domingo, 11 de janeiro de 2015

Nanni Moretti (1953 - ... )





Nanni Moretti - nascido em Brunico (Itália), a 18 de Agosto de 1953 - é um cineasta, actor e argumentista cinematográfico italiano. Cresceu em Roma e, desde a adolescência, cultivou as suas grandes paixões, o pólo aquático e o cinema.

Após ter estudado no liceu clássico, Moretti filma, em 1973, um filme em super 8 com uma câmara que comprou após ter vendido a sua colecção de selos. O filme. que se chama "La sconfita", conta a história em registo cómico da crise de um militante de 1968. Em seguida, filmou outra curta-metragem, "Pâté de bourgeois", a história de alguns amigos e de um casal em crise, cujo título é um jogo de palavras com paté de foie gras e épater les bourgeois.

Em 1974, realiza a média-metragem "Come parli frate?", paródia do clássico da literatura italiana "I promessi sposi", de Alessandro Manzoni, no qual interpreta o personagem de Don Rodrigo.

Em 1976, roda em super 8 a sua primeiro longa-metragem, "Io sono un autarchico", no qual aparece pela primeira vez o seu personagem (interpretado pelo próprio Moretti) Michele Apicella. Neste ano, chama a atenção dos cineastas Paolo e Vittorio Taviani, que lhe oferecem um papel no seu filme "Padre Padrone".

"Io sono un autarchico", lançado em Dezembro de 1978, obtém bom sucesso de público, permanecendo em cartaz durante muito tempo no filmclub de Roma. O filme foi, depois, reconvertido ao formato de 16 mm e projectado noutros cineclubes romanos e também em Paris e Berlim por ocasião dos seus festivais cinematográficos. Moretti começou a chamar a atenção de alguns críticos cinematográficos (entre os quais Alberto Moravia).

Em Maio de 1978, foi lançado em Roma o seu primeiro filme com produção profissional, "Ecce Bombo". Apresentado no Festival de Cannes, obtém um inesperado sucesso de público (bem como financeiro: tendo custado 180 milhões de liras, facturou 2 biliões), chamando a atenção da crítica.

Em 1981, sai "Sogni d'oro", o seu primeiro filme gravado em 35 mm, com o qual Moretti obtém o Leão de Ouro - grande prémio especial do júri no Festival de Veneza, mas que não repete o sucesso de público.

Em 1984, lança "Bianca", cujo enredo acrescenta aos elementos já típicos dos filmes de Moretti, uma trama policial.

Em 1985, lança "La messa è finita". Nele, Moretti abandona a sua personagem Michele Apicella para encarnar o sacerdote Don Giulio. O filme recebeu o Urso de prata do Festival de Berlim de 1986.

Em 1987, fundou, juntamente com Angelo Barbagallo, a Sacher Film, uma produtora cinematográfica, com o objectivo de criar espaço para o cinema engajado realizado por novos autores. O nome é inspirado num dos seus doces predilectos, a torta Sacher, citada no filme "Bianca" numa cena na qual Michele Apicella, num jantar, revela a uma pessoa que afirma não conhecer a torta Sacher, "continuiamo così, facciamoci del male! (algo como "vamos continuar a fazer mal a nós mesmos!").

A Sacher Film produziu, ainda em 1987, o seu primeiro filme, "Notte italiana", de Carlo Mazzacurati, e, em 1988, "Domani accadrà", de Daniele Luchetti, no qual Moretti tem um pequeno papel.

Em 1989, Moretti filma "Palombella rossa", um filme no qual o conteúdo político não está mais subentendido, sendo parte integrante da história. No filme são inseridas partes da sua primeira curta-metragem ("La sconfitta")
.
Em 1990, realizou um documentário, "La Cosa" (o título refere-se à definição de Achille Occhietto para o órgão que seria o resultado do processo de transformação pelo qual então passava o Partido Comunista Italiano). O documentário ilustra o debate interno entre os militantes comunistas, no âmbito da refundação do partido.

Em 1991, participa como actor proteaonista no filme "Il portaborse", de Daniele Luchetti. No mesmo ano, Moretti passa a administrar um cinema no bairro romano de Trastevere, o Nuovo Cinema, com a intenção de criar um espaço de um carácter diferente no âmbito das salas cinematográficas, com a produção de produtos independentes, um centro de debates, livraria temática, etc.). A 1 de Novembro é inaugurado o cinema Nuovo Sacher, com a projecção do filme "Riff Raff" de Ken Loach.

Em 1993, realizou "Querido Diário", filme que consiste de 3 episódios de carácter autobiográfico, em um formato quase de documentário, nos quais Moretti se interpreta a si próprio. O filme ganhou o prémio de melhor direcção no Festival de Cannes de 1994.

Neste período, juntamente com o "aparecimento" de Silvio Berlusconi no panorama político italiano, o empenho político de Moretti acentua-se. Produz então "L'unico paese al mondo", curta-metragem de nove episódios caracterizados por uma visão crítica e pessimista do futuro do país no caso da afirmação eleitoral da coligação de centro-direita; o último episódio é dirigido por Moretti.

Em 1995, produziu e interpretou "La seconda volta", obra-prima de Mimmo Calopresti, que trata do encontro casual entre a vítima de um atentado terrorista e um dos seus perpetradores, provavelmente inspirado numa história real.

Em 1996, realiza a curta-metragem "Il giorno della prima di Close-Up", no qual descreve a sua preocupação pelo eventual fracasso da estreia no cinema Nuovo Sacher de um filme não propriamente comercial ( o citado "Close-Up", do iraniano Abbas Kiarostami). No mesmo ano, trabalha como actor no filme "Tre vite e una sola morte", do chileno Raul Ruiz.

Em 1997, funda a sociedade de distribuição cinematográfica Tandem.

Em 1998, foi lançado o seu filme "Abril", novamente estruturado na forma de diário e no qual Moretti se interpreta outra vez a si próprio. O filme é dedicado ao nascimento do seu filho Pietro, no dia 18 de Abril de 1996, 3 dias antes da coligação de centro-esquerda liderada por Romano Prodi vencer as eleições. Pietro aparece em cenas do filme, assim como a esposa e a mãe de Moretti.

Em 2001, filma "O quarto do filho", que descreve os efeitos que a morte acidental de um filho provoca numa família de classe média. O filme recebeu a Palma de Ouro do Festival de Cannes e o David de Donatello.

Em 2002, realizou a curta-metragem "The last customer", no qual descreve a história de uma família de Nova Iorque que é obrigada a fechar, por causa da demolição do edifício no qual se encontra, a farmácia que administra há duas gerações.

No mesmo ano, faz-se porta-voz de uma posição difusa no eleitorado italiano de crítica em relação ao governo de centro-direita e também a alguns líderes da centro-esquerda, figurando entre os promotores do movimento denominado "girotondi".

Em 2003, filmou a curta-metragem "Il grido d'angoscia dell'uccello predatore - Tagli d'Aprile", um documentário realizado com trechos do filme Abril.

Filmografia (como realizador)

La sconfitta (1973)
Pâté de bourgeois (1973)
Come parli frate? (1974)
Io sono un autarchico (1976)
Ecce Bombo (1978)
Sogni d'oro (1981)
Bianca (1983)
La Messa è finita (1985)
Palombella rossa (1989)
La Cosa (1989)
Caro diário (1994)
L'unico paese al mondo (1994)
Il giorno della prima di Close-Up (1996)
Abril (1998)
O quarto do filho (2000)
The last customer (2002)
Il grido d'angoscia dell'uccello predatore - Tagli d'Aprile (2003)
O Crocodilo (2006)
Habemus Papam (2011)




Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.


T O P    F I V E (Recomendado)


1989 – Palombella Rossa

1993 – Querido diário

2001 – O quarto do filho

2006 – O caimão

2011 – Habemus Papam – Temos Papa




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