade e talento como actriz.

Ficou também para a história do cinema, a rivalidade que opôs Hopkins a Bette Davis e não apenas no plano artístico. Miriam acreditava que Bette Davis andarfia envolvida com o seu marido de Hopkins na época, o realizador Anatole Litvak.

Uma das suas mágoas foi não ter conseguido o papel de Scarlett O'Hara no clássico "E tudo o vento levou", que acabou entregue a Vivien Leigh.

Hopkins morreu em New York, de ataque cardíaco, a nove dias de completar 70 anos.





Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e IMDB.



T O P    F I V E   (Recomendado)



O Médico e o Monstro (1931)

Ladrão de Alcova (1932)

A Vénus Loura (1934)

A Herdeira (1949)

A Infame Mentira (1961)




Buster Keaton (1895 - 1966)






Buster Keaton, nome artístico de Joseph Frank Keaton Jr., foi um actor e realizador norte-americano - era das comédias do cinema mudo - nascido em Piqua, a 4 de Outubro de 1895, e falecido em Woodland Hills, a 1 de Fevereiro de 1966.

Para muitos foi considerado o grande rival de Charlie Chaplin. Nascido no mundo do vaudeville  - mistura de teatro e circo muito popular nos Estados Unidos - Keaton começou a sua carreira artística participando, com os seus pais, num número chamado "Os três Keatons", que tinha por mote "disciplinar uma criança mal-educada". Depois de algum tempo desempenhando pequenos papeis em filmes, começou a realizar as seus primeiras curtas, em 1920.

O humor dos filmes de Buster Keaton, basicamente, assenta em gags: corridas, quedas, fugas.... Uma das grandes inovações de Keaton, no entanto, residia no facto da sua comédia se basear num personagem impassível, que mantém as mesmas feições diante dos fatos ocorridos. Isso explica os nick names que lhe foram atribuídos pelos críticos: "O Grande cara de pedra" e "O homem que nunca ri". Esta sua imagem de marca era tão marcante que, por contrato assinado com as\produtoras cinematográficas, estava proibido de sorrir em actos públicos, especialmente os que eram partilhados com a imprensa.

Em Portugal (e Espanha) ficou conhecido por "Pamplinas". Keaton percebeu que, ao não modificar a sua expressão, o espectador projectaria as suas aspirações sentimentais, sensoriais e morais na sua personagem. Assim, pode-se afirmar que, de certa forma, ele pré-concebeu, intuitivamente, a famosa Experiência Kuleshov.

Em "O Homem das novidades", Keaton interpreta um fotógrafo que, para se aproximar da bela secretária do cinejornal da MGM, troca sua câmara fotográfica por uma câmara de cinema e se torna um operador de câmara. O filme discute o cinema, em especial a relação entre ficção e realidade, na fase derradeira do cinema mudo.

Ao contrário de Chaplin, o estrelato e a veia cómica de Keaton não sobreviveram à conversão de Hollywood ao cinema falado. Para piorar, a vida pessoal de Keaton estava a atravessar uma má fase, após um divórcio doloroso. O consumo de álcool de Keaton aumentava proporcionalmente aos seus problemas pessoais. Após sobreviver durante duas décadas de comédias sonoras baratas, para além de eventuais aparições públicas, Keaton volta a ter destaque e reconhecimento popular ao participar, em 1952, no filme "Luzes da Ribalta", do seu "rival" Charles Chaplin. Por ironia do destino, esse filme - que relata a vida de um artista, em fase decadente - resgata da sua própria decadência o artista Keaton.

Depois de contracenar com Chaplin - na única participação conjunta dos dois grandes artistas da comédia num mesmo filme - Keaton voltou a casar, deixou de beber e representou diversos papéis secundários no teatro, TV e cinema.

Faleceu a 1 de Fevereiro de 1966. Encontra-se sepultado no Forest Lawn Memorial Park (Glendale), em Los Angeles (E.U.A.).




Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e IMDB.



T O P    F I V E   (Recomendado)




Vizinhos (1920)

Polícias (Cops)  (1922)

Sherlock Holmes Jr. (1924)

Pamplinas Maquinista (1926)

Luzes da Ribalta (1952)






quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Alfred Hitchcock (1889 - 1980)





Sir Alfred Joseph Hitchcock - nascido em Leytonstone (Londres), a 13 de Agosto de 1899 e falecido em Bel Air (Los Angeles), a 29 de Abril de 1980 - foi um cineasta inglês, considerado o "Mestre dos filmes de suspense". Fica para a história da sétima arte como um dos mais conhecidos e populares realizadores de todos os tempos.

A sua infância foi disciplinada, embora um pouco excêntrica. Solitário, estava sempre isolado mas atento ao que se passava à sua volta. O seu pai era um comerciante autoritário da região de East End. Aqui começa o interesse de Hitch - nick-name porque ficou conhecido - pela questão da transgressão, presente em todos os seus filmes. Curiosamente - ou talvez não - Hitchcock raramente falava de sua mãe.

O impacto do catolicismo na sua vida ocorre durante os seus anos escolares, no Convento Howrah, em Poplar. A família tinha-se mudado em 1906 para esta localidade para abrir um novo negócio. Dois anos depois, Alfred saiu do convento pois a família mudou-se novamente, desta vez para Stepney. Aí, Hitch passou a estudar no St. Ignatius College - colégio fundado por jesuítas em 1894 - que era especialmente conhecido por seu rigor educacional.

Este centro jesuíta marcou uma profunda impressão em Hitchcock. Aí permaneceu até aos 14 anos. No seu primeiro ano escolar destacou-se pela sua aplicação e recebeu uma das seis menções honrosas concedidas pela instituição. Obteve a classificação "excelente" em Latim, Francês, Inglês e Educação Religiosa, as matérias consideradas de maior importância à luz do critério definido pelos professores da instituição.

No último ano que passou no colégio jesuíta destacou-se pelo seu lado brincalhão, travesso e mesmo infractor. Ficou conhecido pelo apelido Cocky (arrogante) entre os seus colegas. Roubava os ovos do galinheiro dos jesuítas para os atirar nas janelas dos quartos dos sacerdotes e, auxiliado por colegas, colocava bombinhas acesas próximo das casas. Esta vertente, por um lado irónica, por outro travessa, infratcora da lei aparece, mais tarde, como marca típica de seus filmes.

Dessa época Hitch recorda as suas visitas ao Museu da Scotland Yard para contemplar a sua colecção de relíquias criminosas - bem como ao Tribunal Criminal de Londres, onde assistia aos julgamentos de assassinatos, e tirando notas, à maneira de Dickens, um de seus escritores favoritos, bem como Walter Scott e Shakespeare.

Em 1913, começou a estudar engenharia na School of Engineering and Navigation e fez cursos de desenho no departamento de Belas Artes da Universidade de Londres. Foi então que descobriu um novo hobby para o seu tempo de lazer: o cinema, que estava começando a estabelecer-se como uma das mais importantes actividades recreativas em Londres que tinha mais de quatrocentos dispositivos de projecção, instalados no em  redor das pistas de patinagem.

Em Dezembro de 1914, morre o seu pai. Alfred foi profundamente afectado por esta perda e teve que reconstruir a sua vida, junto com sua mãe. Neste época, os irmãos mais velhos já não viviam em casa e a primeira guerra mundial já havia começado. 

Em 1920, aos vinte e um anos, Hitch leu numa revista que uma empresa de cinema dos Estados Unidos, a Famous Players-Lasky Company, ia criar um estúdio em Londres. Hitchcock apresentou-se nos escritórios da Famous levando consigo alguns esboços de letreiros para filmes mudos que tinha projectado com a ajuda de seu chefe no departamento de publicidade onde entretanto tinha vindo a trabalhar. Foi imediatamente contratado como "desenhista de letreiros". No primeiro ano trabalhou como letrista em vários filmes, mas no ano seguinte passou a ser responsável por cenários e pequenos diálogos em novos filmes. Escrevia sob a direcção de George Fitzmaurice, que também lhe ensinou as primeiras técnicas de filmagem.

Em 1923, o escritor, actor e produtor Seymour Hicks ofereceu a Hitchcock a co-direçcão de um filme menor, "Always Tell Your Wife", dado o realizador original do filme ter ficado doente. Colaborou em em seguida num filme que ficou inacabado por falta de verba, "Mrs. Peabody", naquela que foi a sua primeira experiência verdadeiramente cinematográfica.

Nos estúdios, Hitchcock conheceu Alma Reville, uma rapariga da mesma idade, nascida em Nottingham. Extremamente pequena e magra, grande fã de cinema. Alma trabalhava nos estúdios de uma empresa londrina desde os 16 anos, a Film Company, passando depois a trabalhar na Famous. Alma e Hitchcock colaboraram em vários filmes dirigidos por Graham e Cutts, e, em 1923 viajaram para a Alemanha para produzir um filme cujo roteiro ele mesmo havia escrito, "The prude's fall". No navio de retorno a Inglaterra, Hitchcock declarou-se a Alma e iniciaram um longo noivado.

Nos primeiros anos trabalharam juntos em filmes da produtora de Michael Balcon, a Gainsbouroug Pictures Ltda., como por exemplo "The blackguard", um filme para o qual ele teve que viajar diversas vezes para a Alemanha, circunstância quelhe permitiu aproveitar para conhecer a obra dos grandes realizadores alemães da época, como Fritz Lang e Erich von Stronheim. 

Em 1925, Balcon propôs-lhe dirigir uma co-produção anglo-alemã intitulada "The Pleasure Garden". Era a sua primeira oportunidade como realizador. O resultado, agradou aos dirigentes do estúdio pelo que, naquele mesmo ano, realizou outros dois filmes "The mountain eagle" e "The Lodger". 

"A Story of the London Fog", marca o seu início no suspense, ao narrar a história de uma família que desconfia que o seu inquilino seja Jack, o Estripador. Os três filmes estrearam em 1927.

Em 2 de dezembro de 1926 casou-se com Alma de acordo com rituais católicos e estabeleceram-se em Cromwell Road, em Londres. Na estreia, os filmes foram bem recebidos pelo público e crítica. Neles, Hitch inicia aquela que viria a ser a sua "imagem de marca" no cinema, ao aparecer "discretamente" como figurante no filme, sem ser incluído no elenco ou roteiro, Assim criou a sua peculiar maneira de "assinar" os seus filmes, que mais tarde se tornaria tão popular. 

Aproveitando o sucesso, mudou de produtora, e no final de 1927, filmou "The Ring", produzido pela British International Pictures. Com este filme tornou-se um dos realizadores ingleses mais conhecidos, abrindo caminho para a sua posterior fama internacional.

Depois do sucesso de filmes como "Blackmail" (1929), "O homem que sabia demais" (1934) e "Os 39 degraus" (1935) e "The lady vanishes" (1938), David O. Selznick - rendido à sua "habilidade" em usar o suspense, a partir de enredos plausíveis em que explorava psicologicamente os temores humanos - ofereceu-lhe a hipótese de ir filmar para os E.U.A., o que veio a lançar definitivamente a sua carreira internacional.

Hitchcock mudou-se para os Estados Unidos em 1939 e tornou-se cidadão norte-americano em 1955.A estreia de Alfred Hitchcock em Hollywood deu-se com "Rebecca" (1940), que veio a vencer o Óscar de melhor filme.

Nas três décadas seguintes, Hitchcock realizou praticamente um filme por ano em Hollywood.
  
Para concluir este resumo fica uma breve enumeração das principais características do seu cinema:

- "O vilão inocente",  um cidadão é erroneamente acusado ou condenado por um crime que não cometeu. Para ser inocentado, acaba assumindo a missão de perseguir e encontrar o verdadeiro culpado.

- "O espectador como participante", a personagem age como se soubesse que o telespectador está observando a sua vida. 

- "Revelação da identidade do assassino", revelada ao longo da acção, e não apenas no final.

- "Aparições do próprio Hitchcock, por norma no início, nos seus filmes", técnica hoje designada por "cameo", desafiando os espectadores a tentar descobri-lo ao longo do filme, o que nem sempre era fácil.

- "MacGuffin", conceito original nos filmes de Hitchcock, que consistia no cineasta inserir, na trama, algo que serve de pretexto para avançar na história sem que o mesmo tenha muita importância no conteúdo da mesma. Um exemplo: o MacGuffin de Psycho é o dinheiro roubado ao patrão. O dinheiro só serve para conduzir a personagem Marion Crane até ao Motel Bates. Chegada ao motel o dinheiro perde a importância no desenrolar da história. 

Alfred Hitchcock recebeu o Prêmio Irving Thalberg da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood pelo conjunto de sua obra. No entanto, apesar de nomeado por seis vezes para o Óscar - cinco vezes como melhor realizador e uma como melhor produtor - nunca recebeu a cobiçada estatueta.

Foi considerado pelo "The Screen Directory", uma publicação sobre cinema, como o "maior realizador de todos os tempos".



Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e IMDB.



T O P    F I V E   (Recomendado)



A Janela Indiscreta (1954)

A Mulher Que Viveu Duas Vezes (1958)

Intriga Internacional (1959)

Psico (1960)

Os Pássaros (1963)




quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Marlene Dietrich (1901 - 1992)





Marlene Dietrich, nome artístico de Marie Magdelene Dietrich von Losch, foi uma actriz e cantora de origem alemã, mais tarde naturalizada norte-americana. Nasceu em Berlim, a 27 de Dezembro de 1901 e morreu em Paris, a 6 de Maio de 1992.

Era a mais nova das duas filhas - a irmã Elisabeth era um ano mais velha - de Louis Erich Otto Dietrich e Wilhelmina Elisabeth Josephine Dietrich. A mãe de Dietrich era oriunda de uma família abastada de Berlim que tinha uma fábrica de relógios e o seu pai - que morreu em 1911, tinha ela 10 anos - era um tenente da polícia. 

Dietrich frequentou uma escola de artes cénicas e participou em vários filmes mudos até 1930. Em 1921, casou-se com um assistente de realização chamado Rudolf Sieber, do qual teve, em 1924, a sua única filha, Maria.

Estreou-se no teatro aos vinte e três anos. Após cinco anos de uma carreira apagada, foi descoberta pelo realizador austríaco Josef von Sternberg, que a convidou para protagonizar o filme "Der Blaue Engel" ("O anjo azul"), em 1930 que foi um sucesso. Voltaram a trabalhar juntos em mais seis filmes: "Marrocos" (1930), "Desonrada" (1931), "O Expresso de Shangai" (1932), "A Vénus Loira" (1932), "A Imperatriz Galante" (1934) e "Mulher Satânica" (1935). Depois de trabalhar com von Sternberg, Marlene foi para Hollywood, onde trabalhou em filmes mais profundos e mais marcantes.

Tinha sido convidada por Hitler para protagonizar filmes pró-nazistas, mas ao recusar o convite - pressentindo os tempos que se seguiriam -"emigrou" para os E.U.A onde se veio a tornar cidadã norte-americana. Hitler considerou esse acto como um desrespeito à pátria alemã, apelidando Dietrich como traidora.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Marlene - por várias vezes - actuou para as tropas aliadas, cantando em palcos improvisados, para divertir e aliviar a dor dos soldados. Foi condecorada com uma medalha, após a guerra ter terminado. 

Marlene, para além de actriz cinematográfica, foi também uma cantora de sucesso. A partir de 1952, começou a apresentar-se em espetcáculos em Las Vegas, no Sahara Hotel. Quem não conhece a sua interpretação de "Lili Marlene"?

Em 1961, Marlene protagonizou um filme que quebraria barreiras e chocaria o mundo dado abordar um assunto aida polémico e tenebroso: o julgamento de Nuremberga, onde foram julgados e condenados os grandes líderes nazis que tinham sido capturados pelas tropas aliadas.

Nos últimos anos da sua vida
escondeu-se em seu apartamento em Paris, onde morreu aos noventa anos de idade, de causas naturais. Porém, existem rumores de que Marlene se suicidado
 com calmantes, pois não suportava o fato de envelhecer. Outros dizem que ela tinha Mal de Alzheimer e, por isso, se matou, mas não existe nada que comprove esses comentários.

Nos últimos anos da sua vida refugiou-se no seu apartamento em Paris, onde morreu -de causas naturais, aos 91 anos. Porém, existem rumores de que Marlene se tenha suicidado com calmantes, pois não suportava o fato de envelhecer. Outros dizem que ela sofria de Alzheimer e, por isso, se terá matado, mas não existe nada que comprove esses comentários.

Marlene foi nomeada  para o Óscar de 1931, na categoria de melhor actriz, pela actuação em Marrocos.
Em 1958, foi indicada ao Globo de Ouro, na categoria de melhor actriz de cinema - drama, por Testemunha de Acusação (1957).




Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e IMDB.



T O P    F I V E   (Recomendado)





O Anjo Azul (1930) 

 O Expresso de Shangai (1932

A Cidade Turbulenta (1939)

Testemunha de Acusação (1957)

O Julgamento de Nuremberga (1961)





terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Harold Lloyd (1893 - 1971)





Harold Clayton Lloyd foi um ator de cinema norte-americano, nascido em Burchard (Nebraska), a 20 de Abril de 1893, e morreu em Beverly Hills (Califórnia), a 8 de Março de 1971,vítima de cancro da próstata.

Ficou famoso por ter criado um original "estilo cómico" que obteve grande sucesso na era do cinema mudo americano. Fez 206 filmes - a maioria curtas metragens - durante a sua carreira, em especial na era do cinema mudo. É considerado, junto com Charles Chaplin e Buster Keaton, um dos maiores comediantes dessa época.

A sua carreira começou em 1913 e vai até ao final dos anos 30, onde fez - no entanto - filmes com menos frequência. Em 1947, protagonizou o seu último filme e reformou-se. No entanto, em 1962, dirigiu, sem ser creditado, um filme que era uma compilação de cenas de seus antigos filmes.

No início de sua carreira, Harold Lloyd poderia se considerado como mais uma imitação de Chaplin, mas com roupas apertadas. Com o tempo, acabou trocando o bigodinho por um chapéu de palha e uns óculos de aros de tartaruga: A personagem que criou, com uma certa elegância, sendo "pouco inteligente, mas afortunado", conquistou o público, pois representava o americano médio confrontado pela tom frenético da urbanização: arranha-céus, negócios, médicos charlatães. 

O seu personagem - um jovem franzino, de óculos, chapéu de palha e fato; não necessariamente tímido, mas sempre desastrado - combinava uma certa densidade psicológica, tipo Chaplin, com uma inacreditável destreza física, tipo Keaton. 

Todavia, só em 1919 descobriu o factor decisivo para a sua personagem: os óculos. Esta foi a sua originalidade: criar uma personagem absolutamente comum e apagado - sempre chamado Harold - a quem aconteciam as situações mais incomuns e que o faziam, sem querer, transformar-se num super-homem. 

Dos 58 minutos de "For Heaven's Sake" (1926), 30 são uma correria desenfreada, com Harold atraindo para si todos os bandidos e policias da cidade com o fim de os levar para a sede de uma missão tipo Exército da Salvação.

Harold Lloyd representa, de certa forma, um microcosmo do que a comédia manifesta: o reconhecimento da plateia no ridículo na luta com o objecto.



Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e IMDB.



T O P    F I V E   (Recomendado)



Marinheiro de água doce (1921)

O Homem Mosca (1923)

O Caloiro (1925)

Levado da Breca (1927) 

Os Piores Anos da Sua Vida (1947)




segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

F. W. Murnau (1888 - 1931)





Friedrich Wilhelm Murnau - mais conhecido por F. W. Murnau - foi um realizador especializado no cinema de terror na era do cinema mudo. Nasceu a 28 de Dezembro de 1888, em Bielefeld, North Rhine-Westphalia (Alemanha), com o nome de baptismo de Friedrich Wilhelm Plumpe e morreu em Santa Barbara, a 11 de Março de 1931, na sequência de um acidente de automóvel, aos 42 anos.

Murnau era um homem muito culto: estudou literatura, história da arte, filosofia e música na prestigiosa Universidade de Heidelberg, antes de adquirir formação em teatro e cinema com Max Reinhardt, com quem chegou a colaborar. 

Com o advento da Primeira Guerra Mundial, interrompeu a carreira teatral, dado ter sido mobilizado. Sofreu um grave acidente, num combate como piloto, na Suiça. Finda a guerra, Murnau aderiu, em parte, ao movimento expressionista alemão. Durante os anos 20, produziu uma vasta e original obra cinematográfica.

Foi um dos mais importantes realizadores do cinema mudo, do cinema expressionista alemão e do movimento Kammerspiel. Em 1926, emigrou para Hollywood, onde realizou o aclamado "Aurora" ("Sunrise"), em 1927. O seu último filme Tabu, com co-realização de Robert Flaherty, foi filmado nos mares do sul, longe dos grandes estúdios e estreado postumamente. É considerado, hoje em dia, um filme de culto e marca uma quebra com a estética dos seus filmes anteriores.

Apesar de ter morrido nos E.U.A., foi enterrado na sua Alemanha, em Berlim. Robert Flaherty, Emil Jannings e Greta Garbo deslocaram-se ao seu funeral, e Fritz Lang enviou o discurso fúnebre.

Curiosidade final: Murnau tinha 2,06 m.



Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e IMDB.


T O P    F I V E   (Recomendado)



Nosferatu, o Vampiro (1922) 

O fantasma (1922)

Fausto (1926)

Aurora (1927) 

Tabu (1931)

domingo, 19 de janeiro de 2014

Pola Negri (1897–1987)





Pola Negri, nome artístico de Barbara Apolonia Chałupiec foi uma actriz polaca radicada nos Estados Unidos. Nasceu em Lipno (Polónia), a 31 de Dezembro de 1894, e morreu em San António, Los Angeles (E.U.A.), a 1 de Agosto de 1987, aos 92 anos, vítima de uma pneumonia.

Pola iniciou as suas actividades artísticas, como bailarina, no Ballet Imperial Russo, apesar de ser oriunda de uma família polca humilde. O pai foi mesmo detido pelo exército russo e deportado para a Siberia, acusado de "atitudes anti-czaristas". Por razões de saúde - para alguns uma pneumonia, para outros uma lesão - foi forçada a abandonar o ballet, tendo então ingressado na Escola de Arte Dramática de Varsóvia, onde teve a sua formação com actriz. 

Emigrou depois para Berlim, vindo então a integrar a companhia de teatro de Max Reinhardt. Mais tarde conheceu Ernst Lubitsch com quem rodou dois filmes.

Foi a primeira actriz europeia a ser levada para os Estados Unidos e a ter sucesso. Após chamar a atenção pelos seus trabalhos em "Carmen" (1918) e em "Madame DuBarry" (1919), ambos realizados na Alemanha, Pola Negri foi para Hollywood, em 1921, com o realizador Ernest Lubitsch, que a tinha dirigido nesses dois filmes.

Contratada pela Paramount, trabalhou nas películas "Bella Donna" e "Beijos que se vendem", dirigidos por George Fitzmaurice. Foi uma das heroínas do cinema mudo, sendo considerada uma vamp, que levava os homens que se aproximavam dela ao perigo e ao pecado.

Com a chegada do cinema sonoro, a sua popularidade, adquirida nos anos 20, desvaneceu-se por completo devido ao seu forte sotaque polaco e à sua dificuldade em falar inglês. Regressou à Alemanha e trabalhou para os estúdios UFA, controlados então por Goebbels. Com a iminente queda da França, em 1940, na Segunda Guerra Mundial, voltou aos Estados Unidos, tendo-se naturalizado como cidadã norte-americana em 1951.

Na vida sentimental são-lhe apontados romances com Rodolfo Valentino e Charles Chaplin. Passou os últimos vinte e cinco anos de sua vida retirada do mundo artístico na sua residência no Texas. 



Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e IMDB.



T O P    F I V E   (Recomendado)



Os Olhos da Múmia (1918)

Carmen (1918)

Madame DuBarry (1919)

Hotel Imperial (1927)

Madame Bovary (1937)





Charlie Chaplin (1889 - 1977)






Sir Charles Spencer Chaplin, mais conhecido como Charlie Chaplin nasceu em Londres (Inglaterra), a 16 de Abril de 1889, e morreu en Corsier-sur-Vevey (Suiça), a 25 de Dezembro de 1977). Foi um artista poli-facetado: actor, realizador, produtor, humorista, empresário, escritor, comediante, dançarino, roteirista e músico.

 Chaplin foi um dos actores mais famosos da era do cinema mudo, notabilizado pelo uso de mímica e da comédia slapstick. Ficou conhecido por uma série de filmes notáveis, tais como: "O Imigrante", "O Garoto", A Quimera do Ouro - por si considerado como o seu melhor filme - "O Circo", "Luzes da Cidade", "Tempos Modernos", "O Grande Ditador", "Luzes da Ribalta", "Um Rei em Nova Iorque" e "A Condessa de Hong Kong".

Influenciado pelo trabalho dos antecessores - o comediante francês Max Linder, Georges Méliès, D. W. Griffith Luís e Auguste Lumière - e compartilhando o trabalho com Douglas Fairbanks e Mary Pickford, foi influenciado pela mímica, pantomina e o gênero "pastelão" (slapstick). 

Influenciou uma enorme equipe de comediantes e cineastas como Federico Fellini, Os Três Patetas, Peter Sellers, Milton Berle, Marcel Marceau, Jacques Tati, Rowan Atkinson, Johnny Depp, Michael Jackson, Harold Lloyd, Buster Keaton e outros realizadores e comediantes. É considerado por alguns críticos como o maior artista cinematográfico de todos os tempos, e um dos "pais do cinema", juntamente com os Irmãos Lumière, Georges Méliès e D.W. Griffith.

Charlie Chaplin actuou, dirigiu, escreveu, produziu e financiou os seus próprios filmes. A sua carreira no ramo do entretenimento durou mais de 75 anos, desde suas primeiras actuações - quando ainda era criança nos teatros do Reino Unido, durante a Era Vitoriana - até quase à sua morte, aos 88 anos. 

Juntamente com Mary Pickford, Douglas Fairbanks e D. W. Griffith, Chaplin fundou a United Artists em 1919. A sua principal e mais famosa personagem foi The Tramp, conhecido como Charlot na Europa. A personagem consistia num "andarilho pobretão", detentor de postura refinada, com a dignidade de um cavalheiro (gentleman). Usava um "fraque preto esgarçado", calças e sapatos desgastados e mais largos que o seu número, um chapéu de coco ou cartola, uma bengala de bambu e - sua marca pessoal - um pequeno bigode "escovinha".

Pela sua inigualável contribuição ao desenvolvimento da sétima arte, Chaplin é o mais homenageado cineasta de todos os tempos, sendo ainda em vida condecorado pelos governos britânico (Cavaleiro do Império Britânico) e francês (Légion d 'Honneur); pela Universidade de Oxford (Doutor Honoris Causa) e pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos (Óscar especial pelo conjunto da sua obra, em 1972).


Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e IMDB.



T O P    F I V E   (Recomendado)


A Quimera do Ouro (1925)

Luzes na Cidade (1931)

Tempos Modernos (1936)

O Grande Ditador (1940) 

Luzes da ribalta (1952)




sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Erich von Stroheim (1855 - 1957)





Erick (Oswald) von Stroheim foi um cineasta (realizador, actor, argumentista...) norte-americano, de origem austríaca, nascido em Viena, a 22 de Setembro de 1885 e falecido no Castelo de Maurepas, perto de Paris, a 12 de Maio de 1957. 

Nascido no seio de uma família abastada de comerciantes judeus, em pleno império austro-húngaro - apesar de existirem rumores que era de origens aristocratas - estudou na Academia Militar de Viena com o objectivo de seguir uma carreira militar.

Contudo, em 1909, devido a ter contraído uma série de dívidas, acabou por desertar e emigrar para os E.U.A. Durante cinco anos teve vários empregos para sobreviver até que, em 1914, chegou a Hollywood onde iniciou a sua carreira cinematográfica. Começou como figurante, actor, assistente de realização e - devido aos seus conhecimentos militares - também como consultor nessa área.

Durante o período da primeira guerra mundial (1914 - 1918), o seu porte misto de aristocrata e militar, levou a que fosse chamado para representar pérfidos oficiais prussianos. O rigor e profissionalismo com que interpretou esses papeis conferiu-lhe um importante estatuto na época, tornando-se um actor de renome e muito respeitado. Ficou célebre uma campanha publicitária ("promocional" em tempo de guerra) de então em que à sua imagem se colava a frase que se veio a tornar famosa "este é o homem que gostaria de odiar".

Ao trabalhar, como actor e assistente de realização, com D. W. Griffith  - nos épicos ""Nascimento de uma nação" e "Intolerância" - ficou tão empolgado com o trabalho do "mestre" que decidiu que queria ser também ele realizador. Assim, em 1919, depois de convencer o produtor Carl Laemmle (criador dos estúdios Universal), estreia-se nessa função, acumulando com as funções de argumentista, actor e também produtor, dirigindo a película "Coração esquecido". Em 1920, apenas como realizador, assina o filme "A gazua do diabo".

Assim começava uma auspiciosa carreira na qual aparece creditado como actor em 74 filmes, realizador em 12, argumentista em 19, entre outras funções.

Ficou na história do cinema também por cenas mais pitorescas: foi o primeiro realizador a ser despedido. Em 1922, durante a atribulada realização de "Esposas levianas", um filme ambientado em Monte Carlo, que durava - numa primeira versão - quatro horas, levou o produtor Irving Thalberg a impor-lhe a redução do mesmo para metade. Como o ambiente ficou, desde aí, muito tenso, durante a rodagem do filme seguinte, "Os amores de um príncipe", acabou "dispensado".

Em 1923, foi contratado por Samuel Goldwyn para realizar "Avareza". Após uns longos e intensos nove meses de rodagem, seguidos de mais seis de montagem, Erich von Stroheim apresenta uma versão de nove horas - das 96 que tinha em material filmado - e volta a ter problemas com Thalberg pois, entretanto, Goldwyn tinha-se aliado à produtora Metro. Thalberg reduz o filme para apenas duas horas e Erich von Stroheim, desgostoso, nunca quis ver o resultado final daquilo que considerava ter sido uma "mutilação" da sua obra.

Para "enterrar o machado de guerra", Thalberg deu-lhe depois "carta branca" para, em 1925, rodar "A viúva alegre", uma curiosa versão muda da famosa opereta homónima. Talvez por não ter havido "dedo" dos produtores na versão final da fita e Erich von Stroheim se ter esmerado com a liberdade que lhe foi concedida, o filme veio a revelar-se um estrondoso sucesso de bilheteira. Chegou a dizer-se, mais tarde depois da aparição do cinema sonoro,  que era um "filme mudo mais musical que a maioria dos filmes semelhantes no sonoro".

No entanto, dado ter por sina andar permanentemente em quezílias em Hollywood, acabou por se aborrecer e - depois de se ter incompatibilizado com Gloria Swanson durante a rodagem de "A rainha Kelly", em 1928 - decidiu dedicar-se mais à carreira como actor. Em 1937, aceitou o convite de Jean Renoir para protagonizar o seu filme "A grande ilusão". A sua interpretação do comandante Rauffenstein foi muito elogiada.

Em França entrou ainda em mais filmes, mas, com o advento da II Guerra Mundial, voltou aos E.U.A. onde retomou a sua carreira como actor. Após o fim da mesma regressa a França onde dizia que, apesar de lhe oferecerem piores papeis, o tratavam, no entanto, bem melhor.

O seu último papel de destaque ocorre de novo nos E.U.A. ao aceitar o papel de um velho realizador de cinema - Max von Mayerling - que trabalha como motorista e mordomo de uma antiga estrela do cinema mudo - Norma Desmond - que vive afastada do mundo, depois de se ver excluída do mundo do cinema por não se ter conseguido adaptar ao sonoro.

O filme, que marca o seu reencontro com o realizador Billy Wilder e a actriz Gloria Swanson, tornou-se um dos maiores clássicos da história da sétima arte. Estava-se em 1950 e o filme chamava-se "O crepúsculo dos deuses" ("Sunset Boulevard").



Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e IMDB.


T O P    F I V E   (Recomendado)




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A Viúva Alegre (1925) - como realizador


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Crepúsculo dos Deuses (1950) - como actor




quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Mae West (1893 - 1980)






Mary Jane West - que ficou conhecida no mundo da sétima arte por Mae West - nasceu a 17 de Agosto de 1893, em Bushwick (Nova York). Era filha do boxer Jack West e de mãe francesa. Começou aos 5 anos a trabalhar no teatro. Estudou bailado, actuou em espectáculos de variedades e, em 1918, lançou um estilo de dança, o "shimmy", que alcançou grande popularidade nos anos 1920. Também escreveu novelas como "The Constant Sinner" e numerosas comédias, como "Diamond Lil", caracterizadas pelo tom frívolo e picante. Algumas delas foram interpretadas pela própria Mae no teatro e no cinema.

Desde o seu início de carreira, no "Caf'Conc", em 1917, que a combinação da sua voz quebrada com a silhueta de formas pronunciadas, exponenciadas por uma "atitude provocante" definiam a sua imagem de marca. Em pouco tempo passou a ser considerada pelo público como uma "estrela".

A sua consagração teatral surgiu em 1926, com a peça "Sex", de sua autoria que narra a história de uma prostituta do porto de Nova York. O texto e a forma de actuar de Mae West eram de tal forma insólitos para a época, que os jornais se recusaram a publicitar à obra. Apesar disso, o espectáculo teve 375 sessões com lotação esgotada. E só terminou porque um organismo estatal designado por "Sociedade para a Supressão do Vício" conseguiu retirar a peça de cartaz. Mae West, como autora, foi condenada a 8 dias de prisão, por "corromper a juventude".

Em 1928, escreveu "Diamond Lil" que, mais tarde, se converteria num filme com Cary Grant e a própria Mae West. Uma nova versão desse filme foi rodada na década de 1950. Anos mais tarde Cary diria: "Convenci-me de que se pode dizer tudo em cena, sob a condição de utilizar um tom irónico". Sem dúvida, era necessária toda a ironia de Mae West para que os ousados diálogos das suas obras fossem tolerados em 1928.

Mae chegou a Hollywood em 1932, com um contrato da Paramount de 5000 dólares por semana. Trabalhou sucessivamente em "Night After Night", "She Done Him Wrong" - que bateu todos os recordes de bilheteira - e em "I'm No Angel". Todos estes filmes, nos quais Mae colaborou na elaboração do argumento, eram desprovidos de quaisquer mensagens substanciais, pois visavam apenas destacar o seu "estgilo" sexy.

Durante todo esse período, a imagem de Mae West, lânguidamente estendida num sofá, ou envolvida por uma pele branca de raposa com um pródigo decote e uma das mãos apoiada na cadeira, "invadiu" a América. As suas fotos circulavam nos quartéis, eram escondidas pelos adolescentes nos seus livros escolares, e expostas pelos camionistas nos seus veículos. O seu nome era sinónimo de "pecado", aos olhos da puritana América de então.

O seu avantajado busto levou-a inclusive a "participar do esforço de guerra": a RAF (aviação britânica) deu o seu nome aos coletes salva-vidas
.
Na década de 50, com a modificação do paradigma da imagem da mulher, Mae West perdeu o seu lugar no cinema. Mas não no show business. Organizou então uma tournée por diversos night-clubs, onde cantava os seus êxitos do período anterior à guerra, para plateias de jovens embevecidos, bem mais pela sua expressão corporal em palco que pelo seu talento.

Mae West morreu no dia 22 de Novembro de 1980, aos 87 anos, após sofrer uma série de acidentes vasculares cerebrais. 



Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e IMDB.


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