Rita Hayworth - nome artístico de Margarita Carmen Cansino, nascida em Nova Iorque, a 17 de Outubro de 1918, e falecida em Nova Iorque, a 14 de Maio de 1987 - foi uma actriz norte-americana de ascendência hispano-irlandesa, que atingiu o auge da sua carreira na década de 1940, tendo-se tornado um mito eterno do cinema.
Rita nasceu com o nome de Margarita Carmem Cansino, em Brooklyn, na cidade de Nova Iorque. Era filha do dançarino flamenco Eduardo Cansino, natural de Castilleja de la Cuesta, e de Volga Hayworth, líderes de uma famosa família de dançarinos ciganos espanhóis. O seu pai queria que ela se tornasse dançarina, enquanto a mãe desejava que ela fosse actriz. o seu avô, Antonio Cansino, era o maior expoente de Dança Clássica Espanhola: a sua escola de dança em Madrid era mundialmente famosa, e foi ele quem deu a Rita, a sua primeira lição de dança. Assim que ela fez três anos e meio, começou a ter aulas de dança. Rita não gostava, mas não teve coragem de contar ao pai. Durante vários anos, frequentou diariamente aulas de dança no Carnegie Hall, sob a instrução de seu tio Angel Cansino.
Com oito anos de idade, a sua família mudou-se para o oeste de Hollywood, onde criaram a sua própria Escola de dança. Artistas famosos de Hollywood tiveram aulas de dança com o próprio Eduardo Cansino, incluindo James Cagney e Jean Harlow. Com a Grande Depressão, os negócios da família faliram. Os Musicais já não estavam na moda, e ninguém mais tinha tempo para aulas de dança num período económico tão difícil. Quando um sócio do sobrinho de Cansino, que estava dançando num musical partiu uma perna, Volga sugeriu que Rita fizesse o papel.
A ideia de Volga inspirou Eduardo:para fazer parceria com a filha no número de vaudeville que ele já possuía, chamado "The Dancing Cansinos". Como Rita não tinha idade suficiente para trabalhar nas casas nocturnas e bares da Califórnia, ela e o seu pai viajaram pela fronteira até à cidade de Tijuana no México, que era um local turístico muito popular para os cidadãos de Los Angeles no inicio dos anos de 1930. Rita trabalhou em lugares como o Foreign Club e o Caliente Club
.
Foi no "Caliente Club", em 1935, que Rita foi descoberta pelo realizador da Fox Film Corporation, Winfield Sheehan. Uma semana depois, Rita foi levada para Hollywood, para fazer um teste na Fox. Impressionado com o seu desempenho, Sheehan, assinou um contrato de seis meses com Rita (então conhecida como Rita Cansino).
Durante o seu período na Fox, Rita apareceu em cinco filmes, mas os seus papeis não foram nem importantes nem memoráveis. Estreou como secundária em "Sob o Luar dos Pampas" (Under the Pampas Moon, 1935), um faroeste passado na Argentina, estrelado por Warner Baxter. Foi escalada para vários outros papéis menores, nos quais se destacou pelos seus dotes para a dança e pela sua beleza. Com o final de seu contrato de seis meses, o então Produtor Executivo Darryl F. Zanuck não se interessou por ela e não lhe renovou o contrato.
Em 1937, Rita, já com 18 anos, casou-se com o seu empresário, Edward Judson, que tinha o dobro da sua idade. Mesmo, depois de ter sido sido abandonada pela Fox, Judson conseguiu arranjar-lhe vários papeis em filmes independentes, e finalmente, conseguiu marcar um teste com a Columbia Pictures, estúdio que tentava firmar-se como um dos grandes de Hollywood e que, por isso, necessitava ardentemente de estrelas importantes. O presidente do estúdio, Harry Cohn, assinou logo com Rita um contrato de longo prazo. Rita começou,assim, a desempenhar pequenos papeis nos filmes da Columbia.
Cohn achava que a imagem de Rita era muito mediterrânea, o que motivou que esta fizesse vários papéis hispânicos. Rita passou então por uma dolorosa electrólise para aumentar a testa e outras pequenas alterações. Quando estreou na Columbia, já tinha mudado a cor do seu cabelo, de castanho para um tom de ruivo, e passara a chamar-se Rita Hayworth (nome de solteira de sua mãe).
Rita passou por uma difícil transição de dançarina de cabaré para estrela de cinema. Rita era, em primeiro lugar, uma dançarina; tornar-se actriz foi uma maneira de ganhar a vida.
A colunista de "fofocas" Louella Parsons, achou que Rita Hayworth não iria ser bem sucedida. Louellaa conheceu-a justamente quando Rita estava começando, e achou-a uma garota "tímida", que "não podia olhar estranhos nos olhos" e cuja voz era tão baixa que mal podia ser ouvida.
A Columbia, parecia não saber o que fazer com ela. Em 1935, quando tinha 17 anos, foi retirada do elenco de "Ramona" e substituída por Loretta Young. "Foi a pior decepção da minha vida", disse Rita, que ficou arrasada, mas não desistiu. Rita continuou a aparecer numa série infindável de produções B, ora como protagonista, ora como secundária. Em 1939, Cohn pressionou o director Howard Hawks a usar Rita para um papel pequeno, mas importante, em "Only Angels Have Wings, um grande sucesso de bilheteira "estrelado" por Cary Grant e Jean Arthur. Cohn começou a ver Rita Hayworth, como a sua primeira estrela (o estúdio nunca teve oficialmente grandes estrelas sob contrato, com excepção de Jean Arthur, que estava tentando sair do seu contrato com a Columbia
No ano seguinte, Harry Cohn, começou a construir Rita Hayworth, usando-a em filmes como "Melodias do Meu Coração" ("Music in My Heart"), "Protegida do Pai" ("The Lady In Quenstion") e "Anjos da Broadway" ("Angels Over Broadway"). Mas a sua sorte só começou realmente a mudar quando foi emprestada à MGM para fazer o terceiro papel feminino de "Uma Mulher Original" ("Susan and God", 1940), de George Cukor, drama estrelado por Joan Crawford e Fredric March.
No ano seguinte, novo empréstimo, agora para a Warner Bros., onde foi o segundo nome feminino em "Uma Loira com Açúcar" ("The Strawberry Blonde", 1941), comédia de Raoul Walsh, com James Cagney e Olivia de Havilland. Um sucesso de bilheteira, que deu grande popularidade a Rita Hayworth, que imediatamente se tornou numa das estrelas mais "quentes" de Hollywood. A Warner ficou tão impressionada com ela, que tentou comprar o seu contrato da Columbia, mas Harry Cohn recusou-se a "libertá-la".
Ainda em 1941, o seu sucesso na Warner Bros. levou-a a ser emprestada à Fox, para interpretar Doña Sol na superprodução "Sangue e Areia" ("Blood and Sand"), drama de Rouben Mamoulian, "estrelado" por Tyrone Power e Linda Darnell. Este filme lançou-a como o símbolo sexual por excelência de toda aquela década.
Nos anos que se seguiram, Rita brilhou em musicais da Columbia, como Ao Compasso do Amor" ("You'll Never Get Rich", 1941), "Bonita Como Nunca" ("You Were Never Lovelier", 1942), ambos com Fred Astaire e "Modelos" ("Cover Girl", 1944), com Gene Kelly, firmando-se como uma das maiores dançarinas das telas e a maior estrela romântica dos anos 1940. Porém, a chegada do sucesso profissional coincidiu com uma crise no seu casamento, que acabou em divórcio em 1942.
Rita casou-se cinco vezes: a primeira com Edward C. Judson (1937- 1942); a segunda com Orson Welles (1943-1948), com quem teve uma filha, Rebecca; a terceira com o príncipe Aly Khan (1949-1953), com quem teve a princesa Yasmin Aga Khan; a quarta com o cantor Dick Haymes (1953-1955), e a última com James Hill (1958-1961). Todos os seus casamentos acabaaram em divórcio. Considerada por muitos a mulher mais bonita da história do cinema, a despeito de Greta Garbo e Marilyn Monroe, a actriz definia o seu insucesso no amor com a seguinte frase, que resiste à passagem do tempo: "A maioria dos homens se apaixona por Gilda, mas acorda comigo".
Morreu na casa de sua filha, Yasmin, em Nova Iorque, aos sessenta e nove anos, vítima da doença de Alzheimer, da qual padecia desde a década de 1960, mas que só lhe foi diagnosticada em 1980. Está sepultada no Cemitério de Holy Cross em Culver City, California.
Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.
T O P F I V E (Recomendado)
Modelos (1944)
Gilda (1946)
A Dama de Xangai (1947)
Salomé (1953)
O Querido Joey (1957)
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