João César Monteiro Santos - nascido na Figueira da Foz, a 2 de Fevereiro de 1939, e falecido em Lisboa, a 3 de Fevereiro de 2003 - foi um cineasta português. Integrou o grupo de jovens realizadores que se lançaram no movimento do Novo Cinema. Irreverente e imprevisível, fez-se notar como crítico mordaz de cinema nos anos 1960.
Prossegue a tradição iniciada por Manoel de Oliveira ("Acto da Primavera") ao introduzir no cinema português de ficção o conceito de antropologia visual — "Veredas" e "Silvestre" —, tradição amplamente explorada no documentário por outros cineastas portugueses como António Campos, António Reis, Ricardo Costa, Noémia Delgado ou, mais tarde e noutro registo, Pedro Costa.
Segue um percurso original que lhe facilita o reconhecimento internacional. Várias das suas obras são representadas e premiadas em festivais internacionais como o Festival de Cannes e o Festival de Veneza (Leão de Prata: Recordações da Casa Amarela).
João César Monteiro pertencia a uma família da burguesia rural, anticlerical e anti-salazarista. Aos quinze anos, para prosseguir os estudos liceais, transferiu-se com a família para Lisboa, a "capital do Império", tendo estudado no Colégio Moderno, de onde seria expulso.
É dos poucos cineastas associados ao movimento do novo cinema que não prossegue estudos universitários. A propósito, o seu alter-ego, no filme "Fragmentos de um Filme Esmola" (1973), explica-se assim: «A escola é a retrete cultural do opressor».
Começou a trabalhar como assistente de realização de Perdigão Queiroga. Em 1963, graças a uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, vai para a Grã-Bretanha estudar na London School of Film Technique. De volta a Portugal, em 1965, inicia a rodagem do que viria a ser a sua primeira obra: "Quem espera por sapatos de defunto morre descalço". O filme só foi concluído, cinco anos depois, como média-metragem.
A sua obra, polémica e dificilmente classificável, caracteriza-se pelo lirismo, em forma de filmes-poema. A sua veia satírica como realizador tem sido objecto de estudo para portugueses e estrangeiros, críticos e académicos. João César Monteiro, que tem sérios detractores, é conhecido como um dos mais importantes realizadores portugueses.
Morreu de cancro no pulmão em 2003.
FILMOGRAFIA (como realizador)
2003 Vai e Vem
2000 Branca de Neve
1999 As Bodas de Deus
1997 Le bassin de J.W.
1996 Passeio com Johnny Guitar (Short)
1995 Lettera Amorosa (Short)
1995 O Bestiário (Short)
1995 A Comédia de Deus
1992 O Último Mergulho
1990 Conserva Acabada (Short)
1989 Recordações da Casa Amarela
1986 À Flor do Mar
1981 Silvestre
1979 A Mãe: O Rico e o Pobre (Short)
1979 O Amor das Três Romãs (TV Short)
1978 Os dois Soldados (Short)
1978 Veredas
1975 Que Farei eu com Esta Espada? (Documentary)
1972 Fragmentos de um Filme-Esmola: A Sagrada Família
1970 Quem Espera por Sapatos de Defunto Morre Descalço (Short)
1969 Sophia de Mello Breyner Andresen (Documentary short)
Nota: o presente texto é uma adaptação de outros documentos constantes na Wikipedia e na IMDB.
T O P F I V E (Recomendado)
Silvestre (1981)
Recordações da Casa Amarela (1989)
A Comédia de Deus (1995)
As Bodas de Deus (1999)
Vai Vem (2003)
As Bodas de Deus (1999)
Vai Vem (2003)
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