domingo, 23 de novembro de 2014

David Lynch (1946 - ... )





David Keith Lynch - nascido em Missoula (Montana), a 20 de Janeiro de 1946 - é um carismático realizador, argumentista, produtor, artista visual, músico e ocasional actor norte-americano.

Conhecido pelo seus filmes surrealistas, desenvolveu o seu próprio estilo cinematográfico, que foi chamado de "Lynchiano", que é caracterizado por imagens de sonhos e meticuloso "desenho sonoro". Na verdade, o surreal e, em muitos casos, os elementos violentos dos seus filmes garantiram-lhe a reputação de "perturbar, ofender ou mistificar" o seu público.

Nascido numa família de classe média em Missoula (Montana), Lynch passou a sua infância viajando pelos Estados Unidos, antes de ir estudar pintura na Academia de Belas Artes da Pensilvânia, em Filadélfia, onde fez a transição para o cinema, produzindo curtas metragens. Decidindo dedicar-se com mais empenho a esse meio, ele mudou-se para Los Angeles, onde produziu o seu primeiro filme, de "terror surrealista", "No Céu tudo é perfeito" ("Eraserhead"), em 1977. Depois de "Eraserhead" se tornar um clássico cult no circuito de filmes da meia noite, Lynch foi contratado para dirigir "O Homem Elefante" ("The Elephant Man"), em 1980, a partir do qual conseguiu sucesso comercial.

Depois de ser contratado pela De Laurentiis Entertainment Group, teve oportunidade para fazer mais dois filmes: o épico de ficção científica "Dune" (1984), que foi um fracasso de crítica e bilheteira, e o filme de crime neo-noir "Blue Velvet", que foi muito aclamado.

Em seguida, criou a sua própria série de televisão com Mark Frost, a altamente popular "Twin Peaks" (1990-1992), da qual também criou a prequela cinematográfica "Twin Peaks: os últimos dias de Laura Palmer" ("Twin Peaks: Fire Walk with Me"), em 1992,

Seguiram-se-se um "filme de estrada" (road movie), "Coração Selvagem"("Wild at Heart"), em 1990), e um "filme de família", "Uma História Simples" ("The Straight Story"), em 1999. No mesmo período, virou-se mais profundamente para o surrealismo, três dos seus filmes seguintes trabalharam na estrutura não-linear da "lógica do sonho", "Estrada Perdida" ("Lost Highway"), em 1997, "Mulholland Drive" (2001) e "Inland Empire" (2006).

Pelo meio, Lynch procedeu para abraçar a internet como um meio, produzindo vários programas para a web, como a animação "DumbLand" (2002) e o sitcom surreal "Rabbits" (2002).

Nascido em 20 de Janeiro de 1946, na cidade de Missoula (estado de Montana), Lynch é filho de um pesquisador do departamento de agricultura dos EUA (Donald Walton Lynch) e de uma professora de inglês (Edwina "Sunny" Lynch). Os seus avós maternos imigraram da Finlândia para os EUA no século 19, Lynch nasceu e foi criado dentro dos preceitos da religião presbiteriana. Teve uma infância itinerante no interior dos Estados Unidos. Mesmo assim, conseguiu concluir os estudos. Tendo o sonho de ser pintor, especializou-se sobre o tema numa academia de arte. Largou o curso mais tarde e partiu para uma viagem à Europa em busca de inspiração para seu trabalho. De volta ao país de origem, Lynch viu-se na obrigação de trabalhar em ramos que não lhe agradavam. Ao mesmo tempo resolveu retornar aos estudos, entrando na Academia de Belas Artes da Pensilvânia. Em 1967, casou-se com uma colega e teve a sua única filha (teria mais dois rapazes), Jennifer Chambers Lynch, que se tornaria também realizadora, tendo "herdado" do pai o gosto pelo bizarro. Foi ela quem dirigiu o "clássico trash", "Paixão Selvagem" (1993) (Boxing Helena).

Lynch esteve sempre envolvido com artes plásticas, e isso reflectiu-se na linguagem dos seus primeiros trabalhos, que também eram bastante provocadores. Nessa época realizou as seguintes curta-metragens: "Six Men Getting Sick" (1966), "The Alphabet" (1968), "The Grandmother" (1970) e "The Amputee" (1974).

Em 1971, começou a trabalhar na produção da sua primeira longa-metragem, "Eraserhead" (1977), que não foi tarefa fácil, pois ocupou cinco anos da sua vida para a sua conclusão, para além do final do seu casamento. "Eraserhead" foi considerado um filme "difícil". Na época do seu lançamento poucas pessoas assistiram ao filme que já misturava o tão famoso mundo bizarro de Lynch e arte em stop-motion. Anos depois, dirigiu o seu primeiro grande filme, "O Homem Elefante" (1980) ("The Elephant Man"). Produzido por Mel Brooks (que gostou do que viu em "Eraserhead"), a longa metragem foi muito bem recebida pela crítica e recebeu oito nomeações ao Óscar, incluindo melhor realizador.

Em 1984, Lynch dirigiria um clássico da ficção científica "Duna", uma superprodução sob a tutela de Dino De Laurentiis. O resultado foi um retumbante fracasso, fazendo com que o cineasta nunca mais se envolvesse em projectos grandiosos. "Regressou" em 1986, com "Veludo Azul" ("Blue Velvet"), um thriller com toques de fantasia que garantiu a Lynch nova nomeação ao Óscar da categoria. Além de uma parceria que viria a ser constante com o compositor Angelo Badalamenti. Em 1990, ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes com o estonteante "Coração Selvagem" ("Wild at Heart"), protagonizado por Laura Dern e Nicolas Cage.

Ainda no mesmo ano, Lynch faria a sua estreia na televisão como criador de uma série que marcou época, "Twin Peaks". Tendo como astro o mesmo actor principal de "Duna" e "Veludo Azul", Kyle MacLachlan, a trama gira sobre a morte de uma jovem moradora da cidade que dá título à série. Lynch dirigiu apenas o piloto e cinco dos 29 episódios. Com o sucesso, em 1992, uma versão para o cinema foi lançada, onde mostrava mais detalhes sobre a intrincada trama. Para desespero do realizador, o filme foi um fracasso, arrecadando uns míseros quatro milhões de dólares. O mistério de Laura Palmer foi o único sucesso na TV de Lynch, mesmo tendo participado da criação de outros seriados. Um desses fracassos seria "Mulholland Drive" (2001, planeado como série televisiva, mas adaptado para o cinema quando os produtores não gostaram do material apresentado.

Em 1997, "A Estrada Perdida" ("Lost Highway") chegou aos cinemas. É outro thriller com toques de fantástico e considerado pelos fãs do cineasta como o seu trabalho mais insano. Talvez por causa disso, realiza, em seguida, "Uma História Simoles" (1999) ("The Straight Story") logo depois. O filme é diferente de tudo o que ele já havia feito, sem quase nenhum elemento bizarro, a não ser pelo facto do protagonista atravessar o país a bordo de um pequeno tractor para visitar o irmão - Lynch em "versão calma". Já em "Mulholand Drive" voltaria à sua característica principal, com um filme recheado de personagens (muitos deslocados por terem sido desenvolvidos especialmente para a cancelada série de TV) e situações bizarríssimas. Foi o filme que revelou a actriz Naomi Watts e deu a Lynch o prémio de melhor realizador do Festival de Cannes.

David Lynch esteve sempre envolvido em projectos. Nunca parou de produzir curtas e filmes em animação. A internet também foi um caminho que adoptou para divulgar o que cria tendo no seu site pessoal um grande acervo de trabalhos.

Premiações

3 nomeações ao Óscar, na categoria de Melhor realizador, por "O Homem-Elefante" (1980), "Veludo Azul" (1986) e "Mulholland Drive" (2001).

Nomeação ao Óscar, na categoria de Melhor Argumento Adaptado, por "O Homem-Elefante" (1980).

2  nomeações ao Globo de Ouro, na categoria de Melhor realizaor, por "O Homem-Elefante" (1980) e "Mulholland Drive" (2001).

2 nomeações ao Globo de Ouro, na categoria de Melhor Roteiro, por "Veludo Azul" (1986) e "Mulholland Drive" (2001).

Palma de Ouro, no Festival de Cannes, por "Coração Selvagem" (1990).

Prémio de Melhor Realizador, no Festival de Cannes, por "Mulholland Drive" (2001).

1 nomeação ao BAFTA, na categoria de Melhor Realizador, por "O Homem-Elefante" (1980).

1 indicação ao BAFTA, na categoria de Melhor Argumento, por "O Homem-Elefante" (1980).

2 nomeações ao César, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, por "O Homem-Elefante" (1980) e "Mulholland Drive" (2001). Venceu em 1980.

2 nomeações ao Independent Spirit Awards, na categoria de Melhor Realizador, por "Veludo Azul" (1986) e "Uma História Simples" (1999).

1 Nomeação ao Independent Spirit Awards, na categoria de Melhor Argumento, por "Veludo Azul" (1986).
Prêmio Bodil
 de Melhor Filme Americano, por "Uma História Simples" (1999).




Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.


T O P    F I V E (Recomendado)


Eraserhead - No Céu Tudo É Perfeito (1977)

O Homem Elefante (1980)

Veludo Azul (1986)

Um Coração Selvagem (1990)

Twin Peaks: Os Últimos Sete Dias de Laura Palmer (1992)





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