Shirley Temple Black - nascida em Santa Mónica (Califórnia), a 23 de Abril de 1928, e falecida em Woodside (Califórnia), a 10 de Fevereiro de 2014 - foi uma actriz, dançarina, cantora e diplomata norte-americana. Já com mais de quarenta anos de idade, concorreu a cargos políticos, sem sucesso. Em 1974, foi nomeada pelo presidente Gerald Ford embaixadora dos Estados Unidos na extinta Checoslováquia, posto que ocupou até 1976. De 1989 a 1992, foi embaixadora no Gana nomeada por George H. W. Bush.
Como actriz, não só foi a maior estrela infantil da sua época, como também é considerada a mais famosa de todos os tempos. Os seus filmes continuaram muito populares até aos dias de hoje, particularmente entre as meninas que com ela se identificavam.
Shirley começou a ter aulas de dança com três anos de idade e foi contratada para participar numa série de curtas metragens chamadas "Baby Burlesks", que parodiavam estrelas e astros adultos, em especial Marlene Dietrich. No mesmo ano, actuou numa sucessão de curta metragens e filmes, incluindo "Little Miss Marker", "Change of Heart", "Now I'll Tell", "Now and Forever" e "Bright Eyes" (no qual cantou seu mais popular sucesso, a canção "On The Good Ship Lollipop").
Vencedora de um Óscar especial aos seis anos de idade,Temple foi a salvadora da Fox e do público na época da Grande Depressão. Até o presidente norte-americano Franklin D. Roosevelt sucumbiu aos seus encantos tendo-lhe até agradecido, publicamente, por "ter feito a América atravessar a Grande Depressão com um sorriso".
Shirley foi campeã de bilheteiras, de 1935 a 1938, com o seu eterno optimismo e o seu sorriso vencedor. Na idade adulta, porém, não teve o mesmo sucesso como actriz, tendo-se "aposentado" do cinema em 1949.
Em 1967, candidatou-se ao cargo de representante do estado da Califórnia no congresso norte-americano, mas não obteve êxito. Nos anos de 1969 e 1970, foi delegada junto às Organização das Nações Unidas (ONU). Além de ter sido nomeada embaixadora por duas vezes, foi chefe de protocolo durante o mandato do presidente Gerald R. Ford (1976-1977) e membro da delegação americana que tratava dos problemas dos refugiados africanos (1981).
Shirley produziu duas obras autobiográficas sobre a sua infância "My Young Life" (1945) e "Child Star" (1988).
Vida pessoal
Com 17 anos, Temple casou com o soldado convertido em actor John Agar (1921-2002), a 19 de Setembro de 1945. Tiveram uma filha, Linda Susan Agar (mais tarde conhecida como Susan Black) nascida em 20 de Janeiro de 1948. Temple entrou com uma acção de divórcio de Agar, no final de 1949, por causa do alcoolismo do marido sendo o divórcio efectivado a 5 de Dezembro de 1950. No princípio de 1950, enquanto estava de férias no Hawai, Shirley conheceu e apaixonou-se pelo executivo Charles Alden Black (1919-2005), tendo-se casado a 16 de Dezembro de 1950. Juntos tiveram dois filhos: Charles Alden Black Jr., nascido a 29 de Abril de 1952, e Lori Black, nascida em 9 de Abril de 1954. Permaneceram casados até à morte dele, com 86 anos, por síndrome mielodisplásico, a 4 de Agosto de 2005.
Outras curiosidades
Com apenas 6 anos, Shirley ganhou uma mini-estatueta simbólica, em 1935, pela sua contribuição cinematográfica.
Em 2004, a Legend Films restaurou e coloriu todos os filmes de Shirley Temple produzidos originalmente a preto e branco nos anos 30.
Shirley Temple foi a criança mais fotografada no mundo, e estrelou mais de 40 filmes e 50 produções para televisão.
Quando adulta, foi a primeira mulher na história a servir como chefe de protocolo.
Em 1972, aos 44 anos, Shirley descobriu que tinha cancro de mama, e foi a primeira celebridade a admitir em público a sua doença. A razão para tal, foi a de encorajar outras mulheres a prevenirem este problema.
Shirley contou, depois de adulta, que deixou de acreditar no Pai Natal aos seis anos de idade, quando a mãe dela a levou a uma loja para o conhecer, e o homem vestido de Pai Natal lhe pediu um autógrafo.
Em Hollywood, conta-se que um realizador, ao rodar uma cena que exigia muitas lágrimas da pequena actriz, mentiu para Shirley, dizendo que o seu cachorrinho de estimação tinha morrido. Nesse dia, o realizador conseguiu rodar apenas esta cena, porque depois desta notícia, Shirley não conseguiu mais concentrar-se nos textos seguintes.
Num dos primeiros filmes de Shirley Temple, "Baby Take a Bow", de 1934, há cenas que hoje em dia podem ser consideradas "muito fortes para as crianças", pois envolvem armas de fogo ou objectos perigosos. Como por exemplo uma cena em que Shirley Temple, ainda com 5 anos, tem que manusear uma grande faca quando vai ajudar a libertar um homem que estava amarrado, e usa a faca para cortar as cordas. Na internet existem alguns screenshots desta cena, que, hoje em dia, poucos acreditam que foi tirada realmente de um filme da pequena actriz.
O penteado que Shirley Temple usava nos seus filmes tinha, exactamente, 52 cachos. A mãe de Shirley, Gertrude, era quem prendia os seus cabelos, lhes dava forma, e os amarrava, pouco antes dela ir dormir. Também aplicava produtos para que ficassem mais loiros. Shirley, quando ia nadar, não podia mergulhar os cabelos na piscina, podia apenas humedecê-los, usando toucas de banho, uma sobre a outra. Shirley tinha também que ter cuidado nas ruas com a perseguição de "caçadores de souvenirs", que queriam um cacho dos seus cabelos como recordação.
Durante a sua infância, em todos os lugares em que ia, Shirley tinha de ser escoltada por um agente federal que o governo mantinha para sua protecção.
Na época da enorme popularidade de Shirley, surgiram vários boatos sobre ela. Um deles dizia que, na verdade, Shirley era uma actriz anã de 30 anos ("a 30 year old midget."). Outros rumores diziam que ela era uma órfã adoptada pelo casal Temple, apenas com o propósito da sua exploração, ou que, depois de algum tempo, ela já estava tão crescida, que o estúdio tinha que colocar nos cenários móveis especiais, em tamanho grande, para que ela parecesse menor.
Outro rumor, era que a obrigavam a lixar os dentes, para os manter sempre pequenos, conservando assim a sua aparência infantil. Mas, ao contrário do que diziam os boatos, o único "trabalho artificial" que tinha sido feito nos dentes de Shirley, foi quando ela perdeu um dente de leite da frente, e os realizadores a aconselharam a substitui-lo por um minúsculo dente falso durante as filmagens.
Em 1938 Shirley Temple entregou a Walt Disney um Óscar especial e sete mini-estatuetas, representando a Branca de Neve e Os Sete Anões, uma das maiores obras animadas da história. Durante a entrega, Disney tentou conter a emoção. Mas quando a pequena Shirley lhe disse: "Não são bonitos e brilhantes, não está orgulhoso Sr. Disney?" Ele respondeu: "Sim, estou tão orgulhoso que poderia chorar". Shirley então pediu graciosamente: "Não faça isso!". Os dois foram aplaudidos de pé pelos convidados, admirados.
Shirley chegou a ser escalada para interpretar o papel de Dorothy no filme "O Feiticeiro de Oz", mas a 20th. Century Fox negou-se a emprestá-la. Então, a actriz de 16 anos Judy Garland, que já havia sido cogitada antes, mas era considerada a princípio velha demais para o papel, acabou protagonizando o filme, após um trabalho de maquilhagem que ajudou a disfarçar sua idade.
Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.
T O P F I V E (Recomendado)
O Anjo do Farol (1936)
Heidi (1937)
A Princesinha (1939)
Shirley Entre os Índios (1939)
Forte Apache (1948)
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